Ucrânia/Presidente Zelensky a braços com escândalo de corrupção no seu governo
Bissau, 14 Nov 25 (ANG) - O
Presidente da Ucrânia impôs sanções, quinta-feira, contra
um empresário que é
considerado um amigo próximo e é acusado de ter orquestrado um grande esquema
de corrupção no sector energético que envolve igualmente membros do governo
ucraniano.
A decisão foi tomada na sequência
de revelações feitas, terça-feira, pela
procuradoria.
As sanções contra Timur Minditch, de 46 anos,
co-proprietário da produtora Kvartal 95, fundada por Volodymyr Zelensky quando
era humorista, e contra outro empresário envolvido no escândalo incluem o
congelamento dos seus bens, de acordo com um decreto presidencial.
Timur Minditch é acusado de ter orquestrado
um vasto sistema de corrupção no sector energético, com o pagamento de subornos
no valor de 100 milhões de dólares e envolvendo vários altos responsáveis,
incluindo membros do governo ucraniano.
Timour Minditch, que deixou a Ucrânia pouco
antes do escândalo, também é suspeito de influenciar as decisões de altos
funcionários do governo, incluindo o ex-ministro da Defesa Rustem Oumerov, hoje
secretário do Conselho de Segurança Nacional.
Um ex-vice-primeiro-ministro, Oleksiï
Tchernychov, também está na lista de pessoas colocadas em acusação, segundo as
estruturas anticorrupção.
Este caso que tem indignado a população
ucraniana constantemente confrontada com cortes de energia devido aos
bombardeamentos russos levou já à demissão nesta quarta-feira da ministra
ucraniana da Energia Svitlana Gryntchouk e do titular do pelouro da Justiça,
que anteriormente tinha sido ministro da Energia, German Galushchenko.
Este último é acusado de ter recebido "vantagens pessoais" em
troca do controlo sobre os fluxos financeiros do sector energético por
Minditch.
Por seu turno, apesar de o seu nome não ser
citado para já neste caso, Svitlana Gryntchouk é considerada pela imprensa
ucraniana como uma pessoa de confiança do seu antecessor.
Na oposição, o ex-presidente Petro
Poroshenko, reclamou ontem à noite a demissão do governo.
A procuradoria anticorrupção também anunciou
na quarta-feira a prisão preventiva de várias pessoas acusadas de envolvimento
no caso.
Perante esta situação, o chanceler alemão
Friedrich Merz, cujo país é o principal aliado europeu de Kiev, pediu nesta
quinta-feira, durante uma conversa telefónica com Volodymyr Zelensky, que ele
lute "energicamente" contra a
corrupção.
Sem comentar directamente o escândalo, o
Presidente ucraniano indicou nas redes sociais ter garantido a Merz que "a Ucrânia fará tudo o que for necessário
para reforçar a confiança dos parceiros".
A Ucrânia, recorde-se, depende em larga
medida do apoio internacional no seu esforço de guerra contra a Rússia que
invadiu o seu território há quase quatro anos. ANG/RFI

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