Voz
di Paz divulga resultados de auscultação sobre inclusão da mulher e criança na
sociedade
Bissau, 31 Jan 20 (ANG) – A
ministra da Mulher, Família e Proteção Social, enalteceu hoje os trabalhos de
auscultação sobre inclusão de mulher e crianças na sociedade feitos pela “Voz
di Paz”, nas três regiões da Guiné-Bissau, nomeadamente em Gabu,Oio e Tombali, sob
o lema “No obi mindjeres ku mininos”.
Durante o acto de abertura
do encontro, Cadi Seide defendeu que não se pode falar da paz sem que haja na
mesma comunidade a inclusão social das mulheres e crianças, como sendo camadas
mais vulneráveis da sociedade guineense.
Por outro lado, mostrou-se
satisfeita pelos trabalhos desenvolvidos pela “Voz di Paz” junto das comunidades
do interior de país, que têm a ver com os mecanismos tradicionais de resolução
de conflitos que envolve mulheres e crianças, em diferentes regiões da
Guiné-Bissau.
De acordo com a governante,
a justiça participativa e inclusiva baseada na verdade, é um caminho sólidio
para a pacificação de corações e das mentes atingidas.
“A nossa cultura tradicional
tem a questão da exclusão das crianças nos assuntos da familia e da comunidade,
sobretudo no que se toca a opinião. Somos educados a ficarmos calados por sermos
crianças. E muitas das vezes, mesmo que o assunto é injusta para nós, temos que ficar calados porque somos apenas uma criança”,
lamentou a ministra.
Segundo a Directora de Voz
di Paz, Udé Fati , o referido estudo desenvolvido por esta organização nas três
regiões do país, se enquadra nos exercícios para se descobrir os mecanismos tradicionais de resolução
de conflitos quando envolvem mulheres e crianças, a fim de serem legitimados.
Questionada sobre as
conclusões dos estudos feitos, Udé Fati disse que a justiça tradicional nem sempre é uma justiça
imparcial, sobretudo quando se envolve uma mulher, acrescentando que os chefes
tradicionais defendem sempre o respeito à mulher pelo marido.
“Mas na mesma justiça
tradicional chegamos à conclusão de que nem sempre favorece as mulheres. Mas são da
preferência de muitas mulheres, porque acreditam que a justiça legítima não consegue
resolver os problemas das comunidades”, frisou Udé Fati.
Realçou, por outro lado, que
certas mulheres acreditam que a justiça tradicional é mais viável que a legítima, porque, com ela, se consegue o
entendimento nas suas comunidades, sem
demoras.
Udé Fati realçou por outro
lado que a problemática mais verificada no terreno, tem a ver com a herdança de
bens familiar e o divórcio.
“Muitas das vezes esta problemática traz ao
poder tradicional dificuldades em termos
de resolução, mas,entretanto, acabam por recorrer ao poder formal ou aos
lideres religiosos”, disse.
A Voz di Paz, Iniciativa
para a Consolidação da Paz, foi fundada em 2007, e é uma organização nao governamental
da Guiné-Bissau, que tem a missão de apoiar as populações e as autoridades para
melhor responder aos desafios da consolidação da paz e justiça na prevenção de
conflitos. ANG/LLA/ÂC//SG