sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Justiça/ Jurista e analista político Luís Vaz Martins “raptado e selvaticamente agredido”

Bissau, 10 Out 25(ANG) - O jurista, ativista dos direitos humanos e comentador político, Luís Vaz Martins foi raptado  no  princípio da tarde de hoje, no centro de cidade de Bissau e levado para zonas de Ndam  arredores de Bissau) onde foi “selvaticamente agredido por homens armados”.

A denúncia foi feita pelo  Jornal Última Hora, que diz que,  apesar de estar coberto de sangue, Luís Vaz Martins ainda terá conseguido  explicar o que lhe terá acontecido.

Segundo o Última Hora , Vaz Martins , uma voz crítica ao regime , disse que, os seus raptores falavam apenas das suas intervenções enquanto comentador de  assuntos políticos. “Abandonaram-me aqui nas zonas de Ndam”, contou o próprio .

O Jornal refere ainda que Martins, que foi socorrido no local por  populares, deverá ser presente ao médico  para avaliação da  gravidade dos ferimentos que sofrera.

Esta é a segunda vez que Luís Vaz Martins é atacado por homens armados e que a sua integridade física é posta  em causa. ANG/Jornal Última Hora


Política/Dirigentes do PAIGC do atual governo responsabilizam a direção do partido por eventual não participação nas eleições gerais

Bissau, 10 Out 25(ANG) – Os dirigentes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde(PAIGC) no atual governo responsabilizam a atual direção do partido, liderado por Domingos Simões Pereira, da eventual não participação “inédita”, desta formação política nas próximas eleições gerais, previstas para 23 de Novembro de 2025.

A responsabilização da direção do PAIGC por eventual impedimento de participação não próximas eleições foi feita, esta sexta-feira, numa conferência de imprensa, em Bissau, na voz de Carlos Pinto Pereira, porta-voz do grupo,

integrado por José Carlos Esteves, Jaimentino Có, Carlos Nelson Sano e Suleimane Dabó.

 “Há muito tempo que estamos a dizer que o líder do partido, Domingos Simões Pereira, que pretende ser candidato do partido às eleições presidenciais não poder ser ao mesmo tempo cabeça de lista do partido para as legislativas”, disse Pinto Pereira, atual ministros dos Negócios Estrangeiros, da Cooperação Internacional e das Comunidades.

Acrescentou que desde cedo, Simões Pereira foi aconselhado para clarificar quem será a cabeça de lista do partido nas próximas legislativas, que deverá ser o primeiro-ministro em caso de vitória eleitoral, apesar de o Estatuto do partido prever essa prorrogativa para o presidente.

 “Os nossos apelos nesse sentido nunca foram levados em conta e hoje estamos numa situação muito delicada e que pode comprometer o futuro do partido, relativamente a sua participação nas eleições gerais de 23 de novembro”, salientou Pinto Pereira..

O PAIGC e mais outras formações políticas fazem parte da Coligação PAI-Terra Ranka e nesse quadro submeterem ao Supremo Tribunal de Justiça a candidatura da coligação às eleições gerais de 03 de Novembro, três dias antes do fim do prazo estabelecido para o efeito.

Alegando impossibilidade de prazo para apreciar a candidatura, a coligação PAI-Terra Ranka não foi tida em conta pelo STJ para as eleições de Novembro.

 “O Supremo Tribunal de Justiça disse que não impede aos partidos membros da referida Plataforma d concorrerem individualmente às eleições, mas o que assistimos foi uma tomada de posição firme da parte da Direção do PAIGC no sentido de que não aceitar participar nas eleições fora do quadro da coligação”, disse Carlos Pinto Pereira.

De acordo com o político, neste momento, o prazo para as formalizações das candidaturas já expirou e a Plataforma PAI-Terra Ranka não foi reconhecida como coligação e não vai puder participar nas próximas eleições.

“Assim sendo, uma vez que o PAIGC não foi capaz de apresentar uma solução alternativa de forma a participar nas eleições com as suas listas próprias, agora vê a sua participação comprometida no próximo escrutínio “, disse.

Pinto Pereira afirmou que pela primeira vez na história democrática da Guiné-Bissau, o PAIGC corre o risco de não participar nas próximas eleições porque não foi capaz de apresentar uma lista de candidatos a deputado no seu próprio nome.

