terça-feira, 14 de outubro de 2025

Política/STJ admite provisoriamente 12 candidatos às presidenciais, cinco partidos e uma coligação para legislativas

Bissau, 14 Out 25(ANG) - O Supremo Tribunal de Justiça (STJ), admitiu provisoriamente 12 candidatos às eleições presidenciais e seis formações políticas (cinco partidos e uma coligação eleitoral) para as legislativas, ambas marcadas para o dia 23 de Novembro próximo.

No total, foram 15 candidaturas submetidas ao STJ para o escrutínio presidencial. Destas, 12 foram aprovadas provisoriamenteduas rejeitadas e uma retirada. As candidaturas rejeitadas pertencem a Sadna Manghona, do Partido de Libertação Social (PLS), e Mamadu Embaló, candidato independente. O líder da Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB)Nuno Gomes Nabiam desistiu da corrida presidencial.

O STJ aprovou as candidaturas de Umaro Sissoco Embaló, Presidente da República cessante, apoiado pela Plataforma Republicana “Nô Kumpu Guiné”; Mamadu Iaia Djaló, da Aliança para a República (APR); Honório Augusto Lopes, da Frente da Luta pela Independência da Guiné (FLING); João Bernardo Vieira, apoiado pelo Partido Africano para a Liberdade e Desenvolvimento da Guiné (PALDG); João de Deus Mendes, do Partido dos Trabalhadores da Guiné-Bissau (PT); Fernando Dias da Costa, candidato independente; Mário da Silva Júnior, da Organização Cívica da Democracia – Esperança Renovada (OCD-ER); Herculano Armando Bequinsa, do Partido de Renovação Democrático (PRD) e de Siga Batista, candidato independente, e de mais três outros candidatos.

candidatura de Domingos Simões Pereira, líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e da coligação PAI–Terra Ranka não foi aprovada.

Segundo o jornal O Democrata, fontes do gabinete de Comunicação do PAIGC indicam que  o partido não recebeu qualquer notificação formal do STJ sobre a decisão.

Domingos Simões Pereira já havia entretanto contestado a  decisão  num vídeo transmitido em direto através da sua página oficial no Facebook, dizendo que não há base legal” para a exclusão da sua candidatura presidencial, nem da coligação PAI–Terra Ranka das eleições legislativas.

O político dissera estar a aguardar até hoje(14), o pronunciamento do STJ sobre ambos os casos.

O Democrata reporta que , para as legislativas , a plenária do Supremo Tribunal de Justiça analisou as listas de 16 partidos políticos e uma coligação eleitoral, tendo admitido apenas cinco partidos e uma coligação que declara como terem reunido as condições legais para concorrer, conforme se segue:

Frente da Luta pela Independência da Guiné (FLING), Frente de Salvação Nacional (FREPASNA) Partido para Solução (PS) Partido dos Trabalhadores da Guiné-Bissau (PT) Movimento de Unidade Nacional para o Desenvolvimento da Guiné-Bissau (MUNDO-GB) Plataforma Republicana – “Nô Kumpu Guiné”.

Entretanto, o STJ rejeitou as listas de cinco partidos, que, segundo informações apuradas, não cumpriram os requisitos legais exigidos para participar nas eleições. Entre os partidos rejeitados estão:

COLIDE-GBAliança para a República (APR); Organização Cívica da Democracia – Esperança Renovada (OCD-ER); Movimento Social Democrático (MSD), liderado por Joana Cobde Nhanque; Partido de Renovação Democrático (PRD).

De acordo com informações recolhidas junto de um dirigente da COLIDE-GB, o partido apresentou um requerimento ao ao Supremo Tribunal de Justiça, na sequência de uma solicitação daquela instância judicial para comprovação de determinados documentos, sem que fosse especificado o tipo de documentos exigidos.

Além disso, o STJ solicitou a quatro partidos a correção de irregularidades detetadas nas suas listas, nomeadamente:

 Partido Unido Social Democrático (PUSD);

Partido Lanta Cedu (PLC); Partido Social dos Trabalhadores da Guiné-Bissau (PST-GB); Partido Africano para a Liberdade e Desenvolvimento da Guiné (PALDG);

Partido do Povo (PDP); Partido de Libertação Social (PLS).


