sexta-feira, 7 de maio de 2021

 Ensino/“É urgente que o governo eleja o sector como prioridade para o progresso do país”, diz Presidente de CONAEGUIB

Bissau, 07 Mai 21 (ANG) - O Presidente da Confederação Nacional das Associações Estudantis da Guiné-Bissau (CONAEGUIB) defendeu  quinta-feira a urgente necessidade de o governo eleger o sector da educação como prioridade para o progresso do país.

Bacar Darame, em entrevista exclusiva à Agência de Notícias da Guiné(ANG), sustentou que, caso a Guiné-Bissau continuar com problemas constantes que atrapalhem o sector educativo, os guineenses estarão sujeitos a perder o mercado de trabalho em deterimento de outras pessoas dos países de Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) uma vez que têm um sistema educativo mais forte.

O Presidente da CONAEGUIB reiterou que o ministro da Educação Nacional  considerou que é possível concluir o presente  ano lectivo, por  estar  em curso um processo de negociação entre o governo através de Ministério de Função Pública e Trabalho e a União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG) para se  encontrar uma solução para ultrapassar a situação de greve na função pública.

“De momento estamos a enfrentar constantes situações de greve na Função Pública e principalmente na área de educação. Isso, de certa forma, vai afectar bastante o  país uma vez que pertencemos o espaço da CEDEAO e a concorrência entre os países tem tendência a aumentar”, disse.

Questionado se na qualidade de Presidente de CONAEGUIB, acredita na possibilidade de  salvar o ano lectivo uma vez que já se perdeu muito tempo, Darame respondeu que na realidade 05 meses não dão para concluir o programa de um ano lectivo, mas admite que pode ser que o governo tenha uma estratégia para  concretizar a possibilidade de não perder o ano.

“Sabemos que está a funcionar as escolas que estão em regime de auto-gestão, escolas privadas e escolas comunitárias. Todo o resto parou por completo. Não sabemos se será possível fazer com que se consiga cumprir o calendário do ano lectivo, pelo que aguardaremos o plano do governo para concretizar isso”, disse Darame.

O Presidente da CONAEGUIB disse que a responsabilidade de garantir o ensino à todos é da competência do governo e que por isso, a resolução do problema não deve ser deixada apenas nas mãos do ministro da Educação, mas também nas do chefe do executivo, que deve  intervir para o bem do país e do povo. ANG/AALS/ÂC//SG

Covid-19/UCCLA lança livro de 75 autores lusófonos sobre a cultura em pandemia 

Bissau, 07 Mai 21 (ANG) – A União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) lança a obra “Literatura e Cultura em Tempos de Pandemia”, com textos de 75 autores lusófonos sobre a conjuntura actual por causa da covid-19, anunciou a entidade.

A obra conta com as contribuições de autores laureados com o Prémio Camões, como Manuel Alegre, Mia Couto e Germano Almeida, mas também de escritores que estão “a afirmar-se no domínio das letras”, adiantou a UCCLA em comunicado.

“São cerca de 40 escritores e 35 escritoras, naturais dos países de língua oficial portuguesa, a que se juntam escritores da Galiza e Olivença/Espanha, Goa/Índia e Macau/China”, sublinhou a organização.

A obra, editada e coordenada pela UCCLA, será distribuída pela Guerra e Paz, e resulta de um desafio lançado pela organização a escritores e agentes culturais de todos os países de língua oficial portuguesa, “para elaborarem um texto (em prosa ou poesia) a propósito da pandemia que está a afectar, de forma traumatizante todo o mundo e, de modo especialmente profundo, o sector cultural”, referiu a nota.

De entre as mensagens veiculadas pelos textos, a UCCLA destacou a “de esperança na capacidade de resistência à pandemia, como faz ‘o mais velho’, o decano dos poetas – Manuel Alegre”, citando no comunicado um seu poema: “(…) fechada dentro de si mesma ainda é Lisboa/ cidade aberta/ ainda é Lisboa de Pessoa alegre e triste/ e em cada rua deserta/ ainda resiste”.

A apresentação do livro será feita hoje no Centro Nacional de Cultura, em Lisboa, pelo secretário-geral da UCCLA, Vítor Ramalho, e com um texto de investigação e contexto histórico sobre as pandemias no mundo, de Rui Lourido, o responsável pela coordenação da obra.

A cerimónia de lançamento conta também com as intervenções de Manuel Fonseca, da Guerra e Paz, e de Goreti Pina, poetisa de São Tomé e Príncipe, em representação dos 75 autores.

O livro dos escritores lusófonos, tal como o apoio à reabertura do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, são duas das iniciativas que se destacam no plano da comissão temática para a Promoção e Difusão da Língua Portuguesa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), apresentado em 13 de Abril por Rui Lourido, o novo coordenador daquela comissão.

O novo plano “tem iniciativas que vão de África ao Brasil, grande pólo de difusão da língua portuguesa, naturalmente, pelo seu peso demográfico, mas também à Ásia, que tem na ponta do continente a China, e onde fica Macau, com mais de 500 anos de utilização e promoção da língua portuguesa”, afirmou então Rui Lourido, o novo coordenador da comissão temática da CPLP.

