Dissidentes do PAIGC acusam partido de querer instalar
caos na Guiné-Bissau
Bissau,01 Jun
17(ANG) - O grupo de dissidentes do Partido Africano para a Independência da
Guiné e Cabo Verde (PAIGC), principal partido da Guiné-Bissau, acusou quarta-feira
a direção daquela formação política de pretender instalar o caos com recurso
aos jovens.
A posição foi hoje
assumida numa conferência de imprensa proferida por Tumane Mané e Tomás
Barbosa, dois elementos do grupo dos 15 deputados expulsos do PAIGC.
Segundo aqueles
dois dirigentes, o PAIGC "caminha para o abismo" devido à ação da sua
liderança e "quer instalar o caos" no país, situação que, disseram,
não será aceite pelos militantes do partido.
Mané e Barbosa
acusaram a direção do partido liderado pelo ex-primeiro-ministro guineense,
Domingos Simões Pereira, de estar a instigar os jovens para protagonizarem atos
de violência no país, mesmo que seja enfrentando as forças de ordem.
No sábado passado,
confrontos registados entre manifestantes do Movimento dos Cidadãos
Inconformados com a crise política no país e a polícia provocaram dezenas de
feridos, entre os quais sete polícias.
"Não podemos
aceitar que o PAIGC seja transformado no instrumento de caos e de
desestabilização" do país, enfatizou Tumane Mané.
Tomás Barbosa, que
também é atual ministro da Cultura e Desporto, defendeu, por sua vez, que é
errado quando os jovens "se deixam instrumentalizar" ao ponto de
pensarem que a Guiné-Bissau é a mesma coisa que a Venezuela.
"As
realidades são distintas", afirmou Tomás Barbosa, pedindo aos pais para
não deixarem os filhos participarem em manifestações "encomendadas",
disse.
ANG/Lusa
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