Acrescentou que a própria candidatura presidencial que o PAIGC pretende apoiar, muito provavelmente, estará igualmente comprometida, tendo em conta que foi apresentada em nome da PAI- Terra Ranka. ANG/ÂC//SG

Energia/ Guiné-Bissau reafirma compromisso com “Acordo de Paris” e ODS para acesso digno à água para todos

Bissau, 10 Out 25 (ANG) – A Guiné-Bissau reafirmou o seu compromisso com o “Acordo de Paris,  com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável(ODS), e com a construção de um futuro onde todos tenham acesso digno à água, ao saneamento e à higiene, direitos fundamentais que devem ser protegidos com determinação política e responsabilidade coletiva.

A afirmação é do ministro dos Recursos Naturais, Malam Sambú e foi feita na cerimónia de abertura do ateliê de Revisão e Validação do Relatório de Avaliação Climática, Saneamento e Higiene (WASH).

O governante sublinhou que a validação do Relatório de Avaliação Climática para o setor de água, representa um marco importante na trajetória da Guiné-Bissau, rumo a um desenvolvimento sustentável e resiliente, em que  as decisões políticas são sustentadas por evidências técnicas, escuta ativa das comunidades e alinhamento com os compromissos internacionais assumidos pelo Estado.

"Vivemos um momento decisivo, as alterações climáticas deixaram de ser uma ameaça distante, para se tornarem uma realidade, que já compromete o nosso presente assim como podendo comprometer seriamente o nosso futuro”, frisou.

Sambú apontou as secas prolongadas, cheias imprevisíveis, a erosão das  zonas costeiras, e a crescente escassez de água potável como sinais claros de que não se pode  adiar as soluções.

Disse que, perante esse cenário, o Governo da Guiné-Bissau vai assumir plenamente a responsabilidade de liderar, com firmeza e visão estratégica, a transformação necessária no setor de Água, Saneamento e Higiene, e que o referido setor não é apenas um eixo técnico ou social mas sim  uma questão de soberania,  dignidade nacional e de justiça social.

Sobre o relatório  em análise, Malam Sambú disse que é fruto de um esforço coordenado, envolvendo ministérios setoriais, especialistas, comunidades e parceiros, e que oferece recomendações claras para garantir que o setor WASH esteja preparado para enfrentar os impactos climáticos, através de ações de adaptação, mitigação e fortalecimento institucional.

"Cabe agora à todos os atores públicos, privados, sociedade civil e parceiros de desenvolvimento traduzir este relatório em decisões políticas corajosas, investimentos concretos e mudanças reais na vida das populações”, salientou, acrescentando tratar-se do  momento de reforçar a confiança entre os setores, acelerar a implementação de políticas públicas eficazes e colocar os interesses do povo guineense no centro da ação climática.

Por seu turno, e em nome do representante do Unicef, Sandra Martins disse que a agência da ONU reafirma o seu compromisso de apoiar o Governo e os parceiros na integração da resiliência climática nos programas de água, saneamento e higiene, para reforçar as capacidades nacionais e promover soluções inovadoras e sustentáveis.

“Reafirmamos o nosso firme compromisso com essa causa, e vamos continuar a trabalhar lado a lado com o governo, parceiros e a sociedade civil para garantir que nenhuma criança seja deixada para trás na resposta ás alterações climáticas”, disse.

A crise climática é para Sandra Martins  uma crise dos direitos das crianças e adolescentes da Guiné-Bissau,  que representam mais de metade da população, e que estão entre os mais vulneráveis aos impactos das alterações climáticas.

“Apesar de serem os que menos contribuíram para a referida crise, a análise da situação climática sobre as crianças da Guiné-Bissau CLAC, publicada em 2024, revelou que mais de 540.000 crianças no país estão expostas a temperaturas extremas, com riscos crescentes para a sua saúde, educação e bem-estar”, salientou.

Acrescentou  que os Estudos de Riscos Climáticos no Setor de Água e Saneamento na Guiné-Bissau, realizados em Março deste ano, tem como objetivo identificar e compreender os riscos climáticos que mais afetam o setor, fornecendo evidências essenciais para planear respostas mais eficazes, sustentáveis e inclusivas.

 As mudanças climáticas representam uma ameaça direta ao bem-estar das crianças, comprometem o acesso à água potável, aumentam os riscos de doenças, reduzem a frequência escolar e agravam desigualdades já existentes”, frisou.

Aquela responsável, realçou que é fundamental colocar a criança no centro das estratégias de adaptação e mitigação climática e investir em infraestruturas de água, saneamento e higiene resilientes ao cima
e investir na saúde, na educação e no futuro das crianças na Guiné-Bissau.

“Cada poço protegido, cada sistema solar instalado, cada latrina construída com materiais duráveis é uma barreira contra a vulnerabilidade e um passo em direção à equidade e  dignidade humana”, disse Sandra Martins.