Antes da
  publicação da lista definitiva os  candidatos excluídos devem aubmeter ao STJ as suas reclamações. ANG/O Democrata

 

      Cabo Verde / Primeira qualificação para o Mundial de 2026 em futebol

Bissau, 14 Out 25 (ANG) – O futebol cabo-verdiano escreveu ontem à noite uma nova página da sua história ao vencer a Essuatíni por 3-0 no Estádio Nacional da Praia, os Tubarões Azuis entram, pela primeira vez, para uma fase final de um Mundial.

O arquipélago de 560 mil habitantes torna-se assim o mais pequeno país africano a atingir este patamar.

Impulsionados pela euforia de um estádio cheio, os cabo-verdianos assumiram o controlo da partida. Dois golos ainda na primeira parte colocaram a equipa no caminho do Mundial. O terceiro, marcado a dez minutos do fim, libertou definitivamente os adeptos, que inundaram as ruas da capital logo depois do apito final.

"Sabíamos que era a nossa oportunidade de escrever a História", declarou o capitão da equipa. "O povo empurrou-nos. Esta qualificação não é apenas para nós, jogadores, mas para todo o país e para a nossa diáspora espalhada pelo mundo".

Esta qualificação coroa quase duas décadas de progressão. Durante muito tempo desconhecido, Cabo Verde deu-se a conhecer no cenário continental ao qualificar-se para a Taça das Nações Africanas (CAN) em 2013, onde atingiu logo os quartos-de-final na sua estreia. Em 2021, confirmou a solidez ao chegar aos oitavos-de-final.

Contudo, alcançar o patamar mundial parecia um sonho distante. Graças ao trabalho paciente na formação, ao crescimento de jogadores a actuar nos campeonatos europeus, e ao apoio da diáspora radicada em Portugal, França e Países Baixos, os Tubarões Azuis afirmaram-se como uma nova potência do futebol africano.

Esta qualificação tem um peso social e político: O arquipélago, marcado por uma longa história de emigração, uma vez que há mais cabo-verdianos fora do país do que no próprio país, vê neste feito uma fonte de coesão e de afirmação internacional.

"Cabo Verde faz História! Hoje mostramos ao mundo que Cabo Verde existe e pode competir com os maiores", declarou o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, numa mensagem à nação.

Nas ruas da Praia ou do Mindelo, multiplicaram-se as cenas de alegria: fogo-de-artifício, concertos improvisados e cortejos às cores vermelha, verde e azul da bandeira nacional. Cabo Verde vai marcar presença no Mundial 2026, organizado pela primeira vez em três países: Estados Unidos, Canadá e México.ANG/RFI

 

Faixa de Gaza/"Violação do cessar-fogo". Israel 'abre fogo' em Gaza e faz vários mortos

Bissau, 14 Out 25 (ANG) - As Forças de Defesa de Israel anunciaram, esta terça-feira, que abriram fogo contra pessoas suspeitas que se tentavam aproximar dos seus militares junto à Faixa de Gaza. 

Segundo esta força de segurança, o ato em causa representa uma  "violação ao acordo" de cessar fogo e que a sua ação constitui um ato de defesa contra uma ameaça.

Fontes médicas palestinianas declararam que vários drones abriram fogo contra um grupo de pessoas que observavam as suas casas no leste da Cidade de Gaza (norte), matando três destas, de acordo com a agência de notícias palestiniana WAFA.

Fontes locais citadas pelo jornal palestiniano Filastin elevaram o número de mortos para cinco.

Já  Reuters, citando autoridades locais, falam em, pelo menos seis vítimas mortais.

As vítimas são palestinianos que estariam a tentar regressar ao bairro de Shujaiya, no leste da Cidade de Gaza, e aos arredores de Khan Yunis, divulgou a imprensa local.

Separadamente, pelo menos uma pessoa foi morta noutro ataque com drones à cidade de Al-Fakhari, a leste de Khan Yunis (sul), sem mais detalhes revelados e sem qualquer declaração do Exército israelita sobre o incidente.

As Forças de Defesa de Israel (IDF) emitiram vários alertas à população de Gaza contra a aproximação de zonas onde os militares permanecem presentes após a sua retirada parcial antes do cessar-fogo, que está em vigor desde domingo e após o qual já houve relatos de ataques por parte das forças israelitas.

