Partidos que não reconhecem governo admitem convocar manifestação
Bissau,08 Mai 17(ANG) - O líder do Partido Africano
da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira,
admitiu a possibilidade de convocar uma
manifestação caso os assinantes do Acordo de Conacri não cheguem a um consenso
sobre a sua aplicação.
“Este prazo dado pela última missão da CEDEAO, é um prazo que serve de
referência para nós todos e é importante que todos os assinantes do Acordo de
Conacri vejam naquele prazo uma oportunidade de nos alinharmos com os
dispositivos desse acordo”, afirmou Domingos Simões Pereira, que falava como
porta-voz de um grupo de sete partidos guineenses.
O Acordo de Conacri, patrocinado pela Comunidade Económica dos Estados da
África Ocidental (CEDEAO), prevê a formação de um governo consensual integrado
por todos os partidos representados no parlamento e a nomeação de um um Primeiro-ministro
de consenso.
Os sete partidos, quatro dos quais com assento parlamentar, não reconhecem o
atual Governo que dizem ser de iniciativa do Presidente do país, José Mário
Vaz, e exigem a sua demissão.
Na última missão de avaliação da aplicação do Acordo de Conacri realizada a
Bissau pela CEDEAO, a organização deu às partes em divergência 30 dias (que
termina a 25 de maio) para aplicar o acordo, caso contrário serão impostas
sanções.
Caso não sejam alinhadas posições entre os signatários do Acordo de Conacri, os
“partidos políticos sobretudo os
representados no nosso espaço de concertação política vão de facto
convocar uma manifestação porque vamos considerar que estão esgotadas todas as
referências temporais necessárias para o seu cumprimento”, afirmou Domingos
Simões Pereira, que falava depois de uma visita ao porta-voz do Movimento de
Cidadãos Conscientes e Inconformados, Lesmes Monteiro.
Segundo Simões Pereira, os partidos vão
“pedir ao povo guineense que reclame a exoneração das atuais autoridades
nacionais que deram mais do que provas suficientes da sua incapacidade,
incompetência e irresponsabilidade em traduzir a vontade do povo guineense”.
O Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Partido
da Convergência Democrática (PCD), União para a Mudança (UM), Partido da Nova
Democracia (PND), Partido da Unidade Nacional (PUN), Partido de Solidariedade e
Trabalho (PST) e o Movimento Patriótico formam o grupo dos sete partidos,
denominado de coletivo democrático.
ANG/Lusa
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