O  encontro de hoje reúne  os parceiros que atuam no setor WASH e na área de mudanças climáticas, visando  fortalecer a resiliência do país face aos desafios climáticos. ANG/MI/ÂC//SG

 

Justiça/Governo promete trabalhar de mãos dadas com  ONU para garantir acessibilidade da justiça à todos

Bissau, 10 Out 25 (ANG) – O Primeiro-ministro prometeu hoje trabalhar, de mãos dadas com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento(PNUD),  para que a garantia da acessibilidade da justiça seja para  todos os cidadãos .

Braima Camará falava hoje ao presidir a cerimónia de abertura da Conferência sobre Diálogo de Alto Nível sobre Estado de Direito e Instituição de Segurança na Guiné-Bissau.

Reiterou que o Governo  está comprometido com o processo de reforma do Estado, assente na boa governação,  no respeito pelos Direitos Humanos e na consolidação do Estado de Direito.

Segundo o chefe do Governo, não há desenvolvimento sem a justiça, e de igual modo que não pode existir uma paz duradoura sem instituições sólidas e credíveis.

Camará saudou o  empenho das Nações Unidas (ONU), e de todos os parceiros bilaterais e unilaterais que acompanham a Guiné-Bissau nas tarefas de reconstrução institucional e  reformas do setor da justiça e  segurança.

“Em nome do Governo, reafirmo a nossa total abertura à cooperação com as Nações Unidas (ONU), e com todos os parceiros que partilham esta visão. Estamos determinados a traduzir as recomendações desta missão em ações concretas, capazes de gerar resultados tangíveis na vida das pessoas”, declarou o governante.

A Coordenadora Residente do Sistema das Nações Unidas (ONU)  na Guiné-Bissau, Ganevieve Boutin,  declarou  o compromisso de apoiar a Guiné-Bissau, no domínio de desenvolvimento sustentável, e com o princípio de não deixar ninguém para atrás.

De acordo com Boutin, o novo Plano Nacional de Desenvolvimento,  em processo de validação, destaca a justiça e segurança como pilares de desenvolvimento sustentáveis.

“O quadro das Nações Unidas para o próximo ano será alinhado a essa visão, como apoio reforçado às instituições nacionais”, assegurou Ganevieve Boutin.

No  evento de um dia, promovido pelo  Gabinete da Coordenadora Residente do Sistema das Nações Unidas na Guiné-Bissau, os participantes debatem  o tema: “O Estado de Direito e Instituições de Segurança na Guiné-Bissau”.

Os trabalhos da jornada devem ser concluídos com a adopção de  recomendações finais. ANG/LLA/ÂC//SG  

 Holanda/Tribunal Penal Internacional recusa libertar ex-presidente das Filipinas

Bissau, 10 Out 25 (ANG) - O Tribunal Penal Internacional (TPI) rejeitou o pedido de libertação do ex-presidente filipino Rodrigo Duterte, que alegou razões de saúde, anunciou hoje o tribunal com sede em Haia.

Os juízes do TPI consideraram que Duterte representa um risco de fuga e que poderia influenciar testemunhas caso fosse libertado, segundo um comunicado do tribunal.

Na opinião do tribunal, os riscos de fuga sobrepõem-se aos eventuais problemas de saúde do ex-chefe de Estado, atualmente com 80 anos.

"A Câmara considera que a detenção de Duterte permanece necessária", afirmou o tribunal, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).

As acusações contra Duterte decorrem da campanha que promoveu durante anos contra consumidores e traficantes de droga, que, segundo organizações de defesa dos direitos humanos, provocou milhares de mortes.

Os procuradores do TPI apresentaram três acusações de crimes contra a humanidade, imputando-lhe envolvimento em pelo menos 76 homicídios relacionados com a "guerra contra a droga".

A primeira acusação refere-se ao alegado papel de coautor em 19 homicídios cometidos entre 2013 e 2016, enquanto presidente da câmara da cidade de Davao.

A segunda envolve 14 homicídios em 2016 e 2017, já como Presidente da República, cargo que desempenhou entre 2016 e 2022.

A terceira acusação diz respeito a 43 mortes em "operações de limpeza" contra pequenos consumidores ou alegados traficantes de droga.

Duterte foi detido em Manila em 11 de março, transferido para os Países Baixos na mesma noite e permanece desde então na prisão de Scheveningen, no complexo do TPI em Haia.

Na primeira audiência, acompanhada por videoconferência, mostrou-se confuso e frágil, falando muito pouco.

O advogado de defesa, Nicholas Kaufman, afirmou que Duterte não estava apto para ser julgado devido a "alterações cognitivas em várias áreas" e solicitou ao TPI o adiamento indefinido do processo.