Os ataques ocorreram depois de Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas terem concordado em começar a aplicar a primeira fase do plano de paz para a Faixa de Gaza do Presidente norte-americano, Donald Trump, que incluía um cessar-fogo e a libertação de israelitas sequestrados durante os ataques de 07 de outubro de 2023 e centenas de palestinianos presos em território israelita.

Na segunda-feira, o Presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, sublinhou na cimeira de lideres mundiais que o plano de Trump representa a "última oportunidade" para a paz na região.

A cimeira na cidade turística egípcia de Sharm El-Sheikh, no mar Vermelho, teve como objetivo apoiar o cessar-fogo alcançado em Gaza, pôr fim à guerra entre Israel e o Hamas e desenvolver uma visão a longo prazo para governar e reconstruir o devastado território palestiniano. O encontro pareceu planeado para angariar apoio internacional para a visão de Trump de pôr fim à guerra.

Mais de 20 líderes mundiais participaram na cimeira, incluindo o rei Abdullah da Jordânia, o Presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer. Entretanto, permanecem grandes questões sobre o que acontecerá a seguir, aumentando o risco de um regresso à guerra.

A cimeira ocorreu pouco depois de o Hamas ter libertado os 20 reféns israelitas ainda vivos e de Israel ter começado a libertar centenas de palestinianos das suas prisões, medidas cruciais ao abrigo do cessar-fogo. ANG/Lusa

 

    Ucrânia/ONU condena ataque russo contra comboio de ajuda humanitária

Bissau, 14 Out 25 (ANG) - As Nações Unidas condenaram hoje um "ataque inaceitável" do exército russo contra um dos seus comboios de ajuda humanitária na região de Kherson, no sul da Ucrânia, que, segundo as autoridades locais, não causou vítimas.

"Estes ataques são totalmente inaceitáveis. Os trabalhadores humanitários estão protegidos pelo Direito Humanitário Internacional e nunca devem ser atacados", disse o coordenador humanitário da ONU para a Ucrânia, Matthias Schmale, num comunicado.

Segundo o governador regional ucraniano, Oleksandr Prokudin, uma coluna composta por quatro veículos identificados com o símbolo da ONU, transportando várias toneladas de ajuda humanitária, foi "deliberadamente" atacada na cidade de Bilozerka por aparelhos aéreos não tripulados (drones) e artilharia da Rússia.

De acordo com o governador, citado pela agência France-Presse (AFP), não se registaram vítimas.

Um dos veículos foi incendiado e outro ficou gravemente danificado.

Entretanto, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia indicou também que veículos do Programa Alimentar Mundial da ONU foram atacados pelas forças russas.

Numa mensagem divulgada através das redes sociais, o chefe da diplomacia da Ucrânia, Andrii Sybiha, apelou diretamente aos Estados-membros da ONU para que condenem o ataque.

A Rússia já atingiu comboios humanitários posicionados em zonas próximas das linhas da frente na Ucrânia.

Na região de Kherson, parcialmente ocupada pela Rússia, foram documentados inúmeros casos de ataques com drones contra civis. ANG/Lusa

 

segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Comunicação Social/Cerca de 30 profissionais do sector iniciam hoje Workshop de capacitação sobre “Princípios Básicos do Jornalismo, Ética e Fact-Checking

Bissau, 13 out 25(ANG) – Cerca de 30 profissionais de comunicação social afetos aos órgãos públicos, privados e comunitários, participam entre os dias 13 e 17 do corrente mês em Bissau, num Workshop de capacitação sobre “Princípios Básicos do Jornalismo, Ética e Fact-Checking.

O evento é organizado por Média Foundation for West África(MFWA), Repórteres Sem Fronteiras(RSF), e Fondation Hirondelle(FH), em parceria com o Sindicato dos Jornalistas e Técnicos de Comunicação Social(Sinjotecs).

Em declarações à imprensa à margem da cerimónia de abertura do evento, a Presidente do Sinjotecs, Indira Correia Baldé disse estar convencida que esta ação de formação vai ser apropriada pelos participantes, de forma a melhorar as suas formas de produzir notícias e prestar serviços públicos aos leitores, ouvintes e utilizadores de médias digitais.

“Espero que vamos sair daqui reforçado em termos de prestação de um serviço de informação de qualidade”, disse.