A comissão temática é coordenada, desde Janeiro, pela UCCLA e integra 14 instituições, todas com estatuto de observadores consultivos da CPLP.

A UCCLA sucedeu na coordenação da comissão à Fundação Calouste Gulbenkian.

A CPLP conta com nove Estados-membros: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.244.598 mortos no mundo, resultantes de mais de 155,1 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. ANG/Inforpress/Lusa

 Política/Governo adopta acordo com Agência Internacional de Energia Atómica sobre não proliferação de armas nucleares

Bissau, 07 Mai 21 (ANG) -  O Governo da Guiné-Bissau adoptou o acordo com a Agência Internacional de Energia Atómica sobre a não proliferação de armas nucleares.

A informação consta no comunicado do Conselho de Ministros realizado na quinta-feira à que a ANG teve acesso hoje.

Segundo o comunicado, o governo aprovou a supressão reciproca de vistos para titulares de passaportes diplomáticos, de serviço e passaportes especiais com a República da Turquia.

De acordo com o documento, o governo revogou todos os despachos de nomeação e contratos de provimento considerados ilegais à luz do quadro legal vigente para o ingresso na Administração Pública instituída pelo despacho de 12 de Novembro de 2020.

São igualmente revogados todos os despachos de nomeação exarados a partir de 2012 após a entrada em vigor dos decretos leis numero 4 e 5/2012 de 18 de Outubro e do decreto numero 8/2012 de 19 de Outubro.

O o colectivo ministerial requereu  a transferência de toda a competência de processamento de folhas de salário, do Ministério das Finanças para o da Administração Pública, Trabalho, Emprego e Segurança Social.

No capitulo das informações, o vice primeiro-ministro informou que, o encontro entre o governo e os representantes de sector privado ocorrido no dia 05 do corrente mês serviu para os operadores económicos procederem a apresentação e entrega ao executivo de um documento intitulado ʺ Temas Urgentes, Obstáculos e Constrangimentos do sector privado nacional.

Soares Sambú recomendou que sejam solucionados os  constrangimentos que têm sido registados na presente campanha de comercialização de castanha de caju, e travado   o aumento contínuo dos preços dos bens e produtos de primeira necessidade. 

ANG/MI/ÂC//SG    
    

 
Tóquio2020
/Centenas de milhares apoiam petição para cancelar Jogos Olímpicos

 

Bissau, 07 Mai 21 (ANG) -  Uma petição ‘online’ a pedir o cancelamento dos Jogos Olímpicos Tóquio2020 devido à pandemia da covid-19 ultrapassou hoje as 200 mil assinaturas.

A campanha, lançada na quarta-feira pelo advogado e activista japonês Kenji Utsunomiya, é dirigida aos presidentes do Comité Olímpico Internacional (COI) e do Comité Paralímpico Internacional (IPC), Thomas Bach e Andrew Parsons, respetivamente.

É também dirigida ao primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, ao ministro responsável pelos Jogos Olímpicos, Tamayo Marukawa, à governadora de Tóquio, Yuriko Koike, e ao presidente do Comité Organizador de Tóquio 2020, Seiko Hashimoto.

A iniciativa pede que os recursos atribuídos a estes eventos sejam usados para “proteger vidas”, denuncia que “a pandemia esteja longe de ter terminada” e, conclui a organização, colocará vidas humanas em risco.

O acolhimento dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos “não será possível sem a ajuda de numerosos profissionais de saúde, instituições médicas e valiosos recursos médicos. Contudo, vários profissionais médicos já disseram publicamente que não há lugar para mais exigências”, acrescenta a petição.

Os trabalhadores da saúde no Japão revoltaram-se contra o plano de destacar 10 mil funcionários da área para os Jogos Olímpicos, numa altura de enorme pressão da quarta vaga da covid-19 no país. O estado de emergência, em vigor nas regiões mais populosas, vai ser prolongado até ao final deste mês, devido ao aumento dos casos.

“É muito possível que a realização dos Jogos Olímpicos conduza a um cenário de super-contágio”, que agravará a situação actual, acrescentou a petição.

Na quinta-feira, o COI anunciou um acordo para que a Pfizer e a BioNTech doassem doses da vacina contra a covid-19 para os participantes nos Jogos, incluindo atletas, treinadores, federações e representantes de comités nacionais.

A petição, em Change.org, lembra que as sondagens efectuadas no Japão mostraram que 80% dos inquiridos não querem a realização de Tóquio2020, e pede ainda aos responsáveis dos organismos envolvidos que ouçam “as vozes de dentro e de fora do Japão” em defesa do cancelamento dos Jogos.

ANG/Inforpress/Lusa

 Justiça/Ex-ministro da Saúde, António Deuna  detido pela PJ num processo de desvio de dinheiro

Bissau, 07 Mai 21 (ANG) - O ex-ministro da Saúde  António Deuna foi quinta-feira detido pela Polícia Judiciária, no âmbito de dois processos ligados ao desaparecimento de dinheiro público e de venda ilegal de medicamentos, noticiou a Lusa que cita fontes judiciais.

