Funcionários realizam vigília em revindicação ao pagamento de 78 meses de salários em atraso
Bissau, 28 Jun 16 (ANG) - Os funcionários dos Correios da Guiné-Bissau vão realizar uma vigília junto a Secretaria de Estado dos Transportes e Comunicações, na sede do governo e na Presidência da República para manifestar as suas insatisfações face ao não pagamento de 78 meses de salários que lhes são devidos.
A revelação foi feita hoje pelo Presidente do Sindicato de Base dos Correios, Tefna Tambá, em entrevista exclusiva à Agência de Notícias da Guiné.
De acordo com Tefna Tambá, a situação com que os funcionários dos Correios se deparam é “alarmante”, pois carecem de meios financeiros para sobreviver.
“Alguns dos nossos colegas de serviço já morreram devido a falta de meios para cuidados médicos, cujas doenças advém das preocupações com a família, pagamento da renda de casa e a alimentação, descreveu tendo acrescentado que trabalhar sem receber não faz sentido.
Tefna Tambá explicou que na greve de 30 dias que tinham observado em Dezembro último sofreram ameaças por parte do governo e que durante a paralisação muitos materiais de serviço e outras correspondências dos seus clientes desapareceram dentre os quais os computadores.
Disse que tiveram um encontro com o novo Secretário de Estado dos Transportes e Comunicações a quem explicaram os seus problemas, mas que este não comprometeu fazer alguma coisa para a resolução das suas reivindicações.
“Marcamos um outro encontro com ele para lhe explicar os nossos problemas, mas até então não recebemos nenhuma resposta satisfatória e ainda estamos a aguardar a sua chamada ” disse Tefna Tambá.
Apelou ao novo governo para não cometer os erros dos anteriores e que pense em minimizar o sofrimento dos funcionários dos Correios uma vez que é uma instituição pública que tem trabalhadores com necessidades e com família para sustentar.
“Se porventura nenhum governo é capaz de resolver o nosso problema vamos ter que fechar porque não podemos continuar nessa situação de miséria e de desrespeito”, ameaçou Tefna Tambá.
De acordo com o presidente de sindicato de base dos Correios, o governo passou a assumir o pagamento do salário dos funcionários após ter vendido 150 mil ações dos Correios.
Acrescentou que atualmente os serviço de correios se encontra improdutivo, “por culpa do governo”, razão pela qual considera que o estado da Guiné-Bissau deveria estar a subvencionar os Correios com 400 milhões de francos CFA anualmente.
ANG/AALS/JAM/SG
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