Renamo
ameaça alargar conflito em resposta a bombardeamentos
Bissau, 09 Jun 14 (ANG) - A Renamo, maior partido da oposição em Moçambique, ameaçou hoje
alargar o conflito a outras regiões do país, em resposta a bombardeamentos do
exército na serra da Gorongosa, suposto esconderijo do seu líder, Afonso
Dhlakama.
"Estão a bombardear com B11
[antiaérea] a serra da Gorongosa", disse domingo António Muchanga,
porta-voz da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), adiantando que
"isso pode provocar o desdobramento dos militares [da Renamo] para Tete ou
para as províncias do sul".
A serra da Gorongosa, província de Sofala, centro de Moçambique, onde se supõe que esteja escondido o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, voltou a ser alvo de ataques do exército desde quinta-feira, disseram fontes do partido e moradores.
"A situação não é agradável. A partir de Mucodza e Madzimatchena, [o exército] está a disparar armas pesadas para a serra. Começou quinta-feira e domingo foram intensificados os disparos", declarou Adamo Manuel, um habitante local.
Vários contingentes militares, do exército e polícia anti-motim (FIR), disse, estão a movimentar-se com frequência para o interior de Gorongosa, a partir das encostas da serra.
No sábado, pelo menos oito militares morreram e outros 11 ficaram feridos quando a camioneta em que seguiam foi "emboscada e metralhada" por homens armados ligados à Renamo e depois se despistou numa ponte de Mucodza, informou fonte médica do Hospital Distrital de Gorongosa.
"Vêem-se balas disparadas (pelo exército) em direcção à serra a partir da vila de Gorongosa", disse à Lusa um jornalista local, adiantando que a situação ainda não afecta a vida da localidade.
Há quase duas semanas, reacenderam-se os confrontos entre exército e homens armados da Renamo, sobretudo a partir do anúncio do fim do cessar-fogo unilateral que o partido havia decretado, em retaliação contra o reforço e ataques das Forças de Defesa e Segurança na serra da Gorongosa.
A escalada do conflito acontece num momento de impasse no diálogo entre Governo e Renamo, devido à exigência do partido de ter paridade nas Forças de Defesa e Segurança e à sua recusa da desmilitarização do braço militar do movimento.
Moçambique vive o pior momento de tensão político-militar desde a assinatura do acordo de paz, em 1992, que pôs fim a 16 anos de guerra civil.
Na sexta-feira, no fim de uma visita de Estado à Irlanda, o Presidente moçambicano, Armando Guebuza, acusou Dhlakama de inventar problemas e de ter uma agenda própria feita à custa dos moçambicanos.
Questionado por um jornalista se havia motivos suficientes para prender os membros da Renamo que ameaçam dividir o país, numa referência ao secretário-geral do partido, Manuel Bissopo, que avisou que o seu movimento poderia separar o sul do centro e norte de Moçambique, Guebuza respondeu apenas: "Tomei nota da sua proposta."
Também na sexta-feira, o líder da Renamo dirigiu-se aos líderes das principais religiões em Moçambique e assumiu a ameaça de dividir o país.
"Nós estamos cansados porque a Frelimo não nos quer. Perguntem a Guebuza se ele tem uma ilha onde vai colocar os da Renamo. Ou então vamos dividir isto", disse Dhlakama, referindo, em declarações reproduzidas pelo canal privado local STV, que o Sudão dividiu-se, a Alemanha já esteve dividida e Coreia ainda está dividida "por causa dessas brincadeiras".
A serra da Gorongosa, província de Sofala, centro de Moçambique, onde se supõe que esteja escondido o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, voltou a ser alvo de ataques do exército desde quinta-feira, disseram fontes do partido e moradores.
"A situação não é agradável. A partir de Mucodza e Madzimatchena, [o exército] está a disparar armas pesadas para a serra. Começou quinta-feira e domingo foram intensificados os disparos", declarou Adamo Manuel, um habitante local.
Vários contingentes militares, do exército e polícia anti-motim (FIR), disse, estão a movimentar-se com frequência para o interior de Gorongosa, a partir das encostas da serra.
No sábado, pelo menos oito militares morreram e outros 11 ficaram feridos quando a camioneta em que seguiam foi "emboscada e metralhada" por homens armados ligados à Renamo e depois se despistou numa ponte de Mucodza, informou fonte médica do Hospital Distrital de Gorongosa.
"Vêem-se balas disparadas (pelo exército) em direcção à serra a partir da vila de Gorongosa", disse à Lusa um jornalista local, adiantando que a situação ainda não afecta a vida da localidade.
Há quase duas semanas, reacenderam-se os confrontos entre exército e homens armados da Renamo, sobretudo a partir do anúncio do fim do cessar-fogo unilateral que o partido havia decretado, em retaliação contra o reforço e ataques das Forças de Defesa e Segurança na serra da Gorongosa.
A escalada do conflito acontece num momento de impasse no diálogo entre Governo e Renamo, devido à exigência do partido de ter paridade nas Forças de Defesa e Segurança e à sua recusa da desmilitarização do braço militar do movimento.
Moçambique vive o pior momento de tensão político-militar desde a assinatura do acordo de paz, em 1992, que pôs fim a 16 anos de guerra civil.
Na sexta-feira, no fim de uma visita de Estado à Irlanda, o Presidente moçambicano, Armando Guebuza, acusou Dhlakama de inventar problemas e de ter uma agenda própria feita à custa dos moçambicanos.
Questionado por um jornalista se havia motivos suficientes para prender os membros da Renamo que ameaçam dividir o país, numa referência ao secretário-geral do partido, Manuel Bissopo, que avisou que o seu movimento poderia separar o sul do centro e norte de Moçambique, Guebuza respondeu apenas: "Tomei nota da sua proposta."
Também na sexta-feira, o líder da Renamo dirigiu-se aos líderes das principais religiões em Moçambique e assumiu a ameaça de dividir o país.
"Nós estamos cansados porque a Frelimo não nos quer. Perguntem a Guebuza se ele tem uma ilha onde vai colocar os da Renamo. Ou então vamos dividir isto", disse Dhlakama, referindo, em declarações reproduzidas pelo canal privado local STV, que o Sudão dividiu-se, a Alemanha já esteve dividida e Coreia ainda está dividida "por causa dessas brincadeiras".
ANGOP
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