António Deuna foi ouvido quinta-feira na sede da Polícia Judiciária (PJ), em Bissau, durante cerca de cinco horas, sobre  o desaparecimento de alegadas avultadas somas em dinheiro em vários centros de saúde no leste do país e também sobre  uma alegada importação ilegal de medicamentos.

Após a audiência, conduzida por três agentes da PJ, Deuna foi conduzido para as celas da polícia no bairro de Reno, em Bissau.

Interpelado pelos jornalistas, o seu advogado, Hotna Kufuk Na Doa, recusou-se a prestar declarações.

A PJ também não prestou declarações aos jornalistas.

António Deuna foi exonerado do Governo guineense no passado dia 25 de abril, numa remodelação sugerida pelo primeiro-ministro, Nuno Nabiam, e aceite pelo Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló.ANG/Lusa

quinta-feira, 6 de maio de 2021

Prevenção contra coronavirus

No plano individual deve-se  manter o distanciamento físico, usar  uma máscara,  lavar as mãos  regularmente e tossir fora do alcance  dos outros. Façam  tudo isso!

A nossa mensagem às populações e aos governos é clara. Façam tudo isso!"

                                        ( Tedros Adhanom Ghebreyesus - DG da OMS)

Obituário/Empresário Carlos Domingos Gomes(Cadogo Pai) faleceu em  Portugal aos 91 anos de idade

Bissau,06 Mai 21(ANG) - O empresário  Carlos Domingos Gomes (Cadogo Pai), faleceu quarta-feira por volta das 23 horas, em Coimbra(Portugal), vitima de  doença prolongada.

Cadogo Pai como é vulgarmente conhecido, é pai do antigo 1º Ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, também conhecido por Cadogo Júnior, nascido em Bolama em 1929.

Segundo os dados fornecidos à ANG pela família, Carlos Domingos Gomes começou actividade empresarial como Paquete no escritório da família Barbosa, junto ao Grande Hotel. Com ambições e desejoso de ter outro futuro, foi trabalhar na SCOA (proprietária do edifício onde está instalada a Pensão Central), foi depois transferido para Bolama e mais tarde regressou à Bissau como chefe de loja, antes de voltar para  Bolama em 1951.

Em 1967,Carlos Domingos Gomes, sofre a prisão e tortura pela PIDE  e foi libertado no tempo de Spínola em 1968, tendo depois se refugiado em Portugal, em 1973 e regressado ao país depois do 25 de Abril de 1974.

Depois da independência do país, Cadogo Pai continuou a sua actividade empresarial tendo criado a Loja  Abelha Mestra, que dedicava ao comercio geral e venda de vinhos em divisas.

Posteriormente veio a criar nova  empresa denominada de Carlos Gomes & Filhos que igualmente dedicava ao comércio geral import e export.

Carlos Domingos Gomes foi acionista do Banco Internacional da Guiné-Bissau(BIGB), e um dos accionistas fundador do Banco de África Ocidental (BAO), e também accionista do Banco Panafricano (Ecobank).

No domínio político, o malogrado  foi candidato as eleições presidenciais de 1994, onde tinha como adversários  João Bernardo Vieira (Nino) e Kumba Yalá.

Em 1999 foi nomeado Ministro de Justiça e Poder Local, no governo de Unidade Nacional liderado pelo Francisco José Fadul ,depois do conflito político militar de 7 de junho de 1998.  

Durante o período de conflito político militar de 7 de junho que durou 11 meses, o falecido empresário Carlos Domingos Gomes juntamente com o Bispo Don Setímio Artur Farazeta, se destacaram como  ativista que trabalharam afincadamente na busca da paz e reconciliação entre as partes envolvidas no conflito.ANG/LLA/ÂC//SG

 

Finanças/Dirigentes sindicais da Direcção Geral de Contribuições e Impostos detidos quarta-feira já se encontram em liberdade

Bissau, 06 Mai 21 (ANG) – Os dois líderes dos Sindicatos de Base dos funcionários da Direcção-Geral de Contribuições e Impostos(DGCI), Almami Djassi e Karim Mané, presos por alegado desvio de um Swit (servidor de internet) considerado importante para  os serviços dessa direção já se encontram em liberdade.

Segundo uma nota à imprensa do Ministério das Finanças entregue hoje a ANG, a tutela não poderia ficar  indiferente face a este “acto de vandalismo”, pois, diz-se na nota, o material em causa, sendo património do Estado é essencial para liquidações e pagamentos dos impostos na DGCI.

“O aparelho foi retirado duma forma violenta e propositada do local por indivíduos ainda não identificados, mas admite-se serem elementos que se aliaram à greve em curso naquela instituição e este acto de destruição intencional foi registado na decorrência da greve e das negociações entre o governo
e os sindicatos dos funcionários das Contribuições e Impostos”,refere a nota.

 O Ministério das Finanças acrescenta em comunicado que tomando o conhecimento, deste acto que chama de “indigno”, e que se consubstancia a um “crime público” recorreu o expediente disponível para a resolução pacifica do problema evitando assim danos incalculáveis que possam acarretar ao Estado.

