EUA/Trump pediu a Isaac Herzog que perdoe Netanyahu, julgado por corrupção
Bissau, 12 Nov 25 (ANG) - O presidente de Israel, Isaac Herzog, divulgou hoje uma carta do homólogo norte-americano, Donald Trump, em que lhe pede formalmente que conceda um indulto ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, atualmente julgado por corrupção.
"Venho por este meio solicitar que conceda um perdão total a Benjamin Netanyahu, que tem sido um primeiro-ministro formidável e decisivo durante a guerra e que agora está a conduzir Israel para uma era de paz", refere a carta do presidente norte-americano, divulgada pelo gabinete de Herzog.
"Quem pretenda obter um
indulto presidencial deve apresentar uma solicitação formal de acordo com os
procedimentos estabelecidos",
indicou a presidência israelita.
O primeiro-ministro israelita está a ser julgado em
três processos de corrupção, em que
alguns deles datam de 2019.
No entanto, o líder
da oposição em Israel, Yair Lapid, criticou já o pedido de Trump e defendeu que
Netanyahu deve "admitir a culpa" e expressar arrependimento como
condição prévia a qualquer indulto.
"Para lembrar:
a lei israelita estabelece que a primeira condição para receber um indulto é a
admissão de culpa e a expressão de arrependimento pelos atos cometidos",
escreveu Lapid na rede social X.
O julgamento de
Netanyahu envolve vários processos, nomeadamente o conhecido por
"BibiLeaks", em que o Shin Bet (a agência de segurança interna) está
ainda a investigar se o gabinete do primeiro-ministro foi conivente com
funcionários dos serviços secretos na divulgação de material confidencial nos
meios de comunicação social para encorajar a opinião pública contra um acordo
de reféns com o Hamas.
A informação estava
na posse do Ministério da Defesa e não se sabe como chegou às mãos de
funcionários do gabinete de Netanyahu, que alegadamente a divulgaram aos meios
de comunicação social, mas com manipulações egoístas.
Por outro lado, o
chefe de gabinete de Netanyahu, Tzachi Braverman, foi acusado no início de
novembro de 2024 de ter extorquido um vídeo comprometedor a um oficial do
secretariado militar do gabinete do primeiro-ministro para alterar as atas das
discussões realizadas nas horas que antecederam o ataque do Hamas de 07 de
outubro de 2023, no qual 1.200 pessoas foram mortas e 250 raptadas.
Os altos
funcionários do círculo próximo de Netanyahu terão recebido informações dos
serviços secretos militares sobre movimentos suspeitos de comandantes do Hamas
na Faixa de Gaza nessa manhã e sobre a ativação de centenas de cartões SIM
israelitas no interior do enclave.
Outra questão tem a
ver com o facto de a defesa legal de Netanyahu ter pedido sucessivos adiamentos
da audição de testemunhas no julgamento que enfrenta por corrupção desde 2020,
pedidos que o tribunal de Jerusalém tem rejeitado.
O testemunho de
Netanyahu deveria ter começado em novembro de 2023, mas foi adiado várias vezes
devido à guerra em Gaza.
Netanyahu é acusado
desde 2019 de fraude, suborno e quebra de confiança em três casos distintos e é
acusado de receber presentes em troca de favores e tratamento favorável para
uma cobertura positiva em vários meios de comunicação social.
Netanyahu e a sua
mulher Sara são acusados de aceitar mais de 260 mil dólares em artigos de luxo
(charutos, joias, champanhe) de multimilionários, entre os quais o produtor
israelita de Hollywood Arnon Milchan e o empresário australiano James Packer,
em troca de favores políticos.
O primeiro-ministro
israelita está ainda a ser processado também por ter tentado negociar uma
cobertura mais favorável de Arnon Mozes, editor do Yedioth Aharonoth, o
principal diário pago do país, em troca da promessa de uma lei que teria
restringido a circulação do jornal gratuito Israel Hayom, um título popular em
Israel. ANG/RFI

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