Bissau,30 Abr.20(ANG) - O deputado
guineense Hussein Farath, um dos 19 doentes curados de infeção pela covid-19 na
Guiné-Bissau, disse quarta-feira que
"quase viu a morte" e apelou aos cidadãos a levarem a sério a doença.
Numa entrevista exclusiva, por telefone, à Lusa, Hussei Farath, dirigente desportivo e também empresário do ramo alimentar, explicou "o calvário" que foram os 40 dias em que esteve em isolamento total na sua residência, ao tomar conhecimento de que estava infetado.
"Sem complexos", é desta forma que Hussein Farath prefere falar de uma doença que disse ser de rápido contágio, que está a ceifar vidas aos asiáticos, americanos e europeus, mas que muitos ainda não levam a sério na Guiné-Bissau, observou.
"Fui contaminado, e sem saber, contaminei os meus filhos, alguns dos meus colaboradores e alguns amigos da minha relação", disse o deputado, explicando que perdeu 10 quilos, ficou outros tantos dias sem forças para se levantar da cama para comer e tomar banho.
"Nem sentia o cheiro do meu próprio corpo, não sentia o peso do meu corpo e a comida para mim era como se fosse um veneno que me estavam a dar. Cheguei a ter 41 graus de febre", destacou Hussein Farath, prestes a completar 62 anos.
O político e empresário de origem libanesa, mas nascido na Guiné-Bissau, afirmou ter chegado a pensar que ia morrer. “Até chamei os meus filhos para lhes mostrar o meu testamento e o lugar onde gostaria de ser sepultado", afirmou.
Em parte, Hussein Farath acredita que se não se fosse por ser um praticante de desporto, teria sucumbido à doença.
Antigo presidente do Sporting Clube de Bissau, Hussein Farath pede aos jovens para que "deixem a teimosia e encarem a doença como algo verdadeiro", salientando que mesmo que tenham a imunidade alta, em caso de terem outras patologias "poderão sofrer consequências" da doença caso sejam infetados.
Farath deu o exemplo do seu próprio filho de 21 anos, contaminado por si, para dizer que sendo assintomático poderia ser fonte de contágio para outras pessoas.
Por outro lado, está convencido de que ficou curado por ter tomado dois medicamentos (azitromecina e hidroxicloroquina) que lhe chegaram de familiares, médicos, residentes no Senegal.
Enquanto empresário, Hussein Farath quer mobilizar todos os empresários, comerciantes e empresas da Guiné-Bissau para que contribuam para a constituição de um fundo "de centenas de milhões de francos CFA" para ajudar o Governo a comprar os dois medicamentos e reagentes para "fazer mais testes".
Farath acredita que fazendo testes a pelo menos 250 pessoas por dia, o Ministério da Saúde Pública irá detetar "muito mais pessoas infetadas" na Guiné-Bissau.
Os parceiros de desenvolvimento do país e a Organização Mundial da Saúde (OMS) deveriam ajudar as autoridades em termos de testes, exortou Hussein Farath, deixando um aviso aos europeus.
"Se a Europa resolver o problema e a África não o resolver, rapidamente a doença voltará à Europa", defendeu Farath.
Curado e agradecido pela onda de solidariedade, o empresário disse que vai doar alimentos a todos os hospitais da Guiné-Bissau.
"A nossa empresa vai doar arroz, óleo alimentar, carne, iogurte, ovos e asas de frango para todos os hospitais da Guiné-Bissau em jeito de solidariedade para com os doentes, mas também de agradecimento a Deus", disse.
Hussein Farath pediu aos políticos para "enterrarem o machado de guerra" e arranjarem soluções para a população "que está em risco" e saúda o "gesto responsável do primeiro-ministro, Nuno Nabian" ao anunciar que testou positivo para a covid-19.
