Ramos Horta satisfeito com adesão da população de Cacheu
ao processo do recenseamento
Bissau, 10 Jan.14 (ANG) – O Representante Especial do Secretário-geral
da ONU na Guiné-Bissau manifestou-se satisfeito quinta-feira com a adesão das
autoridades e população da região de Cacheu, ao processo do recenseamento
eleitoral em curso.
Em nota distribuída a imprensa pelo UNIOGBIS, o
representante do Secretário-geral da ONU teria efectuado uma visita de trabalho
de dois dias aquele região em que monitorizou a situação político social de
Cacheu, com ênfase ao processo de recenseamento em curso.
“Fiquei muito bem impressionado com a adesão das
autoridades locais e provinciais e, também, com a adesão da população, por
demais interessada neste processo de recenseamento, se não totalmente pela
realização das eleições gerais a 16 de Março, pelo menos também pelo facto de,
pela primeira vez nas suas vidas, ter um cartão de identidade de cidadão
nacional. Assim, é totalmente compreensível o entusiasmo da população”, disse o
Nobel da paz.
Ramos Horta sublinhou que é a primeira experiência num
processo eleitoral mais sofisticados e sem precedente nos 40 anos de história
da Guiné-Bissau e é compreensível que as equipas técnicas do Gabinete Técnico
de Apoio ao Processo Eleitoral - GTAPE fiquem assoberbadas com a afluência aos
centros de registo e pelas dificuldades inerentes ao próprio processo.
Dentre as dificuldades, o Representante da ONU mencionou
a inexperiência, e as condições climáticas adversas, como sejam o calor,
humidade e poeira, nocivos para o sensível equipamento electrónico, que não
resiste e se avaria.
“Portanto, temos
de compreender os altos e baixos, falhas, percalços, e felicito as autoridades
nacionais e provinciais: só quem, como eu, vai quase a diário ao Gabinete GTAPE
e também ao terreno, pelo país fora, pode compreender os esforços e as
contrariedades”, encorajou.
O chefe do
UNIOBIS disse ficar igualmente impressionado, dada a relativa rapidez com que a base dos serviços, em
Bissau, tem respondido às dificuldades, embora nem sempre a tempo, porque isso
é quase impossível.
A título de
exemplo, citou o caso das eleições em Timor-Leste (2012), em que houve forte
apoio internacional, em viaturas e até helicópteros, acrescentando que na
Guiné-Bissau, os únicos países que forneceram meios logísticos foram a Nigéria,
com 25 viaturas apenas, e Timor-Leste, duas viaturas, para além de kits e
outros apoios.
“Nenhum outro parceiro internacional, nomeadamente a União
Europeia-UE, Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO),
União Africana, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa - CPLP - deu apoio
técnico e logístico ao processo eleitoral na Guiné-Bissau”, informou Ramos
Horta.
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