Yahya Jammeh impôs 90 dias de estado de emergência
Bissau,18 Jan 17 (ANG) - A crise política pós-eleitoral, provocada pela
recusa do Chefe de Estado cessante Yahya Jammeh em aceitar a derrota nas
eleições presidenciais de Dezembro, prossegue na Gâmbia.
No dia em que termina o mandato de Yahya Jammeh e a
um dia da data prevista para a tomada de posse do Presidente eleito, Adama
Barrow. Jammeh, que após dar os parabéns ao presidente eleito deu o dito por
não dito e agora recusa a derrota nas urnas, parece estar determinado em
impedir a investidura de Adama Barrow.
Numa conversa que teve ao telefone com a Presidente
da Libéria e em exercício da Comunidade Económica dos Estados da África
Ocidental (CEDEAO), Ellen Johnson Sirleaf, Yahya Jammeh manifestou a intenção
de impedir a tomada de posse do Presidente eleito.
“Confirmei-lhe (Ellen Johnson Sirleaf ) que
emitimos um pedido de proibição formal à tomada de posse do senhor Adama Barrow
até que o Supremo Tribunal se pronuncie sobre o meu dossier. Também confirmei o
meu pedido para que os Chefes de Estado da CEDEAO usem a sua influência para
ajudar e facilitar a disponibilidade dos juízes”, afirmou Yahya Jammeh aos meios
de comunicação social gambianos.
Yahya Jammeh falava da decisão tomada pelo Tribunal
Supremo da Gâmbia, que se declarou incompetente para decidir sobre o pedido
para apreciar o que o Presidente cessante gambiano qualifica de “fraude
eleitoral”.
O Tribunal
Supremo da Gâmbia considerou impossível, no pouco tempo que lhe restava até à
data prevista para a tomada de posse do Presidente eleito, apreciar os recursos
apresentados pelo Chefe de Estado cessante sobre a sua derrota eleitoral, antes
de recrutar os juízes que faltam, e defendeu uma solução negociada com o
eleito, Adama Barrow.
Em resposta às declarações do Chefe de Estado
cessante, o porta-voz do Presidente eleito apelou à razão deste. “O que sabemos
é que o mandato do Presidente Yahya Jammeh expira no dia 19. É melhor para ele,
para o país, para todos que reconheça e aplique a constituição e não a viole”,
afirmou.
À medida que insiste no discurso da fraude e em
recusar a derrota nas urnas, o Presidente cessante gambiano parece estar cada
vez mais isolado interna e externamente.
No que é entendido como uma medida para proteger
Adama Barrow de “eventuais acidentes”, o Chefe do Estado senegalês, Macky
Sall, aceitou acolher o Presidente eleito gambiano até amanhã, dia da sua
investidura a pedido da Chefe de Estado da Libéria e líder em exercício da
CEDEAO.
A decisão foi tomada à margem da última Cimeira
África-França, que terminou sábado na capital maliana, Bamako, e na qual os
Chefes de Estado e de Governo presentes analisaram a situação política na Gâmbia,
na presença de Adama Barrow.
E na sua mais recente reunião, realizada na sede da
União Africana, em Addis Abeba, capital etíope, o Conselho de Paz e Segurança
da organização indicou que, a partir de amanhã, 19 de Janeiro, deixa de
reconhecer Yahya Jammeh como Presidente legítimo da Gâmbia.
No plano interno, a fuga do país do antigo ministro
gambiano da Informação é a mais recente demonstração do isolamento do
Presidente cessante gambiano, Yahya Jammeh, que, fruto da forte pressão para
abandonar o poder, nomeou um mediador “para ajudar a resolver o impasse
político no país”.
Yahya Jammeh, declarou o estado de emergência no país, a dois dias apenas da data em que é suposto ceder o poder ao vencedor das eleições presidenciais do mês passado.
Jammeh recusa abandonar a Presidência da Gâmbia, apesar das pressões internacionais nesse sentido e das ameaças de intervenção militar feitas por outras nações da África ocidental.
Yahya Jammeh, declarou o estado de emergência no país, a dois dias apenas da data em que é suposto ceder o poder ao vencedor das eleições presidenciais do mês passado.
Jammeh recusa abandonar a Presidência da Gâmbia, apesar das pressões internacionais nesse sentido e das ameaças de intervenção militar feitas por outras nações da África ocidental.
Os 90 dias de estado de emergência começam
imediatamente, anunciou terça-feira a televisão estatal.
Jammeh considera que as eleições presidenciais
foram afectadas por uma intervenção estrangeira que o Presidente considera ser
“sem precedentes”.
Yahya Jammeh chegou ao poder através de um golpe de Estado em 1994 e é acusado de graves violações dos direitos humanos, entre as quais detenções arbitrárias, tortura e assassínio de opositores no pequeno país de 1,9 milhões de habitantes.
Yahya Jammeh chegou ao poder através de um golpe de Estado em 1994 e é acusado de graves violações dos direitos humanos, entre as quais detenções arbitrárias, tortura e assassínio de opositores no pequeno país de 1,9 milhões de habitantes.
ANG/JA
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