 “Importa informar que tudo isso tem decorrido no decurso de greve declarada pelos funcionários da DGCI, que invadiram e teriam ameaçado funcionários similares, chamados para garantir o serviço mínimo, atitude que revela nitidamente uma afronta às leis”, lê-se no comunicado.

O recurso aos funcionários pertencentes a outros serviços do Ministério das Finanças segundo o comunicado, vem na sequência da recusa dos grevistas em observar o serviço mínimo, impedindo assim, a operacionalidade total dos serviços fiscais, principal fonte das receitas.

A nota informa que,  atendendo a gravidade do acto e que coloca em causa a operacionalização do sector financeiro nacional, o Ministério das Finanças expressa o seu repúdio e condena comportamentos desviantes desse grupo de funcionários.

Os funcionários da Direção de Contribuições e Impostos reivindicam o pagamento de seis meses de subsídios atrasados e a equiparação dos seus salários aos dos funcionários da Direcção Geral das Alfândegas.ANG/MSC/ÂC//SG

 

Saúde Pública/Organização Mundial da Saúde quer reduzir o consumo global de sal

Bissau, 06 Mai 21 (ANG) -  Grande parte da população mundial consome o dobro dos cinco gramas de sal por dia recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que agora lançou uma iniciativa para reduzir o uso de sódio em alimentos globais, especialmente os processados.

Esta iniciativa consiste na publicação de uma lista das quantidades de sódio (elemento que consumimos principalmente através do sal) recomendado em 18 tipos de alimentos, incluindo queijos, molhos, batatas fritas e muitos outros.

A OMS recorda no início da campanha que o alto consumo de sal aumenta o risco de doenças cardíacas que anualmente provocam a morte a três milhões de pessoas no planeta, pelo que a redução do sódio é uma forma de melhorar a dieta e salvar vidas.

“A maioria das pessoas não sabe quanto sódio consome nem o risco que isso acarreta. Precisamos que os países estabeleçam políticas para reduzir o uso de sal e informem a sociedade para que tomem decisões correctas na hora de comer”, frisou o director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

O líder da OMS indicou ainda que a indústria de alimentos e bebidas “deve reduzir os seus níveis de sódio nos alimentos processados”, servindo a nova lista de recomendações da OMS como um ponto de partida.

A lista, que também tenta harmonizar as práticas muito diversas que existem em diferentes países, indica, por exemplo, que as batatas fritas não devem ultrapassar 500 miligramas de sódio por 100 gramas, quantidade que cairia para 100 miligramas no caso dos cereais.

Para as carnes enlatadas, propõe 225 miligramas por 100 gramas, 450 miligramas para pizzas, 600 miligramas para pretzels ou 400 miligramas para manteiga, entre outros exemplos.

Com a lista, a OMS procura aproximar-se das suas metas de redução do consumo global de sal e sódio em cerca de 30% até 2025.

A organização sediada em Genebra lembra que países como o Reino Unido já estão a trabalhar nessa direcção, tendo as autoridades britânicas pedido à indústria de alimentos uma reformulação voluntária dos seus produtos para reduzir o consumo de sal em 15% entre 2003 e 2011.ANG/Inforpress/Lusa

 

 

Cultura/Reeditada em França a obra da lenda da música guineense José Carlos Schwarz

Bissau, 06 Mai 21 (ANG) - Uma editora discográfica francesa, a "Hot Mule", editou em Abril um disco que é uma compilação das canções da lenda da música de Guiné-Bissau José Carlos Schwarz. Intitulado "Lua Ki Di Nos".

 Este trabalho editado em vinil mas também disponível online, é um retrato e uma homenagem a este artista ligado à época da luta anticolonial, nos anos 70.

Poeta e musico, autor de canções denunciando a opressão ao mesmo tempo que dignificavam as sonoridades tradicionais da Guiné-Bissau, no seio do grupo "Cobiana Djazz" e a solo, José Carlos Schwarz chegou a ser torturado e estar preso nos primórdios da década de 70 devido ao seu envolvimento político.

Após 1973, ano em que é proclamada a independência da Guiné-Bissau, José Carlos Schwarz torna-se director do departamento de artes e cultura do seu país, tendo igualmente a seu cargo o pelouro da infância na Guiné-Bissau. Um percurso promissor que acaba muito cedo, aos 27 anos, em Maio de 1977, num acidente de aviação em Havana, pouco depois de ser nomeado diplomata na Embaixada do seu país em Cuba.

Dele restam contudo músicas que nunca perderam o seu simbolismo nem o seu encanto e que hoje, mais de 40 anos depois, são dadas a conhecer e reconhecer por Louis Hautemulle, fundador da entidade que reedita a obra de José Carlos Schwartz, depois de literalmente sentir "amor à primeira vista".

