quinta-feira, 20 de abril de 2017

Relações EUA/Correia do Norte


Pyongyang pode sofrer ataque de grande precisão

Bissau, 20 Abr 17 (ANG) - Uma falha na diplomacia conduzida por Pequim vai dar lugar à guerra na península coreana, onde a tensão está bastante alta e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, garantiu já que o ataque está entre as prioridades, mantendo em segredo apenas os meios e homens a envolver.

“Não vou fazer como as administrações anteriores, porque eu sou diferente”, afirmou Trump, quando respondia a pergunta sobre um eventual ataque à Coreia do Norte. “Por enquanto, confio na diplomacia da China, mas... depois as coisas podem ser de outra maneira”, referiu-se nesses termos Donald Trump, deixando transparecer que está preparado para agir militarmente contra a Pyongyang.

A diplomacia da China está a tentar envolver o Japão, que já se mostrou preocupado sobre uma eventual guerra, o que levou o primeiro-ministro Shinzo Abe a pedir a Washington para considerar as possibilidades oferecidas por Pequim.

Os conselheiros de Trump, citados na imprensa norte-americana, são de opinião que a Administração norte-americana deve preparar as condições para agir com “mão pesada” contra Pyongyang, para resolver a situação, e não deixar “que a mesma se arraste por mais tempo”.

As autoridades chinesas fizeram saber uma guerra nunca vai ser benéfica para a região e aqueles que começarem a guerra vão ter de assumir a responsabilidade histórica. O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou a deslocação de meios de grande envergadura para a península coreana para reforçar o arsenal das tropas norte-americanas estacionadas em Seul.


O porta-aviões nuclear que Washington desdobrou há dez dias na península coreana, em resposta ao comportamento de Pyongyang, chega à região a próxima semana, segundo uma fonte militar sul-coreana. O USS Carl Vinson e seu grupo de ataque, se dirige à região, proveniente da Austrália onde participou em  manobras conjuntas em águas do Oceano Índico, explicou uma fonte à agência “Yonhap”. 

Seul e Washington estudam a possibilidade de realizar exercícios navais combinados com a participação do navio de propulsão nuclear da classe Nimitz (a maior do mundo em termos militares) entre os dias 25 e 28 de Abril. Mas um porta-voz do Ministério de Defesa sul-coreano disse, ao ser consultado pela Agência Efe, que por enquanto o Governo de Seul é incapaz de confirmar tal informação.

O Comando do Pacífico norte-americano (PACOM) disse no começo de Abril que enviava à península coreana o Carl Vinson - que então estava previsto que participasse em manobras com Austrália.

Segundo fotografias publicadas pela Marinha norte-americana, o porta-aviões não se deslocou ao Mar de Japão (Mar do Leste) e se dirigiu a águas do Índico como estava inicialmente previsto sem que Washington tenha explicado durante as duas semanas seguintes que se manteve o itinerário original.

Nesse tempo, a tensão na península coreana aumentou pelas alusões de Washington a um ataque preventivo contra Pyongyang e por um novo teste de mísseis realizado no domingo pela Coreia do Norte.


Especialistas norte-americanos acreditam que as coisas podem agravar nos próximos dias, porque tudo indica que a Coreia do Norte pode realizar uma nova detonação atómica subterrânea. As fotos captadas por satélite de seu centro de testes nucleares de Punggye-ri (nordeste) mostram que tudo parece pronto. Por isso, os especialistas pedem que se tenha uma abordagem inteligente com as autoridades de Pyongyang.   

A Coreia do Norte “não vai ficar quieta como ficou a Síria”, afirmou Kim Chang-min, integrante do alto escalão do Ministério das Relações Exteriores do país, que também alertou que a actual tensão com os Estados Unidos é “extremamente perigosa”. 


O director-geral de Organizações Internacionais da Coreia do Norte, encarregado de lidar com órgãos como a ONU, culpou os EUA pelo período de tensão e reivindicou que, assim como outros países, o seu tenha o direito de fazer lançamentos de mísseis e realizar testes nucleares.

“Hoje, na península da Coreia, criou-se uma situação extremamente perigosa, na qual ninguém pode prever quando vai ficar fora de controlo e pode derivar numa guerra total”, explicou Kim Chang-min durante uma entrevista em Pyongyang, num momento de alta tensão na região. O Presidente da Coreia do Norte, Kim Jong-un, garantiu que o país está preparado para enfrentar qualquer desafio como é o caso dos Estados Unidos. 

“A situação actual foi provocada pelos EUA, que estão histéricos e enviaram 300 mil soldados para a Coreia do Sul e um arsenal nuclear suficiente para começar uma guerra”, declarou o alto funcionário através de um intérprete.Os ataques dos Estados Unidos à Síria e ao Afeganistão não representam nada para a Coreia do Norte. 

“Neste sentido, Kim garantiu que “seria um erro esperar que a Coreia do Norte respondesse agir como a Síria, que não tomou nenhuma medida depois que foi atacada pelos EUA”.

“Washington diz que todas as opções estão sobre a mesa. Não apenas eles, mas nós também temos nossas próprias opções”, declarou o alto funcionário. O Vice-Presidente dos Estados Unidos, Maike Pence, tentou de tudo para afastar as ameaças ao Japão e a Coreia do Sul, mas, segundo especialistas militares, “não foi bem sucedido porque tudo continua na mesma”.  

A Administração norte-americana está a tentar recriar os laços na Ásia, onde perdeu importância nos últimos anos, devido a mudanças tácticas na sua diplomacia. Além do Japão, a Indonésia e Austrália, Mike Pense desloca-se a esses países para debater as armas bélicas e a situação na península coreana. 

“Os Estados Unidos dizem que querem proteger os seus aliados asiáticos, mas isto não é verdade. O que eles escondem é que buscam fazer um ataque preventivo para derrubar o líder Kim Jong-un e acabar com o nosso sistema”, considerou um especialista norte-coreano.

“A estratégia da Coreia do Norte é conseguir o desenvolvimento económico e militar de maneira simultânea. Esses lançamentos e os testes nucleares são o processo normal para cumprir esses dois objectivos ao mesmo tempo”, destacou.

O diplomata criticou duramente as sanções económicas impostas pelo Conselho de Segurança da ONU à Coreia do Norte em resposta a seus últimos testes nucleares e lançamentos de mísseis, e as classificou como “ilegais”.

“Nunca vamos aceitar as sanções que nos impuseram. As rejeitamos taxativamente. Se os testes nucleares são uma ameaça para a segurança mundial, os EUA seriam os primeiros a ser punidos”, disse o diplomata. 

Ao ser lembrado que aliados históricos de seu país como Rússia e China apoiaram estas sanções que a comunidade internacional considera graves provocações, Kim disse que, “independentemente de quem as apoie, isto não as torna legais”.

Além disso, o funcionário negou que existam condições para qualquer negociação com a comunidade internacional e para activar o diálogo de seis partes para a desnuclearização da península coreana, do qual participavam EUA, Japão, Rússia, China e as duas Coreias.

“O que se pode conseguir com negociações? Tudo está marcado por padrões dúbios”, lamentou. Kim também defendeu o seu país das continuas denúncias de abusos aos direitos humanos feitas por organizações internacionais e pela própria ONU, que publicou em 2014 um duro relatório. 

ANG/JA




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