COP30/África
exige novo pacto climático baseado em financiamento justo e liderado pelo
continente
Bissau, 14 Nov 25 (ANG) – A África reafirmou
com veemência, na terça-feira(11) em Belém, Brasil, sua exigência por uma nova
meta coletiva e quantificada de financiamento climático, compatível com as
necessidades urgentes e concretas do continente, durante o Dia da África na
COP30.
Realizado sob o tema "África na
vanguarda da ação climática: financiamento sustentável para um crescimento
verde resiliente e inclusivo", o encontro reuniu ministros, instituições
pan-africanas, parceiros de desenvolvimento e representantes da juventude,
unidos por uma convicção comum: "sem financiamento equitativo e
sustentável, não haverá uma transição verde justa para a África".
Apesar de seu papel crucial na regulação
climática global (20% dos sumidouros de carbono do planeta com menos de 4% das
emissões de gases de efeito estufa), o continente recebe apenas 3% do
financiamento climático global. Essa desigualdade tem sido denunciada como um
obstáculo à implementação de políticas de adaptação e crescimento verde.
“A África fala com uma só voz, forte e unida,
em prol da justiça climática. Não somos meros beneficiários da transição
global, mas sim agentes que implementam soluções justas e africanas”, afirmou o
Comissário da União Africana para o Meio Ambiente Sustentável, Moses Vilakati.
As discussões centraram-se na necessidade de
mobilizar financiamento inovador, equitativo e sem dívidas, de alavancar
recursos internos (mais de 350 mil milhões de dólares em fundos soberanos e
fundos de pensões) e de reestruturar a arquitetura financeira global para
permitir o acesso direto aos recursos por parte dos países africanos.
Segundo Kevin Kariuki, vice-presidente do
Grupo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), "a luta contra as mudanças
climáticas está no cerne da ambição da África. Trata-se de construir
infraestrutura resiliente, transformar a demografia em um ativo e liberar o
poder do capital africano."
Os participantes também defenderam a
precificação justa do carbono e a implementação efetiva dos compromissos
assumidos em Baku, incluindo a mobilização de US$ 300 bilhões anualmente para a
África como parte da meta global de financiamento climático até 2030.
Em Belém, a mensagem do continente foi
inequívoca: a África não pede caridade, mas sim uma parceria justa. Ela clama
por um novo pacto climático global que reconheça sua liderança, recompense sua
contribuição para a preservação do planeta e invista em seu futuro verde e
resiliente.ANG/Faapa

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