Conversamos com ele e também com um dos filhos do artista, Remna Schwarz que é também músico. Ambos evocaram esta figura maior da cultura da Guiné-Bissau. ANG/RFI

 

 

CPLP/PR da Guiné Equatorial diz que a comunidade não pode continuar alheada de crise

Bissau, 06 Mai 21 (ANG) - O Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, disse quarta-feira que a comunidade lusófona não pode continuar alheada da situação de violência armada na província moçambicana de Cabo Delgado, sublinhando que uma "família de irmãos" deve regular-se pela solidariedade.

"A nossa organização não deve permanecer alheia a esta tragédia, que ultrapassa a dimensão de simples conflito interno", disse Teodoro Obiang, assinalando que Moçambique está a ser palco de "agressões perpetradas, programadas e financiadas a partir do exterior" que estão a "ceifar vidas humanas", provocando deslocações de pessoas, destruição de bens públicos e privados e "semeando o terror".

O chefe de Estado da Guiné Equatorial falava hoje na sessão de abertura da primeira cimeira de negócios da Confederação Empresarial da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CE-CPLP), que até sexta-feira reúne no centro de conferências de Simpopo, na ilha de Bioko, cerca de 250 empresários, além de delegações oficiais de vários países lusófonos. Teodoro Obiang assinalou, neste contexto, que "os problemas comuns devem ser enfrentados em unidade".

"A CPLP deve tomar boa nota: uma família de irmãos deve ser regulada pelos princípios de equidade e solidariedade", disse.

O chefe de Estado equato-guineense falou à plateia de empresários por videoconferência, pedindo desculpas pela impossibilidade de estar fisicamente presente no centro de conferências, justificando a ausência com "questões de última hora" relacionadas com a pandemia de covid-19.

Num discurso lido em português, Teodoro Obiang alertou ainda para a "ameaça séria" da crescente actividade de pirataria no Golfo da Guiné, que, considerou, afecta 90% do comércio e coloca em causa a "própria existência" de países como a Guiné Equatorial.

"Este assunto requer a atenção da comunidade internacional e uma reflexão que nos permita unir esforços para a erradicação deste fenómeno", afirmou.

Assinalando que a realização da cimeira coincide com a aprovação de um novo programa de integração da Guiné Equatorial na CPLP, no qual foi consagrada a vertente económica, sublinhou as oportunidades que o seu país oferece no domínio da energia, pescas, agricultura, indústrias transformadoras, turismo, transportes ou formação.

"São vastas as áreas de intervenção para os nossos parceiros económicos", disse, considerando que a "estabilidade política" converte a Guiné Equatorial "num país propício para o investimento estrangeiro".

Aos empresários prometeu "maior abertura" do mercado, "melhoria contínua" do ambiente de negócios e criação de melhores condições para as empresas.

Apontou que o país "acabou de ratificar" o acordo para a criação da zona de livre comércio africano, considerando que "abre novas perspectivas e vantagens para as empresas operarem a partir da Guiné Equatorial".

Anunciou, neste sentido, ter proposto à CE-CPLP a construção de uma zona industrial em Bata, na parte continental do país, "com grandes oportunidades de negócios" para o estabelecimento de parcerias com as empresas da Guiné Equatorial. "Disponibilizaremos terrenos e facilidades administrativas e fiscais para este projecto.

Queremos que as empresas da nossa comunidade se instalem na Guiné Equatorial e contribuam para o crescimento e desenvolvimento económico e social que vão tornar esta comunidade mais forte e competitiva", disse. No discurso, Teodoro Obiang afirmou também "a determinação, firmeza e fidelidade" aos objectivos e princípios da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). "Juntos somos mais fortes, vamos avançar e libertar os nossos povos da fome e da miséria a que se encontram votados", disse.

Antiga colónia espanhola, a Guiné Equatorial aderiu à CPLP em 2014, mediante o cumprimento de um roteiro que prevê, entre outros aspectos, a abolição da pena de morte -- compromisso que ainda não foi cumprido - e a generalização do uso da língua portuguesa. Governada há 42 anos pelo Presidente Teodoro Obiang, a Guiné Equatorial e um país rico em recursos, mas com largas franjas da população abaixo do limiar da pobreza.

Um dos principais produtores de petróleo de África, é considerado pelos grupos de direitos humanos como um dos países mais repressivos do mundo, devido a acusações de detenções e torturas de dissidentes e alegações de fraude eleitoral.ANG/Angop

 

Sociedade/Lançada Fundação Catarina Taborda para “potenciar actividades das mulheres”

Bissau,06 Mai 21(ANG) – A Fundação Catarina Taborda foi oficialmente lançada quarta-feira em Bissau com o objetivo de contribuir para o fortalecimento, sustentabilidade e desenvolvimento social das mulheres.

Em declarações à imprensa no acto do lançamento da Fundação, a sua Presidente na pessoa da própria Catarina Taborda, disse que centralizou as suas acções nas mulheres porque elas são os pilares de uma sociedade.

“Sabemos que ao longo dos anos, nós as mulheres sofremos as discriminações porque somos consideradas as mais frágeis e, por isso,  queremos mudar essa realidade para que a camada feminina em geral tenha a mesma oportunidade e demonstrar que é capaz”, explicou.

A Fundação pretende intervir nas áreas de educação, saúde e do empreendedorismo.

