A dolorosa experiencia de Daluz Nan-N´rembé
José Augusto Mendonça em serviço encomendado pelo UNICEF
Daluz N´renmbé e sua filha Blone |
Bissau, ANG - Pensou que o mundo lhe desabou sobre a cabeça! Tal foi a sensação que sentiu quando, a dois anos atrás, perdeu o seu primogénito que nasceu com falhas congénitas e os familiares ao em vez de recorrerem a medicina moderna para o tratar, optaram pelas cerimónias tradicionais. Pouco tempo depois teria lugar o desenlace fatal.
O facto ocorreu com a senhora chamada Daluz Na-N´renmbé, da povoação de Mato-forroba, de uns 1439 habitantes. Mas hoje esta jovem mãe de apenas 20 anos de idade acredita que a falta de vacina estaria por detrás da doença que originou a morte do filho, que na altura contava com ano e meio de idade.
Como a natureza não para, apenas 7 meses depois desta tragédia voltou a ficar grávida e, pelos conselhos dos agentes de saúde que deslocam regularmente a povoação de Mato Forroba, que dista uns 11 quilómetros de Catió, decidiu recorrer ao centro de Saúde local onde começou a receber tratamentos pré-natais incluindo vacinas.
Para não prolongar muito a historia, de referir que hoje é uma mulher feliz que teve o seu bebé sem qualquer problema e esta está a desenvolver-se de forma saudável. Aliás, reconhece tudo isso foi graças as vacinas que recebeu durante e pós período de gestação. A filha, de nome Blone, hoje com 7 meses, esta prestes a concluir as vacinas, faltando-lhe apenas as anti-amarelica, tetânica, anti-sarampo, pólio e penta.
Qualifica as campanhas de implementação de estratégia avançada de muito importantes, pelo menos as vacinas administradas a filha e que revelaram-se eficazes, pois ao longo dos seus 7 meses de vida a Blone não sofreu nenhuma doença grave, apenas algumas febres passageiras.
A experiencia do falecimento do seu primogénito ficou-lhe dolorosamente gravada na memória, razão pela qual afirma que nunca mais voltará a proceder a cerimónias tradicionais em caso de gravidez, mas sim vai procurar o centro de saúde para receber vacinas contra doenças e assim poder dar luz sem risco.
Disse que depois de descobrir os benefícios para si e para o filho de tratamentos no centro de saúde local passou a ser uma activista que aconselha as colegas a optarem pelo hospital ao em vez de irem fazer tratamentos tradicionais.
Embora a Direcção regional de saúde de Tombali não o tenha disponibilizado durante a nossa reportagem, estima-se que existem muitas mulheres grávidas, com crianças menores de idade e em idade fértil que vivem na tabanca de Mato Forroba. A maioria destas, segundo Daluz Na-N´rembé, acata os conselhos dados pelos agentes de saúde nas suas campanhas no quadro de estratégia avançada.
Mas na verdade, por vezes, alguma delas resistem muito em deslocar-se para receber vacina de imunização de rotina administrada regularmente no centro de saúde as mãe e seus filhos, bem como as mulheres grávidas, sob alegação de não terem sido avisadas, mesmo depois de campanha de informação e sensibilização que antecede estes momentos.
De acordo com a enfermeira colocado no centro de saúde de Mato-Forroba, Ivalda Maria Nadebé, em alguns casos ela mesma tem que deslocar para reforçar na sensibilização desta camada para que aceitem ir receber vacinas e ouvir conselhos quanto a necessidade de amamentar precoce e exclusiva dos seus recém-nascidos durante o recomendado período de 6 primeiros meses de vida.
“A maior parte acaba por procurar o centro só depois de constatar o fracasso dos curandeiros tradicionais no tratamento dos filhos, o que nos permite descobrir que, efectivamente, o mesmo não recebeu dose completa de vacinas”, explica realçando a necessidade de mais trabalho de sensibilização para combater a natural apatia das mulheres locais.
Quanto aos que vivem nos arredores da povoação de Mato Forroba, os agentes de saúde deslocam regularmente a seus encontro para administrar-lhes vacinas e dar-lhes conselhos tais como a necessidade de amamentação precoce e exclusiva, suas importância na vida das crianças e os cuidados que se deve ter em relação a água para consumo humano.
Ivalda Maria Nadebé, a enfermeira |
Tudo isso se enquadra na estratégia avançada da equipa sanitária local, durante a qual também são distribuídas tendas impregnadas para crianças menores de idade no âmbito de prevenção contra o paludismo.
Em Mato-Forroba vivem umas 58 crianças de 0 aos 11 meses e 307 mulheres em idade fértil.
A região sanitária de Catio, onde entre outras povoações estão as de Mato-Forroba, Botchi Mindi, Cumebu e Sua, conta com cerca de 20 mil habitantes dos quais 732 são crianças de menos de 11 meses e uns 3.500 menores de 1 à 4 anos, para alem de 4351 mulheres em idade fértil e 890 grávidas.
A campanha de estratégia avançada visando reduzir a taxa de mortalidade crianças devido a doenças, bem como assegurar um parto saudável para mãe e filho, e bom crescimento para o bebé na Guiné-Bissau é logística e financeiramente suportada pelo Fundo das nações Unidas para a Infância (UNICEF).
FIM/ANG
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