Ex-presidente
da Nigéria critica José Mário Vaz
Bissau, 26 jun 19 (ANG) -
O ex-presidente da Nigéria, Olusegun Obasanjo criticou ao presidente
cessante, José Mário Vaz e revela que tem se comparado aos presidentes de
países vizinhos, de regimes presidencialistas.
Em entrevista à Lusa, em Lisboa,(Portugal) Obasanjo
considerou lamentável a actual sitação política na Guiné-Bissau, onde o
presidente da República cessante,José Mário Vaz continua sem dar posse ao
elenco governamental proposto pelo partido vencedor das eleições de 10 de março(PAIGC),
depois de ter recusado a indicação para primeiro-ministro do seu líder ,
Domingos Simões Pereira.
“José Mário Vaz tem que entender que a Constituição da
Guiné-Bissau prevê a partilha do poder
executivo entre o Presidente , o primeiro-ministro e o presidente da Assembleia
Nacional Popular”, disse o antigo mediador
da CEDEAO na crise política guineense despoletada com a demissão de
Domingos Simões Pereira, em 2015.
Para Obasanjo, o maior problema da Guiné-Bissau reside no
facto de Mário Vaz se querer comparar
aos chefes de Estado dos países vizinhos, nomeadamente do Senegal, que têm
regime presidencialista.
Revelou que certa vez, José Mário Vaz se queixou de ter
sido eleito tal como o Presidente do Senegal e de “nem sequer ter um
orçamento”.
“Na Guiné-Bissau, o orçamento tem de ser preparado pelo
primeiro-ministro e aprovado pelo parlamento e ele não compreende isso. Este é
que é o problema”, referiu.
Disse que sugeriu ao José Mário Vaz que, se quer exercer o
poder como o presidente do Senegal que altere a Constituição e depois de
eleito com a nova Constituição poderá exercer plenamente o poder executivo.
O ex-presidente da Nigéria admitiu como possível um cenário
em que Mário Vaz possa recusar de abandonar o poder , em caso de derrota nas
eleições de 24 de novembro.
“Não sabemos o que ele fará, mas pelo que tem feito até
agora, não podemos excluir nenhuma possibilidade”, disse.
Por isso, Obasanjo defende que, perante um cenário em que o
Mário Vaz seja derrotado e se recuse a abandonar o poder, a CEDEAO terá de assumir a sua responsabilidade.
“Fizemos isso na Gâmbia. Foi feito também na Costa do
Marfim. Penso que se perder as eleições será aconselhado a deixar o poder”,
disse. ANG/Lusa
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