Kaufman lamentou a recusa do tribunal em libertar Duterte.

"A defesa considera que a decisão de rejeitar garantias estatais sem precedentes para um octogenário debilitado e com distúrbios cognitivos, mantido afastado do público durante mais de seis meses, é errada", disse à AFP.

"Foi interposto recurso há uma semana", acrescentou.

Segundo o TPI, Duterte "continua a representar um risco de fuga e a detenção é necessária para assegurar a sua presença durante o processo preliminar e eventual julgamento".

Os juízes destacaram os "contactos políticos" de Duterte e a "rede de apoio" nas Filipinas, que o poderia ajudar a fugir.

O tribunal acrescentou que existe risco de Duterte e apoiantes "representarem uma ameaça para as testemunhas, direta ou indiretamente".

A filha do ex-chefe de Estado, Sara Duterte, é atualmente vice-presidente do país do Sudeste Asiático.

Os relatórios médicos apresentados pela defesa, alegando declínio cognitivo, foram considerados insuficientes para justificar a libertação.

"A Câmara considera que os documentos não indicam de que forma o estado físico ou os distúrbios cognitivos alegados" pela defesa "anulam os riscos identificados", declarou o tribunal.

Os juízes sublinharam, contudo, que a avaliação se refere apenas à questão da libertação provisória.

Ainda cabe ao tribunal determinar se os problemas de saúde alegados tornam Duterte inapto para ser julgado num eventual julgamento.ANG/Lusa

     Bélgica/Novo sistema europeu de controlo de fronteiras entra em vigor

Bissau, 10 Out 25 (ANG) - Onovo sistema europeu de controlo de fronteiras externas, designado como Entry/Exit System (EES), entra em vigor no próximo dia 12 de outubro, para todos os países do espaço Schengen.

O comunicado do Sistema de Segurança Interna (SSI) enviado às redações, refere que o EES não se aplica a cidadãos da União Europeia, mas sim a todos os viajantes de países terceiros que entram no espaço Schengen para estadias de curta duração.

A nota oficial estabelece ainda um limite de 90 dias, num período de 180 dias consecutivos, independentemente das pessoas necessitarem ou não de visto.

"Este sistema vai permitir detetar de forma mais rápida documentos falsos, entradas irregulares e outras ameaças à segurança", lê-se no comunicado.

As autoridades avançam ainda que o ESS "coloca o país na linha da frente da gestão inteligente das fronteiras, reforçando a proteção das fronteiras externas bem como a cooperação e partilha automática de dados entre os Estados-Membros."

Eis o que vai alterar no controlo de fronteiras:

·         As entradas e saídas de viajantes de países terceiros passam a ser registadas eletronicamente (data, hora e posto de fronteira);

·         O EES substitui o carimbo manual nos passaportes, modernizando e tornando mais seguro todo o processo de controlo.

·         Na primeira entrada, são recolhidas quatro impressões digitais e uma fotografia, aplicável a partir de dezembro;

·         O sistema identifica automaticamente quem excede o período legal de permanência no espaço Schengen;

·         A informação é partilhada em tempo real com as autoridades dos países Schengen, através de um sistema centralizado e interoperável com outras bases de dados europeias de segurança

O SSI reforça ainda que o sistema Entry/Exit cumpre rigorosamente as normas europeias e nacionais de proteção de dados pessoais, garantindo a confidencialidade e a segurança da informação. ANG/Lusa

 

Médio Oriente/Israel publica lista de 250 detidos a libertar "por razões de segurança"

Bissau, 10  Out 25 (ANG) - Israel publicou hoje uma lista de 250 "detidos por razões de segurança" que poderiam ser libertados em troca de reféns mantidos em Gaza, como parte do cessar-fogo, mas que exclui os principais símbolos da luta armada palestiniana.

Os prisioneiros palestinianos que beneficiarão do pacto estão a cumprir prisão perpétua em prisões israelitas, embora o acordo tenha deixado de fora figuras proeminentes da política palestiniana, como Marwan Barghouti, um dos líderes da Primeira e Segunda Intifada e uma figura política proeminente dentro do partido Al Fatah (no poder na Cisjordânia), ou o líder da Frente Popular de Libertação da Palestina (FPLP), Ahmad Saadat.

Segundo a lista publicada pelo Ministério da Justiça israelita, vários altos funcionários do movimento islamita palestiniano Hamas (que controla Gaza desde 2007), como Ibrahim Hamed e Hassan Salameh, também não serão libertados, apesar da pressão do grupo armado palestiniano para obter a libertação destes representantes.

Dos 250 prisioneiros que serão libertados, estima-se que 15 serão transferidos para Jerusalém Oriental, enquanto uma centena irá para a Cisjordânia e outros 135 serão sujeitos a deportação.

