Sociedade/ “A Guiné-Bissau está a transformar-se nos olhos dos atores da sociedade civil e religiosa numa espécie de barril de pólvora”, diz estudos publicados hoje em Bissau
Bissau, 11 Nov 25 (ANG) – Estudos
científicos divulgados esta, terça-feira, em Bissau, indicam que não existe
ainda, no pais, líderes precursores de democracia nem intelectuais interessados em implementar e
seguir os princípios básicos da democracia multipartidária na esfera política nacional.
Trata-se de resultados de trabalhos de investigação levados a cabo pelo Instituto de Segurança, Política e Relações Internacionais(ISPRI) uma organização nacional de caracter científico, que tem como objectivo a investigação e publicação de estudos sobre a segurança, política e relações internacionais na Guiné-Bissau.
Os resultados de estudos realizados,
através de Escuta Ativa de dirigentes políticos, entre Maio e Setembro de 2024 foram
apresentados por António Nhaga, presidente do ISPRI.
Citando resultados dos estudos,
António Nhaga referiu que “a
Guiné-Bissau está a transformar-se, nos olhos dos atores da sociedade civil e
religiosas, numa espécie de barril de
pólvora”, que um dia poderá deflagrar com as consequências imprevisíveis, se os
atores da sociedade civil e religiosas
não procurarem encontrar soluções à tempo, poderá haver um genocídio pior que o do Ruanda.
“Durante os cinco meses de pesquisa, os
investigadores identificaram uma forte divisão dentro da classe política,
constataram que quase 90 por cento da população ligada a partidos está dividida
e que a maioria dos dirigentes enfrenta a democracia multipartidária”, disse
António Nhaga.
Acrescentou que os indicadores de “Escuta Activa” demonstram
que, realmente, no país, não há uma verdadeira promoção de democracia
multipartidária e do Estado do Direito Democrático, ou seja, nos grandes partidos políticos nacional, não
há ainda um diálogo e uma convivência democrática com a participação de todos
os dirigentes.
Os resultados
dos estudos desta
instituição apontam que os discursos dos dirigentes políticos
provam que não existem hoje nos partidos políticos um imaginário de conflito
saudável de ideias democráticas.
Nhaga diz que o estudo só agora foi tornado público porque a
situação política se agravou com o início da campanha eleitoral. “Sentimos que
o país está em ameaça, e por isso decidimos divulgar os resultados”, contou. ANG/MI/ÂC//SG

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