Durante cinco dias, os participantes no workshop serão facultados conhecimentos sobre a “introdução de jornalismo de soluções”, com ênfase na integridade, responsabilidade e no combate à mis/desinformação na Guiné-Bissau, entre outros. ANG/ÂC//SG

 

Justiça/ Bastonário  da Ordem de Advogados diz  que  justiça guineense está impotente perante  respostas da consolidação de Estado de Direito

Bissau,13 Out 25(ANG) – O Bastonário da Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau(OAGB) considera, em Nota à Imprensa, que a justiça está  “paralisada e impotente” para dar respostas aos desafios da consolidação de um “verdadeiro Estado de Direito, Democrático” na Guiné-Bissau.

Januário Pedro Correia disse que  não tem  motivos e nem registo para assinalar, com alegria, e nem para festejar ou comemorar o Dia Nacional de Justiça (DNJ), assinalado domingo(12).

“Temos o registo da péssima memória resultante de resultados deficitários dos exercícios judiciais atuais e precedentes: as Violências exercidas contra os cidadãos indefesos e instituições democráticas, prisões e detenções arbitrárias e ilegais sem sensibilidade e soluções rápidas e eficazes pelas autoridades judiciárias”, sustentou.

Januário Correia acrescentou que a justiça não promove e nem atende, com caráter urgente e prioritário, os casos de constantes violações dos direitos humanos e dos cidadãos, sobretudo quando o próprio Estado se coloca na posição do principal protagonista e violador  dos direitos de liberdades fundamentais da imprensa, de expressão, de livre manifestação, do exercício político e democrático.

Criticou que tem-se registado no país a  exclusão de números significativos de técnicos e magistrados altamente qualificados por mera questão de conveniência de agenda alheia a boa gestão e administração da justiça.  

E disse haver também  perseguições e ataques à OAGB, à advocacia e aos advogados em pleno exercício da profissão.

“Urge mudar este paradigma, a fim de  recuperar a nossa independência, impor o respeito, autonomia e integridade da justiça, caso contrário, não tarda, sucumbiremos enquanto atores judiciários, poder judicial, liberdades fundamentais, segurança, paz social, soberania e enquanto Estado de Direito”, disse.

Pedro Correia disse serem essas e outras razões  que os levam a admitir a prevalência da tendência, este ano, de registo de um quadro “muito negativo e pessimista” da  in/justiça, preste a afundar mais e mais até se abater ao fundo, caso não houver união entre  - Ordem, Advogados, Magistrados do MP e Judiciais, para contornar o perigoso rumo que a  justiça guineense está a seguir.

“Não  há democracia, segurança e nem uma sociedade justa e plural sem uma justiça independente, transparente, objetiva e íntegra”, disse.

O Bastonário da Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau relatou que nos últimos anos tem se assistido uma  acentuada degradação do  sistema de administração da justiça, cada vez mais desfocada e afastada da realidade e da sua missão constitucional, institucional, funcional e social.

Januário Pedro Correia sublinhou que já se foram mais de meio século que a Guiné Bissau assumiu soberanamente a administração da justiça mas  sem assinaláveis registos de mudanças e evoluções significativas e nem perspetivas reais.

“ O poder judicial subordina-se ao poder político, contrariamente ao que deveria ser, com graves repercussões na desconfiança e no descrédito da justiça perante a sociedade e os cidadãos. Porém, elevado número de representantes políticos nos dois Conselhos Superiores constituem provas inequívocas de ingerência política na gestão administrativa, disciplinar e jurisdicional dos tribunais e do MP”, disse.

O   12 de Outubro é  o Dia Nacional da Justiça  na Guiné-Bissau e  recorda a transferência  da soberania, em matéria de administração da justiça, ao novo Estado em 1974, como resultado da proclamação da independência nacional em 24 de Setembro de 1973.ANG/JD//SG

Eliminatória Mundial 2026/Guiné-Bissau encerra 10ª e última jornada da prova com derrota de 1-0 com a Seleção Egípcia

Bissau, 13 Out 25 (ANG) – A Seleção de Futebol da Guiné-Bissau “Os Djurtus”, encerrou Domingo, a 10ª e última jornada do grupo “A” de qualificação para o próximo Campeonato do Mundo, a disputar-se em Estados Unidos de América, Canada e México, com uma derrota de 1-0, contra a sua congénere do Egípto.

A mais recente derrota somada pelo “Os Djurtus”, completa assim, a segunda consecutiva do técnico Emiliano Té, desde que assumiu o comando da Seleção Nacional de Futebol da Guiné-Bissau.

