segunda-feira, 17 de novembro de 2025

Angola/ General Kopelipa absolvido e General Dino condenado a cinco anos e seis meses de prisão

Bissau, 17 Nov 25 (ANG) - O Tribunal Supremo angolano absolveu, esta segunda-feira, Manuel Hélder Vieira Dias “Kopelipa” de todos os crimes de que era acusado e condenou Leopoldino Fragoso do Nascimento “Dino” a cinco anos e seis meses de prisão por falsificação de documentos, branqueamento de capitais, tráfico de influência e burla por defraudação.

A defesa já anunciou que vai recorrer.

O cidadão chinês Yiu Haiming também foi condenado a quatro anos e seis meses de prisão e o advogado Fernando Gomes dos Santos a três anos e seis meses. Por outro lado, as empresas China International Fund (CIF), Plansmart International Limited e Utter Right International Limited foram condenadas ao pagamento de mil dias de multa à razão de cinco mil dólares por dia.

O general “Dino” foi condenado pelos crimes de falsificação de documentos, branqueamento de capitais, tráfico de influência e burla por defraudação. A sua defesa pediu efeito suspensivo da pena, bem como os defensores dos restantes arguidos condenados.

A saída do tribunal, o advogado Benja Satula declarou: “Infelizmente, pode-se dizer que é um mau acórdão para um Estado democrático e de direito porque, como sabemos, nos termos do Código do Processo Penal, a prova que vale no processo é a prova que foi produzida durante a audiência. O que nós vimos no acórdão é o tribunal a fazer recurso às supostas declarações que foram prestadas em instrução preparatória para fundamentar a decisão. Só isso, por si, já torna o acórdão nulo"

O julgamento começou a 10 de Março e teve como arguidos os dois generais, antigos homens de confiança do ex-Presidente José Eduardo dos Santos, o antigo diretor-geral do CIF Angola, Yiu Haiming, o advogado Fernando Gomes dos Santos e as três empresas ligadas ao grupo CIF.

Os arguidos estavam acusados de crimes de peculato, burla por defraudação, falsificação de documentos, associação criminosa, abuso de poder, branqueamento de capitais e tráfico de influência. Ao longo da produção de prova, o Ministério Público recuou nos crimes imputados a Kopelipa. A 13 de outubro, nas alegações finais, o procurador admitiu não ter conseguido sustentar os crimes de peculato, burla por defraudação, falsificação de documentos, associação criminosa e abuso de poder, solicitando apenas a condenação do antigo chefe da Casa Militar pelo crime de tráfico de influência. O general acabaria por ser absolvido deste crime e ficou livre de todas as acusações.

Quanto a “Dino”, antigo chefe das comunicações de José Eduardo dos Santos, o Ministério Público manteve o pedido de condenação pelos crimes de falsificação de documentos, tráfico de influência, branqueamento de capitais e burla por defraudação - todos confirmados na sentença do Tribunal Supremo.

Para Yiu Haiming e Fernando Gomes dos Santos, o Ministério Público reiterou pedidos de condenação pelos mesmos crimes.

Segundo a acusação, o Estado angolano saiu lesado de um acordo de financiamento assinado com o grupo CIF, no período em que Angola realizava grandes obras públicas financiadas por linhas de crédito chinesas, tendo o processo envolvido 38 declarantes.

O ex-vice-Presidente e antigo presidente da Sonangol, Manuel Vicente, não foi constituído arguido, mas era recorrentemente citado na acusação.ANG/RFI

 

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