China/Governo constrói porta-aviões nuclear com ambição de rivalizar com os EUA
Bissau, 14 Nov 25 (ANG) - A China está a construir o seu primeiro porta-aviões com propulsão nuclear, num avanço que poderá reforçar significativamente a capacidade de projeção naval do país e desafiar a presença dos EUA na região Ásia-Pacífico.
Segundo um novo relatório do portal
especializado The War Zone, imagens de satélite recentes do estaleiro Jiangnan,
em Xangai, mostram progressos substanciais na construção do navio, designado
como Tipo 004, com indícios técnicos que apontam para a instalação de um
sistema de propulsão nuclear.
Este será o quarto porta-aviões da marinha chinesa,
mas o primeiro a abandonar a propulsão convencional, marcando uma nova etapa no
processo de modernização das Forças Armadas chinesas. A propulsão nuclear
permitirá ao navio operar durante longos períodos sem necessidade de
reabastecimento, além de aumentar a capacidade de transportar e lançar
aeronaves mais pesadas, como veículos aéreos não tripulados
("drones") de longo alcance, caças de quinta geração e aviões de
alerta antecipado.
A análise das
imagens indica a presença de novos compartimentos, reforços estruturais e
modificações compatíveis com a instalação de reatores, sugerindo que o
lançamento ao mar poderá ocorrer nos próximos meses. No entanto, a entrada em
serviço poderá demorar ainda vários anos, devido à complexidade dos testes e
validações.
Atualmente, apenas
os Estados Unidos e a França operam porta-aviões de propulsão nuclear. A
entrada da China nesse grupo restrito representa um avanço estratégico
significativo e reforça as ambições de Pequim de dispor de uma marinha de
"nível mundial" até 2049, ano do centenário da fundação da República
Popular.
Este
desenvolvimento surge num momento de crescentes tensões no estreito de Taiwan e
no mar do Sul da China, onde Pequim tem reforçado a presença militar e
realizado exercícios navais em larga escala. A capacidade de manter forças
navais operacionais em zonas remotas durante períodos prolongados é vista como
essencial para sustentar as ambições geopolíticas da China.
Além da nova
embarcação, a China tem investido fortemente em submarinos nucleares, mísseis
antinavio de longo alcance, sistemas de guerra eletrónica e tecnologia
aeroespacial, numa estratégia que visa contrariar a influência dos EUA e dos
seus aliados no Indo-Pacífico.ANG/Lusa

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