Comité de sanções recomenda
fim de sanções a militares da Guiné-Bissau
Bissau,18
Dez 19(ANG) – O presidente do Comité de Sanções das
Nações Unidas contra militares da Guiné-Bissau, Anatolio Ndong Mba, recomendou
ao Conselho de Segurança que considere a possibilidade de suspender essas sanções.
As recomendações
foram feitas na terça-feira (17.12) numa sessão informativa dos órgãos
subsidiários do Conselho de Segurança da ONU numa altura em que Ndong Mba
termina o mandato de dois anos como presidente do comité.
O representante da ONU acha importante que
seja revisto o próprio regime de sanções.
As
sanções compreendem o congelamento das contas bancárias dos militares que constam
numa lista de envolvidos no golpe de Estado de 2012, além da proibição de
eles deixarem o país.
O então
chefe do Estado Maior das Forças Armadas, António Indjai, e o vice-chefe,
Mamadu Turé "Nkruma", são os principais nomes da lista dos
sancionados.
"Após
sete anos de conduta exemplar dos militares da Guiné-Bissau, acredito que já é
apropriado que o Conselho de Segurança considere suspender as sanções contra os
militares ou o próprio regime de sanções”, disse o diplomata.
O também
representante permanente da Guiné Equatorial junto à ONU acrescentou que as
sanções aos militares devem ser suspensas "uma vez finalizado o ciclo
eleitoral e a transmissão pacífica do poder ao novo Presidente eleito". A
Guiné-Bissau terá a segunda volta das eleições presidenciais a 29 de dezembro.
O
diplomata acredita que a crise que se verifica há vários anos é motivada por
"falta de vontade política”, baseada em "interesses e ambições
pessoais” e não em religiões, ideologias, etnias ou "filosofias do
povo".
Ele diz
que presenciou na última visita ao país uma conduta de
"neutralidade", "constitucional", "republicana" e
"respeitosa” do Exército da Guiné-Bissau.
Ndongo
Mba esteve em Bissau em outubro deste ano, quando o Presidente cessante José
Mário Vaz nomeou um Governo paralelo, criando assim o que chamou de
"tensa crispação entre todos os setores sociais do país".
Para
ele, as sanções tiveram papel importante na manutenção da ordem constitucional
na Guiné-Bissau, mas "não constituem um fim, mas sim um meio ou ferramenta
à disposição do Conselho de Segurança da ONU para alcançar um objetivo".
O
diplomata disse que o seu "maior desejo" é que a Guiné-Bissau deixe
de ser um problema na agenda do Conselho de Segurança da ONU e que a liderança
do país mude de forma pacífica.
Perante
o Conselho de Segurança da ONU, Anatolio Ndong Mba revelou também que os
momentos "mais comoventes” no cargo de presidente do Comité de Sanções
foram os encontros com representantes da sociedade civil e das comunidades
religiosas da Guiné-Bissau.
"De
fato, a sociedade civil e as comunidades religiosas souberam expressar
fielmente as aspirações legítimas do povo da Guiné-Bissau - de acabar com a
instabilidade política existente desde a década de 1970 e promover uma
verdadeira união entre os guineenses e o desenvolvimento económico",
observou.
Segundo a agência Lusa, o representante
permanente da Tunísia junto à ONU, Moncef Baati, será o próximo presidente do
Comité de Sanções à Guiné-Bissau.ANG/DW-África
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