Nigéria/Combates entre grupos jihadistas rivais provocam 200 mortos no norte da Nigéria
Bissau, 11 Nov 25 (ANG) - Confrontos entre facções jihadistas rivais causaram cerca de 200 mortos no domingo em Dogon Chiku, na instável região do Lago Chade, no nordeste da Nigéria, segundo fontes dos serviços de inteligência e jihadistas.
Os dois grupos que outrora combatiam lado a lado e se separaram
em 2016 devido a divergências ideológicas, têm lutado pelo controlo de
territórios.
"De acordo com o balanço que obtivemos, cerca de 200 terroristas
do ISWAP foram mortos nos combates", disse um membro de uma
milícia antijihadista que apoia o exército nigeriano, enquanto outras fontes de
segurança locais dão conta da apreensão de armas e de quatro baixas do lado do
grupo Boko Haram.
"Este pode ser o pior confronto entre os dois grupos desde que
começaram a atacar-se um ao outro", indicam estas fontes.
Uma fonte da inteligência nigeriana que opera na região informou
estar a acompanhar de perto esta situação, contabilizando, por seu turno, "mais de 150 mortes". "Tomamos conhecimento dos
combates, que são boas notícias para nós", acrescentou.
O Lago Chade, extensão de água doce situada entre a Nigéria, o
Níger, os Camarões e o Chade, tem servido de refúgio tanto para o Boko Haram
como para o ISWAP, que o utilizam como base de retaguarda para lançar ataques
nos quatro países.
O ISWAP, ligado ao grupo Estado Islâmico, separou-se do Boko
Haram em 2016. A luta fratricida vigente desde então com o grupo Boko Haram
culminou em Maio de 2021 com a eliminação do seu líder, Abubakar Shekau,
durante combates no seu bastião na floresta de Sambisa, no nordeste da Nigéria.
Recorde-se que segundo a ONU, a insurreição jihadista vigente
desde 2009 provocou mais de 40 mil mortos e cerca de dois milhões de deslocados
no nordeste da Nigéria, zona maioritariamente muçulmana.
Os ataques jihadistas estenderam-se ao Níger, ao Chade e aos
vizinhos Camarões, levando à criação de uma força militar regional para
combatê-los.
Há um pouco mais de uma semana, o Presidente dos Estados Unidos
ameaçou intervir militarmente na Nigéria, devido àquilo que denominou de "assassinatos de cristãos" pelos
islamistas radicais, na sequência de um forte lobby neste sentido por parte de
eleitos conservadores e das correntes evangélicas do seu país.ANG/RFI
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