Guiné-Bissau
“preocupada” com anúncio da retirada dos EUA do acordo de Paris
Bissau, 02 Jun 17 (ANG) – O
Director-Geral do Ambiente e ponto focal do país junto ao Secretariado da ONU para
Mudanças Climáticas qualificou de “bastante preocupante” o recente anúncio do
Presidente Donald Trump, sobre a retirada dos EUA do Acordo de Paris.
Viriato Luís Soares Cassama
que reagia assim a decisão do Presidente norte-americano que classifica de
“falsa questão” a problemática das mudanças climáticas no mundo, justificou
dizendo que a América é um dos maiores financiadores do Fundo Verde do clima,
pelo que teme que o fluxo deste apoio venha a escassear.
A Guiné-Bissau, com zona
costeira baixa, ou seja, menos 5 metros do nível médio das águas do mar e, por
isso mesmo, altamente vulnerável à subida da água, vê na adaptação a forma de
enfrentar esse fenómeno, e para tal, necessita e depende muito das verbas
provenientes do referido fundo, descreveu Viriato Cassamá.
“Enquanto pais em
desenvolvimento, a Guiné-Bissau não possui capacidades técnicas e financeiras
para fazer face as inclemências do clima”, observou lembrando que estas
fragilidades poderão agravar-se ainda mais com a efectivação da saída dos
norte-americanos do compromisso mundial assumido na convenção 21 da ONU realizada
em 2015, em Paris.
Luís Soares Cassama receia
pelos mais sombrios cenários que poderão resultar da posição de Trump numa
altura em que, segundo estudos feitos, o mundo poderá registar uma subida de
temperatura de 0,3 graus centígrados até ao final do século.
Ao assinarem o Acordo de
Paris, os signatários se comprometeram também que , em caso de eventual retirada,
o país proponente deve aguardar que passem três anos depois da entrada em vigor
daquele instrumento mundial.
Ou seja, a retirada dos EUA só será possível em
finais de 2019, pois o acordo de Paris entrou em vigor em 4 de Novembro de 2016.
“Isso depois de passar pelo Congresso e pelo Senado norte-americanos. E até lá
tudo pode acontecer”, referiu.
Questionado sobre se não
existe risco de outros países seguirem os EUA nesta sua posição e assim fazer
desintegrar o compromisso de Paris, Viriato Luís Soares Cassama respondeu
negativamente.
“Existe uma vontade política
mundial para a aplicação do acordo de Paris”, disse acrescentando que apesar de
tê-lo assinado, o parlamento da Guiné-Bissau ainda não o ratificou devido a crise
política que assola o pais há mais de 2 anos.
ANG/JAM/SG
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