“Nós acreditamos que uma mulher quando tem acesso à educação é capaz de tomar grandes decisões e de ocupar elevados cargos, por isso, é necessário que haja   oportunidades”, Catarina Taborda.

Questionado sobre quais serão as primeiras acções da Fundação, Taborda revelou  que vão disponibilizar   50 bolsas de estudos para Portugal, sobretudo para  as mulheres  receberem formação  em Lisboa, Porto e Coimbra, e diz que  isso é uma forma de demostrar que a Fundação quer, de facto, capacitar as mulheres guineenses.

Taborda acrescentou que  as mulheres mães serão apoiadas na área de empreendedorismos
e as vendedeiras receberão ajudas para dinamizar os seus negócios e que no domínio de saúde vão trabalhar na melhoria das condições dos hospitais, maternidades, pediatria entre várias outras acções.

Catarina Taborda exerceu as funções da Secretária de Estado de Turismo e Artesanato no executivo de inclusão liderado pelo Aristides Gomes em 2018. ANG/ÂC//SG

           
        Covid-19/
Bissau a meio de segunda semana sem registo de óbitos

 Bissau, 06 Mai. 21 (ANG) – O Sector Autónomo de Bissau, apesar de ser a zona mais afectada pela Covid-19 na Guiné-Bissau, está no meio da segunda semana consecutiva sem registar nenhuma vitima mortal causado pela coronavirus.

Bissau registou mais um  caso de infecção num total de 49 testes feitos, 14 pessoas recuperaram da doença,  e há mais um caso em activo, e  o número de activos desceu  de  305 para 292.

De acordo com o boletim de diário número 91 do Alto Comissariado para a Covid-19, à que a Agência de Notícias da Guiné (ANG)  teve acesso hoje, actualmente já foram testadas em Bissau  um total acumulado de 64.038 pessoas das quais 3.738 tiveram resultados positivos.

Quanto aos internamentos há o registo de entrada de mais um doente, para um total de 235 internadas.

Os dados do país inteiro indicam que já se realizou um total   acumulado de 63.814  dos quais 3.736  acusaram positivo, 3.340 pessoas recuperaram da doença, 323 casos activos, 235 internamentos e 67 óbitos.ANG/LPG/ÂC//SG

 

Dia Mundial da Lingua Portuguesa/Ministra guineense dos Negócios Estrangeiros diz que a língua de Camões é património global

Bissau, 06 mai 21 (ANG) - A ministra dos Negócios Estrangeiros, da Cooperação Internacional e das Comunidades , Suzy Carla Barbosa, afirmou quarta-feira que a língua portuguesa é um património global e que a Guiné-Bissau está comprometida em a internacionalizar através da sua política externa.

"A língua portuguesa constitui um património global, que transcende fronteiras nacionais, oceanos e continentes", afirmou a ministra, num discurso proferido no centro cultural brasileiro em Bissau para assinalar o Dia Mundial da Língua Portuguesa.

Na cerimónia participaram também, além do embaixador do Brasil, Fábio Franco, os embaixadores de Portugal, José Caroço, o embaixador de Cabo Verde, Camilo Graça, e o encarregado de negócios da embaixada de Angola, André Tomás.

A ministra guineense destacou também que a língua portuguesa é um "fator de aproximação, um património imaterial e universal" e que a sua preservação passa por uma nova dinâmica assente numa estratégia "ambiciosa e adaptada" à realidade dos países que a falam.

No discurso, Suzy Barbosa destacou também o compromisso da Guiné-Bissau para contribuir para internacionalizar a língua portuguesa através da política externa.

O Dia Mundial da Língua Portuguesa, organizado em parceria com o Camões - Instituto da Cooperação e da Língua e o Centro Cultural Português em Bissau, inclui também a realização na quinta e sexta-feira de uma série de painéis temáticos relacionados com a língua portuguesa.

O Dia Mundial da Língua Portuguesa, instituído pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) em 2019, foi assinalado na quarta-feira e as celebrações decorrem em 44 países, com mais de 150 atividades, em formato misto, presencial e virtual, devido à pandemia de covid-19.

O português é falado por mais de 260 milhões de pessoas nos cinco continentes, estimando-se que, em 2050, esse número cresça para quase 400 milhões e, em 2100, para mais de 500 milhões, segundo estimativas das Nações Unidas.

Globalmente, 3,7% da população mundial fala português, que é língua oficial dos nove Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e em Macau.ANG/Lusa

 

Ensino/Novo ministro de Educação confiante na conclusão do ano lectivo em curso

Bissau, 06 Mai 21 (ANG) – O novo ministro da Educação Nacional e Ensino Superior, Cirilo Mama Saliu Djaló afirmou quarta-feira que tendo em conta a evolução nas negociações com os sindicatos do sector, está esperançado de que o ano lectivo 2020/21 vai ser concluído.

Greves contínuas na Função Pública e que afectam o ensino e a saúde fazem prever que o ano lectivo em curso vai ser  anulado, agora que a maior central sindical renovou a  convocação de greve para mais um mês, depois de se observar a paralisação das aulas em todo o mês de Abril.