O Centro de Operações de Emergência Médica da Guiné-Bissau mais do que duplicou os casos positivos da covid-19 no país, para 197, depois de terem sido confirmados vários casos entre membros do Governo.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 215 mil mortos e infetou mais de três milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Mais de 840 mil doentes foram considerados curados.ANG/Lusa
Numa entrevista exclusiva, por telefone, à Lusa, Hussei Farath, dirigente desportivo e também empresário do ramo alimentar, explicou "o calvário" que foram os 40 dias em que esteve em isolamento total na sua residência, ao tomar conhecimento de que estava infetado.
"Sem complexos", é desta forma que Hussein Farath prefere falar de uma doença que disse ser de rápido contágio, que está a ceifar vidas aos asiáticos, americanos e europeus, mas que muitos ainda não levam a sério na Guiné-Bissau, observou.
"Fui contaminado, e sem saber, contaminei os meus filhos, alguns dos meus colaboradores e alguns amigos da minha relação", disse o deputado, explicando que perdeu 10 quilos, ficou outros tantos dias sem forças para se levantar da cama para comer e tomar banho.
"Nem sentia o cheiro do meu próprio corpo, não sentia o peso do meu corpo e a comida para mim era como se fosse um veneno que me estavam a dar. Cheguei a ter 41 graus de febre", destacou Hussein Farath, prestes a completar 62 anos.
O político e empresário de origem libanesa, mas nascido na Guiné-Bissau, afirmou ter chegado a pensar que ia morrer. “Até chamei os meus filhos para lhes mostrar o meu testamento e o lugar onde gostaria de ser sepultado", afirmou.
Em parte, Hussein Farath acredita que se não se fosse por ser um praticante de desporto, teria sucumbido à doença.
Antigo presidente do Sporting Clube de Bissau, Hussein Farath pede aos jovens para que "deixem a teimosia e encarem a doença como algo verdadeiro", salientando que mesmo que tenham a imunidade alta, em caso de terem outras patologias "poderão sofrer consequências" da doença caso sejam infetados.
Farath deu o exemplo do seu próprio filho de 21 anos, contaminado por si, para dizer que sendo assintomático poderia ser fonte de contágio para outras pessoas.
Por outro lado, está convencido de que ficou curado por ter tomado dois medicamentos (azitromecina e hidroxicloroquina) que lhe chegaram de familiares, médicos, residentes no Senegal.
Enquanto empresário, Hussein Farath quer mobilizar todos os empresários, comerciantes e empresas da Guiné-Bissau para que contribuam para a constituição de um fundo "de centenas de milhões de francos CFA" para ajudar o Governo a comprar os dois medicamentos e reagentes para "fazer mais testes".
Farath acredita que fazendo testes a pelo menos 250 pessoas por dia, o Ministério da Saúde Pública irá detetar "muito mais pessoas infetadas" na Guiné-Bissau.
Os parceiros de desenvolvimento do país e a Organização Mundial da Saúde (OMS) deveriam ajudar as autoridades em termos de testes, exortou Hussein Farath, deixando um aviso aos europeus.
"Se a Europa resolver o problema e a África não o resolver, rapidamente a doença voltará à Europa", defendeu Farath.
Curado e agradecido pela onda de solidariedade, o empresário disse que vai doar alimentos a todos os hospitais da Guiné-Bissau.
"A nossa empresa vai doar arroz, óleo alimentar, carne, iogurte, ovos e asas de frango para todos os hospitais da Guiné-Bissau em jeito de solidariedade para com os doentes, mas também de agradecimento a Deus", disse.
Hussein Farath pediu aos políticos para "enterrarem o machado de guerra" e arranjarem soluções para a população "que está em risco" e saúda o "gesto responsável do primeiro-ministro, Nuno Nabian" ao anunciar que testou positivo para a covid-19.
O Centro de Operações de Emergência Médica da Guiné-Bissau mais do que duplicou os casos positivos da covid-19 no país, para 197, depois de terem sido confirmados vários casos entre membros do Governo.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 215 mil mortos e infetou mais de três milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Mais de 840 mil doentes foram considerados curados.ANG/Lusa
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