sexta-feira, 31 de maio de 2013

Comunidade de Amedalai abandona Excisão Feminina

Bissau, 31 Mai. 13 (ANG) -A Comunidade de Amedalai, em Bissau declarou quinta-feira, pela primeira vez, o abandono à pratica de excisão feminina naquele bairro.

Numa cerimónia naquele bairro e em nome de moradores de Amedalai, Amatidjane Djaló enumerou os males da excisão feminina, tendo agradecido a ONG Djinopi pelo empenho no combate ao também chamado “Fanado de Mulher” uma pratica já proibida por lei e pela “Fátua”, decreto religioso islâmico.

Em declarações à imprensa, Maria Domingas Gomes, presidente da DJINOPI afirmou que trabalharam durante dois anos a tentar convencer aos Imames-chefes religiosos, de que a excisão feminina não é uma recomendação do Islão mas sim uma pratica tradicional.

Domingas referiu que esse trabalho já começa a dar os seus frutos com a declaração de abandono da prática de excisão feminina por parte de alguns chefes religiosos.

Lamentou contudo a persistência que ainda se verifica em relação a essa pratica em alguns bairros.

Domingas Gomes destacou que, apesar das acções desenvolvidas junto das entidades religiosas locais e mulheres, no Cupelão de Cima, por exemplo, não está a ser fácil a mudança de atitude de alguns praticantes do fanado de mulher.

Intervindo no acto, a fanateca (mulher que realiza excisão feminina) Fatumata Turé disse que abdicou-se da prática de excisão feminina em detrimento do comércio de sal e carvão, graças a sensibilização da ONG Sinin Mira Nassiquê e o projecto DJINOPI.

Contudo, os jovens de Amedalai prometeram que vão ser os fiscalizadores dos que poderão voltar a praticar a excisão feminina.

O fanado de mulher é uma prática tradicional de crentes muçulmanos, uma importante franja da população guineense. 

ANG/JD 


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