Cirilo Djaló falava após o encontro com as organizações do sector, nomeadamente Associação dos País e Encarregados da Educação, Conaiguib e a Federação Nacional dos Estabelecimentos do Ensino Privado.

O governante referiu que, como novo titular da pasta da educação tinha que promover esse encontro, que considerou  de frutífero.

“Estou disponível para entabular um diálogo permanente no sentido de encontrarmos sempre soluções consensuais para as resoluções dos problemas do sector educativo”, prometeu.

O novo ministro da Educação afirmou que  existem condições para que o ano lectivo tenha continuidade, e sustenta a sua convicção com as garantias  recebidas nas negociações com os sindicatos.

“Ainda  se realizou um encontro no Ministério da Função Pública e Trabalho no sentido de se encontrar consensos para se levantar a greve na função pública. Os assuntos estão em discussão e temos fé que haverá consenso entre as partes para o bem do sistema educativo do país”, disse.

Saliu Djalo salientou que é de necessidade de todos fazer funcionar a educação, frisando que o primeiro trimestre decorreu de uma forma normal e que o segundo complicou devido a situação da Covid-19, sobretudo no Sector Autónimo de Bissau.

Segundo o governante, por essa razão, vai ser preciso um ajustamento  dos dias lectivos para a conclusão do ano lectivo em curso.

Mama Saliu Djaló revelou que as direções de escolas privadas se disponibilizaram a dispensar as suas instalações para a realização de aulas no período das chuvas para alunos de escolas públicas, caso for necessária.

.Por seu turno, Ericson Ocante  Yé que falou em nome da Plataforma Nacional das Associações Estudantis da Guiné-Bissau, disse que o ministro da Educação mostrou-lhes a sua disponibilidade de trabalhar para o bem do sector educativo.

“Achamos que ainda é possível concluir o ano lectivo ou seja estamos num país em que não há garantia de que o próximo ano lectivo vai ser melhor do que o presente”, disse Ocante Yé. ANG/MSC/ÂC//SG

             
              Justiça/
Ministro reconhece que o sector não está a funcionar

Bissau, 06 Mai. 21 (ANG) – O ministro da Justiça e  Direitos Humanos  reconheceu quarta-feira que o sector não está a funcionar na Guiné-Bissau.

Iaia Djaló falava aos jornalistas após o encontro com o Presidente da República, que envolveu o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Paulo Sanhá e o Procurador-geral da República, Fernando Gomes, durante o qual foram analisadas as formas de colaboração entre as autoridades judiciais para fazer a justiça chegar aos cidadãos.

Acrescentou que esta colaboração deve  ser observada, para que  os guineense se sintam que as suas liberdades e os seus direitos não estão a ser prejudicados.

Segundo Yaya Djaló, o sector precisa urgentemente de recrutar jovens quadros formados na área de justiça,    para trabalhar como oficiais nos tribunais sectoriais, regionais em todo o território nacional.

Djaló revelou que há  carência do pessoal no sector judiciário, dando como exemplo o Tribunal do setor de Bubaque que ele mesmo inaugurou mas que até então não possui nenhum magistrado.

Aquele governante referiu  que o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)  financiou a construção de Casa da Justiça e as Prisões no sector de Buba, no sul do país, em Canchungo no norte e Gabú no leste.

O governante disse que, na próxima semana vão inaugurar o Tribunal de Ingoré, região de Cacheu.

 “Há muitos tribunais que  não estão a funcionar, devido a falta de recursos humanos, isto é, não possuem nenhum magistrado judicial ou do Ministério Público e isso leva,muitas  vezes, a população a fazer justiça com as próprias mãos”, disse.ANG/JD/ÂC//SG

 

 

Dia Mundial da Língua Portuguesa/ʺDomínio de qualquer  língua é  vantajoso para as pessoasʺ, diz Armando Procel

Bissau, 06 Mai 21 (ANG) -  O jurista e ex-deputado  e mentor da ideia inicial da lei de obrigatoriedade de uso da língua portuguesa na Assembleia Nacional Popular e instituições estatais defende que o domínio  de qualquer língua é uma vantagem para as pessoas.

Armando Procel que falava quarta-feira em entrevista à ANG, por ocasião do   Dia Mundial  da Língua Portuguesa assinalado quarta-feira, 05 Maio, afirmou que  a ideia inicial sobre obrigatoriedade da uso da língua portuguesa foi dele e que aproveitou o fato de ser deputado  e professor para fazer um projecto de lei que teve anuência de todos os parlamentares, incluindo do Presidente da ANP na sétima legislatura, e que acabou por  ser aprovada por unanimidade. 

ʺOs deputados falam mais em crioulo para que todos os guineenses entendam o que querem dizer, mas não podemos perder de vista que pertencemos ao mundo, e no mundo actual, nós lutamos pela ciência e elas têm que ser realmente em línguas científicas porque tudo que escrevemos, lemos têm a haver com a escola que se assimila em língua francesa, inglesa ou em portuguesa”, explicou.

