Campanha
de caju 2013: Intermediários falam em “grandes prejuízos”
Bissau, 26 Jun 13 (ANG) -Os comerciantes
intermediários consideram que a presente campanha de caju está a ser “muito
prejudicial”aos seus negócios, chegando as perdas a representar mais de milhão
de francos cfa.
Em entrevista à ANG, Baila Seidi, um intermediário
que opera há vários anos, afirmou que já sofreu um prejuízo que ronda 900 mil
Fcfa e afirma que há colegas seus que sofreram perdas maiores.
“Houve colegas que compraram 1Kg de caju a 200
Fcfa junto ao produtor e o venderam na balança a 150Fcfa”, informou desabafando
Baila Seidi.
Solicitado a indicar as causas do insucesso da
campanha deste ano, este comerciante imputa a “culpa” à crise político-militar
provocada pelo golpe de Estado de Abril de 2012.
No entendimento de Bala Seidi, se não fosse essa
situação, viriam mais empresários estrangeiros e em consequência, verificaria a
concorrência, em termos de preço da compra da castanha guineense que, de acordo
com especialistas, possui uma qualidade apreciável no mercado internacional.
Nesta fase final do processo, seidi pede ao
governo a intervir com vista a minimizar as perdas na fileira de caju através
da capitalização dos comerciantes que, por sua vez, comprarão o resto de caju
na mata a um preço razoável.
Visivelmente triste, Seidi que opera nas regiões de Tombali e Bafata,
afirmou que dos 500 toneladas que esperava comprar este ano, apenas comprou
200. Tudo porque, não está a ter o devido retorno face as despesas inerentes.
Quem também lamentou a sua situação ao repórter da
ANG é o intermediário Ibraima Djaló que disse ter comprado a castanha na ilha
de Onhucum, sector de Uno, a 175Fcfa o quilo mas que vê-se agora obrigada a
vender a preço de 140 francos cfa o quilo.
Djaló que fala em “imensas despesas, nomeadamente,
o aluguer de viatura para o transporte do cajú, da taxa de 175 mil Fcfa que tem que pagar ao Ministério das Finanças e
52 mil cfa ao Ministério de Comercio,
apela igualmente ao executivo para intervir com o propósito de “ minimizar as perdas que afectam os actores
da fileira”.
Na mesma linha falou o comerciante Quintino Djedju
que apelidou a presente campanha de “Um insucesso total”.
Entretanto, para além de pouca presença de
comerciante e camiões de caju, o repórter da ANG constatou igualmente que hoje
dia 26 ,na principal balança do país, sita junto ao Porto de Bissau que, a castanha de caju estava a ser comprada a 140Fcfa por quilograma.
Facto que,
segundo um comerciante, impede os intermediários de irem comprar o produto nas
mãos dos produtores.
O caju e a pesca constituem 80% do volume da
exportação da Guiné-Bissau. FIM /ANG/QC
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