Mediadores propõem restauração do presidente Kafando e amnistia aos
golpistas
Bissau, 21 Set 15 (ANG)- Os mediadores da
Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) propuseram
domingo à noite, em Ouagadougou, um" projecto de acordo político de saída
da crise" no Burkina Faso, prevendo restaurar o presidente Kafando,
derrubado quinta-feira por um golpe de Estado militar, e amnistiar os golpistas.
Este acordo, que deverá ser apresentado terça-feira à
União Africana (UA), prevê igualmente a organização das eleições legislativas e
presidenciais o mais tardar até 22 de Novembro e a inclusão dos candidatos
pró-Compaoré excluídos nos últimos meses na sequência de uma lei votada pela
Assembleia interina.
O projecto, lido pelo presidente da Comissão da CEDEAO,
Kadré Désiré Ouedraogo, prevê a "restauração das instituições da transição
e do presidente Kafando", a “libertação incondicional de todas as pessoas
detidas na sequência dos acontecimentos", "a aceitação do perdão e
uma lei de amnistia sobre os acontecimentos subsequentes ao golpe de
Estado". Esta lei deve ser votada antes de 30 de Setembro.
Por outro lado, o texto preconiza o "prosseguimento
do processo eleitoral" o mais tardar até 22 de Novembro, uma vez que até
agora as eleições estão fixadas para 11 de
Outubro.
Para responder ao descontentamento dos militares
golpistas, a proposta prevê que "as pessoas cujas candidaturas tenham sido
invalidadas serão autorizadas a participar nas próximas
eleições".
O destino do Regimento de Segurança Presidencial (RSP),
que esteve na origem do golpe de Estado, é "deixado à apreciação do
presidente saído das próximas eleições". Durante vários meses, a sociedade
civil exige a dissolução desta forte tropa de mil e 300
homens.
O RSP, uma unidade de elite do exército dirigido pelo
general Gilbert Diendéré, muito próximo a Blaise Compaoré, tomou o poder
quinta-feira ao acusar as autoridades de terem desencaminhado o governo de
transição pós-Compaoré, principalmente com a exclusão dos apoiantes do
ex-presidente das eleições marcadas para 11 de
Outubro.
O chefe de Estado senegalês Macky Sall, presidente em
exercício da CEDEAO, anunciou que esta solução seria proposta terça-feira à UA
durante uma cimeira extraordinária.
O mediador lançou "um apelo urgente exigindo a calma e a não-violência": "Não devemos acender um fogo que não podemos apagar", advertiu o chefe de Estado.
O mediador lançou "um apelo urgente exigindo a calma e a não-violência": "Não devemos acender um fogo que não podemos apagar", advertiu o chefe de Estado.
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