A despedida dos “Djurtus”, da eliminatória do próximo campeonato do mundo, ficou marcada com a estreia do ex-atacante do Sporting de Braga que agora actua na liga Árabe “Álvaro Djaló” no onze inicial, e também do Ronaldo Vieira que entrou e disputou o segundo tempo do encontro.

A Guiné-Bissau sofreu o primeiro e último golo da partida  nos minutos dez do primeiro tempo do jogo, por intermédio do Moahamed Hamdy, que aproveitou bem, um centro destinado a baliza guineense, mostrou rapidez e eficácia perante as defesas guineenses, e através de um desvio de cabeça, colocou a bola, no fundo da baliza do guarda-redes Manuel Baldé.

A turma nacional fez uma segunda parte melhor, criou algumas situações de perigo na baliza adversária, e o atacante guineense Beto esteve quase a igualar a partida, mas acabou por atirar ao lado da baliza dos faraós, que também criaram lances de perigo no segundo tempo, mas sem nenhuma concretização, e o resultado final permaneceu  em 1-0.ANG/LLA//SG

 

          Senegal/Moodys rebaixa rating soberano para Caa1 governo contesta

Bissau, 13 Out 25 (ANG) – A agência de classificação Moody's Investors Service rebaixou nesta sexta-feira a classificação soberana do Senegal de B3 para Caa1 com perspectiva negativa, provocando uma forte reação do governo senegalês, que denunciou uma decisão "duvidosa" que não refletia a realidade dos fundamentos econômicos do país ou seus esforços para estabilizar as finanças públicas.

Em comunicado publicado em seu site oficial, a Moody's justificou sua decisão pelo "aumento dos riscos quanto à trajetória da dívida e à liquidez disponível desde nossa avaliação anterior", o que significa que planeja reduzi-la em mais um nível nos próximos seis meses.

Este é o segundo rebaixamento da Moody's para a dívida senegalesa em 2025, após um rebaixamento de dois níveis em fevereiro passado.

Citando uma deterioração adicional no perfil de liquidez do país e riscos crescentes em torno da trajetória da dívida pública, a agência observou que um recente exercício de reavaliação orçamentária destacou uma dívida equivalente a 119% do PIB em 2024, significativamente maior do que as estimativas anteriores, complicando os esforços de ajuste fiscal do governo.

Em resposta, o governo senegalês expressou seu profundo pesar por esta decisão no sábado, dizendo que ela foi baseada em uma avaliação "especulativa, subjetiva e tendenciosa" que não refletia nem a solidez dos fundamentos econômicos nem a extensão das reformas em andamento destinadas a fortalecer a estabilidade orçamentária.

O Ministério das Finanças e Orçamentos critica o caráter "prematuro" e "parcial" da análise da Moody's, lamentando que ela se baseie em fontes não especificadas e que faça parte de uma tendência crítica observada há vários meses.

A mesma fonte destaca ter empreendido diversas reformas estruturais no âmbito do Plano de Recuperação Económica e Social, convidando os parceiros e investidores a basearem-se em dados fiáveis ​​e análises equilibradas.

O Senegal enfrenta uma situação econômica preocupante, com um déficit orçamentário de 14% e uma dívida pública pendente que representa 119% do PIB (Produto Interno Bruto).

No início de agosto, o primeiro-ministro Ousmane Sonko revelou um "plano de recuperação econômica e social" que pretende ser financiado "90%" por recursos internos para "soberanizar" o país.ANG/FAAPA

 

                            Gana/ Barco vira no Lago e provoca 15 mortos 

Bissau, 13 Out 25 (ANG) – Um barco virou no sábado no Lago Volta, no nordeste de Gana, matando 15 pessoas, anunciou a Autoridade Marítima de Gana (GMA) no domingo.

Entre as vítimas deste acidente estavam onze crianças com idades entre dois e 14 anos, incluindo cinco meninos e seis meninas, disse a GMA em um comunicado, observando que o barco viajava entre as aldeias de Okuma e Bovime.

Quatro adultos sobreviveram ao acidente, disseram autoridades ganenses, acrescentando que uma equipe de investigação especializada, incluindo membros da Marinha, foi enviada ao local para determinar a causa do naufrágio e identificar possíveis violações das normas de segurança.

Um comitê de investigação de acidentes também será criado em conjunto com o Ministério dos Transportes, acrescentou a GMA.

