Angola/ MPLA considera “triviais” as declarações de André Ventura e denuncia nostalgia colonial
Bissau, 18 Nov 25 (ANG) - O partido no poder em Angola, o MPLA, considera “triviais” as recentes declarações de André Ventura sobre Angola e seus dirigentes.
O secretário para a Informação do Bureau Político do
MPLA, Esteves Hilário, afirma que ainda existem sectores da sociedade portuguesa
que mantêm o “saudosismo colonialista” em relação ao país africano.
Questionado, esta segunda-feira, 17 de Novembro, sobre as
críticas do líder do partido de extrema-direita portuguesa Chega, o secretário
para a Informação do Bureau Político do MPLA, Esteves Hilário, desvalorizou as
declarações, enquadrando-as no contexto da campanha eleitoral portuguesa.
Nós entendemos o contexto das declarações deste senhor, que são
feitas num contexto de campanha eleitoral. Para um líder populista, isso é absolutamente
trivial. Ataca tudo e todos e atacar Angola e a sua classe dirigente é algo
que, efectivamente, dá muitos votos. Então, nós compreendemos a necessidade que
tem de usar Angola.
Obviamente que há em Portugal, infelizmente, alguns sectores da
sociedade portuguesa que ainda conservam um saudosismo colonialista em relação
a Angola.
Angola é, desde 11 de Novembro de 1975, um país soberano, toma
as suas próprias decisões, os seus rumos, acerta e erra. O que é normal para
qualquer país.
Nós respondemos a este saudosismo, de certos sectores
portugueses, com a nossa soberania. Portanto, os assuntos de Portugal pertencem
aos portugueses e nós pedimos que os assuntos da Angola, deixem os angolanos
também.
Na semana passada, André Ventura criticou o discurso do
Presidente angolano, João Lourenço, - nas cerimónias do 50º aniversário da
independência de Angola, em Luanda - sobre o colonialismo português, bem como a
reacção de Marcelo Rebelo de Sousa, que classificou como branda, defendendo que
deveria ter abandonado a cerimónia.
Ventura
dirigiu ainda críticas directas ao MPLA: “Não aceitamos ser humilhados nem que os corruptos do MPLA nos digam
como governar ou avaliar a nossa história.” Sublinhou que “o atraso de Angola não se deve ao
colonialismo português, mas sim a 50 anos de corrupção que enriqueceram elites
e empobreceram o povo”.ANG/RFI

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