No entanto, várias mudanças de última hora foram introduzidas ao longo desta manhã, na qual o cessar-fogo na Faixa de Gaza também entrou em vigor, de acordo com informações recolhidas pelo jornal The Times of Israel.

Assim, Iyad Abu al-Rub, comandante da Jihad Islâmica na área de Jenin e condenado por orquestrar ataques terroristas em solo israelita, deverá ser libertado, juntamente com Mohammed Zakarne, um membro da Fatah que planeou um ataque em 2009.

A eles junta-se Mohammed Abu al-Rub, condenado por um ataque com faca em 2017. Mahmud Qawasmi, um alto funcionário do Hamas libertado e preso novamente em Gaza em 2024, também será entregue.

O acordo inclui a libertação de mais de 1.700 habitantes de Gaza detidos após o ataque do Hamas de 07 de outubro de 2023, mas que não estiveram envolvidos nos ataques, incluindo todas as mulheres e crianças detidas neste contexto.

Da mesma forma, por cada refém israelita cujo corpo for entregue, Israel entregará os restos mortais de 15 habitantes de Gaza falecidos.

Por sua vez, o Gabinete de Informação de Prisioneiros Palestinianos, afiliado ao Hamas, disse num comunicado que "ainda não foi alcançado um acordo sobre o conteúdo da lista e os nomes a incluir na troca".

"Uma vez alcançado um acordo sobre os nomes dos presos, as listas oficiais serão publicadas na plataforma do gabinete", sublinhou.

Na madrugada de hoje, o Governo israelita aprovou a primeira fase do acordo de cessar-fogo em Gaza e libertação dos reféns ainda detidos pelo Hamas, impulsionado pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, tendo o entendimento entrado em vigor hoje às 12h00 locais (10h00 em Lisboa).

De acordo com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, dos 48 reféns (47 dos quais raptados a 07 de outubro de 2023, durante os ataques do Hamas a Israel, que deram início à guerra, e um soldado morto em 2014, cujos restos mortais estão na posse do grupo extremista palestiniano), 20 estão vivos e 28 mortos.ANG/Lusa

 

Mali/ Onze soldados, incluindo dois generais expulsos do exército por tentativa de desestabilização

Bissau, 10 Out 25 (ANG) - As autoridades de transição do Mali demitiram onze soldados, incluindo dois generais, do exército, em conexão com uma tentativa de desestabilização do poder ocorrida no início de agosto, de acordo com decretos publicados no diário oficial.

A decisão, descrita como uma "medida disciplinar" em documentos oficiais, afeta vários oficiais superiores, capitães e um suboficial. Os acusados ​​eram suspeitos de terem participado de uma tentativa de derrubar as autoridades no início de agosto, segundo fontes de segurança.

As prisões foram feitas na ocasião, principalmente entre membros da Guarda Nacional, durante uma operação realizada pelos serviços de segurança.

Desde 2012, o Mali enfrenta uma crise multidimensional marcada por insegurança persistente, tensões políticas e dificuldades econômicas. ANG/FAAPA

Suécia/Opositora venezuelana María Corina Machado vence Nobel da Paz

Bissau, 10 Out 25 (ANG) - O Prémio Nobel da Paz 2025 foi atribuído, esta sexta-feira, à líder da oposição venezuelana María Corina Machado.

O presidente do Comité do Nobel, Jørgen Watne Frydnes, disse que María Corina Machado foi premiada “pelo seu incansável trabalho de promoção de direitos democráticos para o povo da Venezuela e pela sua luta para tentar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”.

O Comité do Nobel justifica que “enquanto líder do movimento pela democracia na Venezuela, María Corina Machado é um dos exemplos mais extraordinários de coragem civil na América Latina nos últimos tempos”. A organização do Prémio Nobel lembrou “o seu incansável trabalho de promoção de direitos democráticos para o povo da Venezuela e pela sua luta para tentar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”.

María Corina Machado é descrita como uma “corajosa e empenhada defensora da paz”, “uma mulher que mantém a chama da democracia acesa no meio da crescente escuridão e como uma “figura-chave e unificadora numa oposição política que anteriormente estava profundamente dividida”, exigindo eleições livres e um governo representativo.

María Corina Machado, de 58 anos, foi deputada da Assembleia Nacional da Venezuela entre 2011 e 2014. É fundadora da Súmate, uma organização dedicada ao desenvolvimento democrático e tem defendido “eleições livres e justas há mais de 20 anos. O Comité do Nobel lembra, ainda, que ela “tem defendido a independência judicial, os direitos humanos e a representação popular” e que passou anos a trabalhar pela liberdade do povo venezuelano”.