Uma operação reforçada de controle de segurança nas margens do Lago Volta também será lançada para garantir o cumprimento dos limites de passageiros e o uso obrigatório de coletes salva-vidas, de acordo com as autoridades. ANG/FAAPA

 

Madagáscar/ Andry Rajoelina terá sido retirado do país por avião militar francês

Bissau, 13 Out 25 (ANG) – O Presidente de Madagáscar, Andry Rajoelina, terá sido exfiltrado do país a bordo de um avião militar francês, confirmou a RFI, após um entendimento com o Presidente francês Emmanuel Macron.

No entanto, Paris garante que não tem qualquer intervenção directa na crise política malgaxe. Desde 25 de Setembro, o país vive uma vaga de protestos inicialmente motivados por cortes de água e de electricidade, que evoluíram para contestação ao poder.

Segundo informações às quais a RFI teve acesso, o Presidente de Madagáscar, Andry Rajoelina, terá sido retirado do país este domingo, 12 de Outubro, a bordo de um avião militar francês, na sequência de um acordo com o Presidente francês Emmanuel Macron. As autoridades francesas negam qualquer ingerência nos assuntos internos malgaxes e afirmam que não intervêm na crise política em curso. Até agora, não existem confirmações independentes desta alegada exfiltração.

A situação em Madagáscar deteriorou-se desde 25 de Setembro, quando as manifestações começaram em Antananarivo contra cortes prolongados de água e de electricidade. As manifestações assumiram um carácter político, com críticas à corrupção, à gestão do governo e com apelos à demissão de Andry Rajoelina. A 29 de Setembro, o Presidente dissolveu o governo de Christian Ntsay, mas a medida não reduziu a contestação.

No sábado, 11 de Outubro, uma unidade do exército com papel histórico em anteriores crises políticas, composta por elementos do CAPSAT, declarou apoio aos manifestantes e apelou à desobediência. O movimento revelou divisões internas nas Forças Armadas e levou o Presidente a afirmar que estava em curso uma tentativa de tomar o poder pela força.

Os protestos continuam a aumentar e mantêm-se concentrados na capital. A juventude, organizada através das redes sociais, é a principal força do movimento. A oposição ainda não apresentou uma alternativa, enquanto a comunidade internacional acompanha a crise com preocupação. A União Africana apelou ao diálogo e à contenção, e a União Europeia e França sublinharam a necessidade de respeito pela ordem constitucional.

A alegada saída de Andry Rajoelina levanta incertezas sobre quem detem o poder no país e sobre os próximos passos. São apontados três cenários possíveis: a formação de uma transição negociada, o aumento da influência militar no poder político ou a continuação da pressão das ruas sem uma solução imediata.ANG/RFI

 

              Faixa de Gaza/ Últimos 20 reféns vivos libertados pelo Hamas

Bissau, 13 Out 25 (ANG) – O Hamas libertou todos os reféns vivos da Faixa de Gaza. Sete chegaram a Israel e os restantes 13 foram entregues à Cruz Vermelha.

A operação resulta de um acordo que pretender acabar com dois anos de gue
rra na Faixa de Gaza. O Presidente norte-americano aterrou esta segunda-feira, 13 de Outubro, em Israel para acompanhar o processo e reforçar negociações políticas ligadas ao futuro da região.

O grupo Hamas libertou, esta manhã, os últimos reféns israelitas ainda vivos mantidos em cativeiro na Faixa de Gaza desde os ataques de 7 de Outubro de 2023. Segundo o exército israelita, os 13 sobreviventes foram entregues à Cruz Vermelha e foram transportados para território israelita, onde foram recebidos pelo exército e pelos serviços secretos, Shin Bet.

A libertação encerra um cativeiro que durou mais de dois anos. Ao todo, 251 pessoas tinham sido sequestradas na ofensiva do Hamas em Israel, em Outono de 2023. Parte dos reféns foi libertada durante tréguas parciais, mas 28 reféns morreram em cativeiro e os corpos continuam desaparecidos.

Nas ruas de Telavive, milhares de pessoas reuniram-se na Praça dos Reféns para acompanhar a operação. A emoção foi marcada por sentimentos mistos de alívio e luto. “Esperávamos por este momento, mas fica a tristeza pelos que não regressam e pelos quase 2.000 mortos da guerra. Dois anos de loucura que terminam… Mas é um belo dia, aquele que esperávamos há dois anos”, declarou à agência francesa AFP Ronny Edry, professor de 54 anos.

