Contestatários exigem demissão de líder do partido, Simões Pereira
Bissau 29, Dez. 15 (ANG) - Um grupo de dirigentes contestatários ameaça acionar mecanismos estatutários para a destituição do líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira se este não se demitir dentro de 24 horas.
Jose Saico Balde |
Em conferência de imprensa, o porta-voz do grupo, José Saico Baldé, acusou Simões Pereira de "desvio de fundos, delapidação do erário público e desrespeito aos estatutos" do partido.
"Somos dirigentes, militantes e simpatizantes do PAIGC preocupados com o mau comportamento do líder do partido que enganou toda a gente em como era capaz de organizar o PAIGC", afirmou José Saico Baldé.
O grupo entende que o partido, que venceu as últimas eleições legislativas no país, com uma maioria absoluta, mas afectado por disputas internas, tem apenas 36 meses para se preparar para um novo embate eleitoral.
"Se Domingos Simões Pereira não se retirar (da liderança do PAIGC), vamos mostrar-lhe que não é ninguém", avisou José Saico Baldé.
Já numa nota lida à imprensa, o grupo de contestatários a Domingos Simões Pereira pediu ao Presidente guineense, José Mário Vaz, para que demita o actual executivo se no dia 05 de Janeiro do próximo ano o primeiro-ministro, Carlos Correia, não voltar ao parlamento com o novo Programa do Governo.
Fonte da direcção do PAIGC disse à Lusa que o partido não pretende reagir "por enquanto", remetendo qualquer posicionamento para depois das reuniões do ´bureau´ político, que hoje decorre, e do Comité Central, previsto para terça-feira.
A direcção do PAIGC considera que o Programa do Governo foi aprovado na votação do passado dia 23 deste mês, porque 45 deputados votaram a favor do documento, nenhum votou contra e houve 56 abstenções.
Para o PAIGC, o regimento do Parlamento guineense diz que as abstenções não contam para o apuramento da maioria, posição rejeitada pelos contestatários para quem a "votação foi clara".
O Programa do Governo foi rejeitado pelo Parlamento, dizem os contestatários à direcção do PAIGC pelo que, avisam, o primeiro-ministro, Carlos Correia, tem até dia 05 de Janeiro para voltar a apresentar novo documento aos deputados, sob pena de ser demitido.
ANG/Lusa
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