María Corina Machado entrou na política no início dos anos 2000 ao militar por um referendo contra Hugo Chavez e fez da queda do regime "chavista" a causa da sua vida. É formada em Engenharia e foi impedida de se candidatar às presidenciais de 2024 apesar da sua grande popularidade. Favorita nas sondagens, ganhou o apelido de “libertadora e é obrigada a viver na clandestinidade no seu país. A Venezuela é dirigida desde 2013 por Nicolas Maduro, o herdeiro político de Hugo Chavez, e o Comité do Nobel lembrou que “a Venezuela passou de um país relativamente democrático e próspero a um estado brutal e autoritário a braços com uma crise humanitária e económica”.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, tinha manifestado o desejo de vencer, este ano, o Prémio Nobel da Paz. Desde que regressou à  Casa Branca para um segundo mandato, em Janeiro, trump disse, várias vezes, que “merecia” o Nobel pelo seu papel na resolução de conflitos mundiais. O anúncio, nas vésperas do Nobel da Paz, de que a primeira parte do seu plano de paz para a Faixa de Gaza foi aceite ainda suscitou alguma expectativa. Afinal, o prémio vai para uma mulher que tem dedicado a vida à luta pela democracia na Venezuela e as Nações Unidas já disseram que este Nobel “reflecte as aspirações” do povo venezuelano em ter eleições livres.ANG/RFI

 

 Médio Oriente/Israel anuncia entrada em vigor do cessar-fogo na Faixa de Gaza

Bissau, 10Out 25 (ANG) - O exército israelita anunciou a entrada em vigor, esta sexta-feira,  pelas 09h00 TMG, do cessar-fogo na Faixa de Gaza.

A trégua deve agora ser seguida, no prazo de 72 horas, pela libertação dos reféns israelitas, cumprindo assim o acordo firmado com o Hamas.

O cessar-fogo e a libertação dos reféns israelitas fazem parte do acordo aprovado esta quinta-feira, 09 de Outubro, após quatro dias de negociações indirectas no Egipto entre o Hamas e Israel.

Nesse sentido, “o acordo de cessar-fogo entrou em vigor ao meio-dia local”, segundo o exército israelita, com as tropas a “retirarem-se de várias zonas da cidade de Gaza”, no norte do território, e em Khan Younès, no sul da Faixa de Gaza, “os veículos israelitas retiraram-se das partes sul e central da cidade em direcção às zonas a leste”, confirmou a Defesa Civil de Gaza.

Todavia, Telavive avisa que as “tropas do Comando Sul continuarão a eliminar qualquer ameaça imediata”.

O acordo rubricado pelo Hamas e por Israel baseia-se num plano anunciado no final de Setembro pelo presidente norte-americano Donald Trump para pôr fim à guerra, desencadeada pelo ataque do Hamas em Israel a 07 de outubro de 2023.

Donald Trump declarou ontem que pretende deslocar-se ao Médio Oriente no próximo domingo para assistir à libertação dos reféns: “Os reféns devem regressa segunda ou terça-feira. Eu provavelmente estarei presente. Espero estar presente. Prevemos partir no domingo”.

O governo de Benjamin Netanyahu ratificou esta sexta-feira antes do amanhecer o acordo concluído no Egipto. O que se traduz que no prazo máximo de 72 horas após a entrada em vigor, “todos os nossos reféns, vivos e mortos, serão libertados, o que nos leva a segunda-feira”, disse porta-voz do governo israelita.

Segundo um responsável do Hamas, os reféns israelitas vivos serão libertados em troca de cerca de 2.000 prisioneiros palestinianos detidos por Israel, “simultaneamente com retiradas israelitas específicas (de Gaza) e a entrada de mais ajuda humanitária”.

Das 251 pessoas raptadas durante o ataque de 07 de Outubro de 2023 e levadas para Gaza, 47 continuam detidas, das quais pelo menos 25 morreram. O ataque causou a morte de 1.219 pessoas, na sua maioria civis.

O acordo firmado no Egipto integra um plano de 20 pontos de Trump que prevê um cessar-fogo em Gaza, a libertação dos reféns, a retirada progressiva israelita de Gaza, o desarmamento do Hamas e a criação de uma autoridade de transição formada por tecnocratas, liderada por um comité chefiado por Donald Trump.

As negociações para a segunda fase, relativas ao desarmamento do Hamas e à continuação da retirada israelita, devem começar “imediatamente” após a assinatura do acordo da primeira fase.