Armando Procel recomenda aos  deputados para se  esforçarem para falar português, e sustenta que  qualquer de nós que observamos e vimos noticiários na RDP e RTP,  podemos acompanhar os deputados dos outros países como Angola,  Moçambique e outros mais eles não podem acompanhar o que os deputados da Guiné-Bissau falam em crioulo.

De acordo com Armando Procel, o parlamento deve se preocupar com esta situação e fazer com que os deputados colaborem  na implementação da língua no parlamento.

Referiu que neste momento a ANP tem uma professora portuguesa que ensina a língua de camões aos deputados para superarem o dialeto e disse que hoje, a língua portuguesa é falada por 265 milhões de pessoas e  é considerada a língua mais falada no Hemisfério Sul.

 Procel pede aos  professores para serem um exemplos perante os seus alunos, não só no sentido de exigir mas sim de falar português nos seus gabinetes, nas salas de aulas e nos recintos escolares para que possam encorajar as alunos a falar.

A lei 7/2007 da obrigatoriedade de uso da língua portuguesa nos departamentos do Estado e nos meios de comunicação social audiovisuais públicos e privados foi aprovada no dia 12 de Novembro de 2007 e publicado no Bolectim Oficial numero 46 do mesmo ano. ANG/MI/ÂC//SG            

quarta-feira, 5 de maio de 2021

Caju/“Novos impostos e taxas estão a dificultar  escoamento do produto”, diz Presidente de Associação dos Intermediários

 Bissau, 05 Mai 21 (ANG) - O Presidente da Associação dos Intermediários de Negócios da Guiné-Bissau disse que os novos impostos introduzidos pelo governo estão a dificultar a comercialização da  castanha de cajú, uma vez que o prejuízo aumentou tanto para os agricultores assim como para os intermediários e exportadores.

Em entrevista exclusiva à Agência de Notícias da Guiné(ANG), Lassana Sambú sustentou que, em 2019 e 2020, para o escoamento de mil toneladas de  castanha de cajú pagavam sete milhões e meio de francos cfa, mas que  no presente ano, com o impacto negativo do Orçamento Geral de Estado, terão que pagar 28 milhões de francos cfa para escoamento de mil toneladas.

O Governo introduziu na presente campanha de caju,  cinco novos pacotes de leis que regulamentam actividades dos intervenientes na fileira de caju, dentre  os quais, a criação de Intermediários de Postos, de Escoamento, de Exportadores e de Industrialização e Transformação da castanha.

Sambú disse ainda que, a India é um dos maiores compradores de Castanha de Cajú mas que neste momento está mais preocupado em  controlar a situação da pandemia de Covid-19 para diminuir a taxa de mortalidade no seu território.

Por outro lado, o Presidente da Associação dos Intermediários de Negócios disse que a situação dos novos impostos  que determinam o desconto de 15 francos em cada quilograma de cajú vendido é um dos factores que também estão por detrás do agravamento da situação da presente campanha de comercialização de castanha de caju.

Acrescentou que, o referido imposto só deveria ser cobrado apenas aos agricultores e não  aos intermediários ou exportadores também.

 Para Sambú o  governo deveria ser bastante claro nesse assunto, ou melhor deveria explicar aos agricultores  que, este ano, terão que pagar 15 francos em cada quilograma de caju que venderem.

“O Estado é a pessoa de bem,  nós somos entidades privadas, também temos o direito de obter ganho quando se trata de um negócio de modo a podermos seguir em frente. Por isso, não podemos estar a prestar um favor ao Estado a ponto de sermos descontado 15 francos em cada quilograma de Cajú que compramos, porque não somos nós os indicados para fazer isso”, reclamou aquele responsável.

Lassana Sambú disse que o governo pode controlar o pagamento do imposto aos agricultores através dos seus representantes nas regiões, porque os intermediários não podem e nem devem arcar com as consequências negativas dos impostos destinados aos agricultores.

Informou que, o governo introduziu 06 diplomas para regulamentação de Comercialização de Castanha de Cajú que são os seguintes, o diploma sobre comercialização interna, regulamento sobre profissão de intermediário no processo de comercialização, regulamento sobre produção de exportador no processo de comercialização, diploma de comercialização externa, sobre industrialização e recibos e armazéns.

“Estes seis mencionados diplomas são promulgadas pelo Presidente da República, mas não estão sendo cumpridas na íntegra, digo isso porque, no ponto 01 do regulamento sobre profissão de intermediário, consta que qualquer pessoa singular que está a solicitar licença na qualidade de intermediário tem que ser nacional da Guiné-Bissau, e que isso foi introduzida para dar  oportunidade aos nacionais, no sentido de conseguirem um trabalho de campo”, explicou.

Acrescentou que no ponto 02 do mencionado documento, consta que quem está a solicitar licença na qualidade de Intermediário de Escoamento pode apresentar o seu Bilhete de Identidade ou Cartão de Estrangeiro e que isso significa que os estrangeiros podem dar contrato à um nacional para que trabalhem e partilhem o lucro, de modo a contribuir para o bem do povo e da economia da Guiné-Bissau.ANG/AALS/ÂC//SG