terça-feira, 26 de março de 2013


Ramos Horta defende Eleições este ano e sem interferências e ameaças de militares

Bissau, 26 Mar.13 (ANG) - O representante do secretário-geral da ONU na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, defendeu que as eleições no país têm de ser realizadas no decurso deste ano e sem interferências nem ameaças dos militares.

Em declarações aos jornalistas este fim-de-semana em Cacheu, José Ramos-Horta disse ser muito importante que cada político e militar guineense ganhe consciência de que as eleições terão de ser transparentes, sem interferências e nem ameaças da classe castrense, porque “serão inaceitáveis” para a comunidade internacional.

Aquele diplomata sublinhou que a comunidade internacional não vai aceitar que queira ajudar e invista aqui e que, no entanto, seja testemunha de possíveis ameaças, de violência, antes ou depois das eleições.

“Os guineenses têm de entender que, para convencer a União Europeia a levantar sanções tem de haver na Guiné-Bissau um respeito escrupuloso pelos princípios da democracia, dos direitos humanos e da justiça", aconselhou José Ramos Horta, que lembra que o mundo vive em pleno o século 21 e a África não foge a regra.

“Já não estamos na década de 60, quando se faziam golpes e se matavam com impunidade”, vincou.

O responsável da UNIOGBIS considerou que o país vive talvez a “última janela de oportunidade” para que as elites políticas e militar se entendam, depois de décadas de problemas, conflitos, ódios e desconfianças, que arruinaram o país.

O representante da ONU no país, disse que a comunidade internacional, apoiará a Guiné-Bissau se houver vontade política séria para que haja eleições no ano em curso e que seja constituído um Governo credível e legítimo, seguindo-se depois para uma séria reorganização das Forças Armadas e de todo o Estado guineense.

“O momento actual é de grande oportunidade. Se essa oportunidade se perder as elites guineenses é que saberão explicar ao mundo e terão de tentar convencer para mais uma nova oportunidade, e mais outra. Mas do que eu sei da comunidade internacional, esta é a última janela de oportunidade", precisou Ramos-Horta.

 Aquele responsável admitiu que tem sido difícil defender a Guiné-Bissau junto da comunidade internacional. De Abuja (Nigéria) à Bruxelas, de Lisboa a Nova Iorque, há uma enorme falta de crença em relação ao país.

“Embora alguns concordem que é necessário dar outra oportunidade à Guiné-Bissau”, informou, acrescentando contudo, estar convencido de que vão dar, mas depende do que vai acontecer nos próximos meses.

ANG 

Sem comentários:

Enviar um comentário