Duzentos militares sob a direcção do chefe do Comando Militar norte-americano para o Médio Oriente, o almirante Brad Cooper, vão ser mobilizados para “supervisionar” a implementação do acordo sobre Gaza. Entre eles, provavelmente militares do Egipto, do Qatar, da Turquia e dos Emirados Árabes Unidos.

O exército turco disse estar “pronto para assumir qualquer missão que lhes seja atribuída” em Gaza.

A campanha militar israelita em Gaza provocou, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, mais de 67.194 mortos, na sua maioria civis, e um desastre humanitário.ANG/RFI

 

Política/ PM diz existirem  todas as condições necessárias para realização das eleições gerais

Bissau, 10 Out 25(ANG) – O Primeiro-ministro afirmou quinta-feira  que existem todas as condições materiais e financeiras para a realização das eleições gerais no dia  23 de Novembro, conforme prevista.

Braima Camará, que falava à imprensa após sua  2ª visita às instalações de maior empresa gráfica do país, a Imprensa Nacional- (INACEP), disse que a instituição dispõe de  equipamentos e  matéria-prima mais  que suficiente para realizar as suas encomendas relacionadas as eleições gerais de Novembro, assim como 100 por cento de fundos necessários para o processo eleitoral.

 “ Estou acompanhado do Ministro do Interior para lhe responsabilizar da manutenção da  ordem e segurança pública nesta instituição Estatal”, disse Camará.

Anunciou que a  Comissão Nacional das Eleições(CNE) vai visitar a INACEP brevemente, para confirmar  se o governo cumpriu com tudo o que tinha prometido.

Questionado sobre a fiabilidade dos materiais, que eram impressos no estrangeiro, serem impressos localmente, Braima Camará respondeu que nenhum pai deseja ter um  filho  mendigo pelo resto da vida.

Acrescentou que a Guiné-Bissau tem um presidente e governo com autonomia  financeira para devolver o povo a sua dignidade e orgulho.

“A questão eleitoral é da soberania, não podemos dizer que somos soberanos, pagamos impostos  e estar a pedir financiamento para pagar salários e organizar as eleições”, disse o chefe do governo, que  acrescentou “desde quando o Senegal ou à Gâmbia pediram financiamentos no exterior para realizar eleições ou pagar salários”.

O Diretor-geral da INACEP, Leónico Pereira Tavares garantiu que tem tudo pronto para produzir boletins de voto, atas e outos materiais eleitorais ,desde recursos humanos, matérias-primas e máquinas de impressão ANG/JD//SG.

Regiões / Régulo de Mansabá apela líderes religiosos para trabalharem para promoção da paz no país

Mansaba, 10 Out 25 (ANG) – O Régulo central de Sector de Mansabá, região de Oio, norte do país, Abubacar Seide apelou aos líderes religiosos para trabalharem para a promoção da paz no país, e se   afastarem de atividades política partidária.


Em declarações ao correspondente regional da ANG  de Oio, sobre o papel dos líderes religiosos no processo eleitoral, Seide disse que é  bom que os líderes religiosos se distanciam  das actividades políticas de modo a manter a coesão social e  paz nas comunidades.

Abubacar Seide sublinhou que os líderes religiosos devem continuar a servir de referência na transmissão de mensagens que promovam a união entre diferentes religiões na Guiné-Bissau, e não como instrumentos de mobilização política.

Por outro lado,exortou aos líderes dos partidos políticos  a proferir discursos de paz e não de ódio no decurso da campanha eleitoral.

Abubacar Seidi queixou-se de falta  de cobertura das redes de internet das duas empresas de telecomunicações Orange e Telecel em algumas tabancas do sector de Mansabá.

Disse que esta situação preocupa aos populares, principalmente os estudantes, que necessitam desses serviços para suas pesquisas académicas.

 Abubacar Seide pede as duas empresas de telecomunicações para encontrarem formas de melhorar as suas prestações em Mansabá.

ANG/ AD/LPG//SG

Saúde/  PR garante mobilização de recursos para formação local de médicos especialistas 

Bissau, 10 Out 25 (ANG) – O Presidente  da República, Umaro Sissoco Embaló prometeu diligências para  mobilização de recursos para  formação de médicos especialistas  no país.

Umaro Sissoco Embaló que falava, quinta-feira, à imprensa no final da visita ao bloco operatório do Hospital Nacional Simão Mendes, disse que  a situação do hospital exige uma intervenção bem maior do que  que está a acontecer neste momento.

“É por isso que, neste  momento, há muitos médicos nacionais que estão a fequentar cursos de especialização e muitos vão beneficiar de formação local, para depois começarmos a responsabilizar as pessoas”, afirmou.