A libertação faz parte de um plano de cessar-fogo coordenado por Donald Trump, apresentado como o primeiro passo para pôr fim a dois anos de guerra. Em contrapartida, Israel compromete-se a libertar cerca de 2.000 prisioneiros palestinianos: 250 por “razões de segurança”, incluindo vários condenados por atentados, e 1.700 detidos em Gaza após a ofensiva israelita de 2023.

Contudo, fontes próximas do grupo Hamas sublinham que a organização ainda exige a libertação de líderes palestinianos, mantendo a pressão sobre Israel e a comunidade internacional.

O Presidente norte-americano aterrou em Telavive esta manhã, antes de seguir para Jerusalém, para discursar no Parlamento israelita e encontrar-se com famílias de reféns. À tarde, desloca-se a Charm el-Cheikh, no Egipto, para co-presidir, ao lado de Abdel Fattah al-Sissi, numa cimeira internacional dedicada ao futuro de Gaza.

O encontro no Egipto reúne mais de 20 chefes de Estado, além do secretário-geral da ONU, António Guterres. Apesar de serem os protagonistas directos do conflito, nem Israel, nem o Hamas participam. O Irão foi convidado, mas recusou estar presente.

Emmanuel Macron defendeu um papel central da Autoridade Palestiniana na reconstrução política de Gaza. O Presidente francês anunciou que o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, vai participar no encontro, considerando-o um “sinal muito positivo”. O chefe de Estado francês reiterou ainda a necessidade de uma solução de dois Estados, associando Gaza à Cisjordânia, onde a colonização israelita está cada vez mais presente. Em matéria de segurança, Emmanuel Macron afirmou que a União Europeia vai reforçar a formação de polícias palestinianos, mas descartou a participação directa da França numa força internacional de estabilização. Essa missão, disse, deve ser composta por forças regionais, sempre sob mandato da ONU.

Esta segunda-feira, centenas de milhares de deslocados começaram a regressar ao norte de Gaza, a zona mais devastada pelos bombardeamentos israelitas. Segundo a defesa civil local, cerca de 500.000 pessoas já regressaram, encontrando bairros inteiros em ruínas.

Este domingo, cerca de 200 camiões de ajuda humanitária entraram pelo posto fronteiriço de Kerem Shalom. Entre eles, seis carregados de gasóleo e cinco de gás doméstico, os primeiros em sete meses de bloqueio. Desde o início do conflito, em Israel, 1.219 pessoas morreram, a maioria civis. Do lado palestiniano, o ministério da Saúde do Hamas contabiliza 67.806 mortos,  números considerados credíveis pela ONU.ANG/RFI

 

Faixa de Gaza/Israel só liberta detidos palestinianos após confirmação de que todos os reféns foram entregues

Bissau, 13 Out 25 (ANG) - Israel só vai começar a libertar os detidos palestinianos a partir do momento em que tiver a confirmação de que todos os reféns israelitas, vivos e mortos, foram efectivamente entregues, avançou este domingo um porta-voz do primeiro-ministro israelita.

Telavive diz estar pronto para receber imediatamente todos os reféns ainda detidos pelo Hamas.

 Os prisioneiros palestinianos serão libertados uma vez que Israel tiver a confirmação de que todos os reféns - que devem ser libertados amanhã [13 de Outubro] - terão atravessado a fronteira com Israel”, as palavras são de Shosh Bedrosian, porta-voz do primeiro-ministro israelita. Uma vez obtida essa confirmação, os autocarros com os prisioneiros devem arrancar e começar a sua viagem, acrescentou.

As autoridades israelitas esperam que a libertação dos reféns detidos na Faixa de Gaza há mais de dois anos comece no início da manhã desta segunda-feira”.

Israel e o Hamas acordaram, na semana passada, a primeira fase do plano do presidente norte-americano Donald Trump, destinado a pôr termo à guerra na Faixa de Gaza. Nos termos deste plano, o Hamas deve libertar até amanhã ao meio-dia os 48 reféns (vivos ou mortos) ainda em Gaza.

Durante a última trégua, a confirmação da identidade dos reféns mortos só foi obtida após uma autópsia no instituto médico-legal de Israel (Abu Kabir).