Sublinhou que  a saúde é uma questão de vida e que quando há falhas  médicas o paciente morre,por isso a assistência médica deve ser melhorada.

 “Hoje, crianças que nasceram com alguma dificiência labial e bocal estão livre desses problemas graças a intervenção cirúrgica do  grupo de médicos nigerianos, Smile Trem, chefiado pela nossa Embaxadora  na Nigeria Paula Baio”, disse o chefe de Estado.

Informou que visitou o Bloco Operatório a convite dessa equipa para constatar o trabalho que  está a fazer.

A Chefe da equipa médica, Smile Trem, Paula Baio  disse que convidaram ao chefe de Estado guineense para lhe mostrar o trabalho que têm estado  a desenvolver ao longo desse tempo em que estão  no Hopsital Simão Mendes.

A equia médica nigeriana já fez várias intervenções cirúrgicas mas Paula Baio diz estar convita de que ainda há muitas crianças a necessitarem  dessa intervenção, pelo que renovou o seu apelo aos pais para se apresentaram com os seus filhos junto à equipa médica nigeriana. ANG/LPG//SG

quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Campanha de Caju 2025/ Diretor-geral do Comercio Externo apela aos camponeses da zona leste para venderem suas castanhas

Bissau, 09 Out 25 (ANG) – O Diretor-Geral do Comércio Externo apelou hoje aos camponeses das regiões de Bafatá e Gabu, que ainda têm castanha de caju, para vendê-las, porque o processo de comercialização está na fase final.

Lassana Fati que falava em exclusivo à ANG, em jeito de balanço provisório do processo de escoamento e exportação da castanha de caju do pressente ano, instou igualmente aqueles que pensam em vender ou fazer exportação via clandestina a desistirem, porque as autoridade estão atentas.

Fati avisa que quem for apanhada a tentar vender a castanha de forma ilegal vai pagar   conforme  as regras  previamente estabelecidas.

Lassana Fati justificou o pedido dirigido  aos camponeses  do Leste do país com as informações que diz ter sobre a existência de uma certa quantidade da castanha de caju no interior do país, sobretudo nas regiões de Gabu e Bafatá, que ainda não foram transportadas para Bissau.

Disse que,  para não deixar os camponeses prejudicados, o Ministério do Comércio procurou e encontrou empresas interessadas na compra dessas castanhas, mas que ainda não há consensos sobre os preços a praticar.

Em relação ao processo de compra e venda da castanha deste ano, Fati disse que os resultados são positivos, desde a fixação do preço de compra ao produtor, no valor 410 francos, o quilo, que depois registou um aumento significativo de 410 para 550 francos por quilo.

Quanto a exportações, disse que a  previsão de atingir 200 mil  foi ultrapassada  com a possibilidade de exportação de   250 mil toneladas, sendo que 180 mil toneladas já foram exportadas e 200 mil toneladas já  declaradas para seguir o mesmo destino.

O DG do Comércio Externo, apesar de não revelar o valor ganho, disse que os camponeses obtiveram lucros e que o processo de escoamento foi muito fácil, salientando que a  exportação corre muito bem e os contratos assinados este ano também são  melhores do que os do ano passado.

Com estes dados, Lassana Fati afirmou que ao nível da economia circularam  mais de 300 milhões de dólares no país.

De acordo com o Director-geral do Comércio Externo, se tudo correr bem até final deste mês, o país poderá encerrar, de forma satisfatória, o processo de exportação da castanha de caju 2025, exportando mais do que  previsto na presente campanha.

Lassana Fati sublinhou que, este ano, nenhuma empresa comprou a castanha de caju abaixo do preço indicativo fixado pelo Governo, no valor 410 franco cfa, mas que  neste memento regista-se a queda da qualidade da castanha, que normalmente reflete no preço do produto.

Afirmou que mais de 90 por cento da castanha de caju produzido no país se encontra em Bissau a espera de exportação.

Quanto as dificuldades encontradas, o Diretor-geral do Comércio Externo disse que são as de sempre e relacionadas ao controlo da linha fronteiriça, que obrigam ao recrutamento de fiscais, que trabalham em colaboração com aos elementos da Guarda Nacional e com meios logísticos disponibilizados.

“Mas  conseguiram reduzir significativamente a comercialização e exportação ilegal”, disse.

Acrescentou  que a outra dificuldade tem a ver com Porto de Bissau, que não tinha capacidades para receber  dois navios ao mesmo tempo,  situação que agora está ultrapassada com a dragagem do
Porto.

Esta nova situação, de acordo com Lassana Fati vai permitir a  exportação de 3 mil toneladas da castanha diariamente.ANG/LPG/ÂC//SG