Quanto aos palestinianos que devem ser libertados, 250 são detidos por razões de segurança, incluindo numerosos condenados por atentados mortais anti-israelitas, mas também 1.700 palestinianos detidos pelo exército israelita em Gaza desde Outubro de 2023. O Hamas insiste que este grupo deve incluir vários líderes importantes do movimento, nomeadamente Marwan Barghouthi, Ahmed Saadat, Ibrahim Hamed e Abbas al-Sayed.

A troca deve ocorrer antes da reunião de Sharm el-Sheikh. A Cimeira da Paz de Gaza realiza-se amanhã à tarde. O presidente norte-americano, Donald Trump, e o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, vão presidir ao encontro, na presença de líderes de mais de 20 países e das Nações Unidas.ANG/RFI

 

       Camarões/ Oposição fragmentada favorece reeleição de Paul Biya

Bissau, 13 Out 25 (ANG) - As eleições presidenciais nos Camarões decorrem num cenário de forte desequilíbrio político, marcado pela exclusão de Maurice Kamto, principal figura da oposição, e pela dispersão da oposição em 11 candidaturas.

Luís Bernardino, professor de Relações Internacionais da Universidade Autónoma de Lisboa, afirma que “a oposição está muito enfraquecida” e lembra ainda que “estes 11 candidatos da oposição concordaram inicialmente com a necessidade de se unirem, mas depois tiveram dificuldades em chegar a um acordo e aparecem nestas eleições completamente desarticulados”.

Esta fragmentação da oposição não é nova, mas para Luís Bernardino, é um erro estratégico e pouco entendível”, quevai, de facto, garantir ou dar uma possibilidade muito forte a Paul Biya de conseguir novamente a reeleição”. 

Maurice Kamto, que nas presidenciais de 2018 conquistou 14% dos votos contra os 70% de Paul Biya, permanece como referência simbólica da oposição. Contudo, o seu afastamento deixou o campo aberto à proliferação de pequenas formações políticas. Uma nota interessante é que tivemos para estas eleições 83 candidatos presidenciais, um número recorde em África e talvez no mundo”, sublinha o especialista.

Depois de 43 anos à frente dos Camarões, Paul Biya, de 92 anos, candidata-se a um novo mandato de sete anos. O Presidente camaronês, que apenas participou num comício de campanha (em Maroua, no extremo-norte do país), conta com a capacidade de mobilização do seu partido, o Reagrupamento Democrático do Povo Camaronês (RDPC), presente em todo o território.

 “Paul Biya compareceu na passada quinta-feira, no seu primeiro e único comício de campanha”, realizado em Maroua, no extremo norte do país - “uma zona muito pobre dos Camarões, onde há também uma presença muito grande do Boko Haram”, explicou.

No discurso, o Presidente prometeu “reforçar a segurança da região, contrariar os ataques extremistas” e “melhorar o desemprego dos jovens, as infra-estruturas rodoviárias e os apoios sociais”. Biya demonstrou mais uma vez o seu instinto político: foi directamente ao centro da questão, no local mais problemático falar dos problemas que ele pretende levar a efeito”.

Com cerca de 43% da população a viver na pobreza e uma maioria de jovens em idade de votar, “Paul Biya escolheu falar essencialmente aos jovens, porque ele sabe que se conseguir mobilizar os jovens, mobiliza grande parte da sociedade em seu favor”, explica o professor Luís Bernardino.

Depois de mais de quatro décadas no poder, Biya é o chefe de Estado mais velho do mundo em funções, o mais antigo de África, a seguir a Teodoro Obiang, da Guiné Equatorial. A sucessão é, contudo, um tema sensível e praticamente ausente do debate político. “Vai ser um problema, que vai acontecer possivelmente após as eleições, quando ele vier a ser eleito, porque já haverá candidatos que se posicionam para o substituir”. A legislação prevê que, em caso de vacatura do poder, o presidente do Parlamento assuma temporariamente a chefia do Estado, mas não pode concorrer a essas eleições”, o que “vai abrir uma possível dificuldade acrescida quando isto vier a acontecer”.

Paul Biya, ao longo dos seus mandatos, procurou sempre equilibrar e favorecer a sua presença através de várias mudanças constitucionais e alterações legislativas que agora vão criar um problema de sucessão”, conclui Luís Bernardino.ANG/RFI