Tiniguena
acusa governos guineenses de assinar contratos de exploração sem salvaguardar interesses das comunidades
Bissau, 02 Ago 17 (ANG) – O Director Executivo
da Organização não-governamental
Tiniguena acusou terça -feira
sucessivos Governos da Guiné-Bissau de assinarem contratos de exploração dos
recursos naturais sem salvaguardar os interesses das comunidades.
Miguel de Barros falava durante o encontro
entre as organizações da sociedade civil e a Rede Parlamentar para o meio
Ambiente no qual se apresentou estudos
concluídos em 2016 sobre a gestão de protecção e exploração dos recursos
naturais.
Disse que o governo não apresentou ainda os mecanismos
ambientais credíveis que mostram a responsabilidade de exploração destes
recursos.
Segundo o Director Executivo da Tiniguena, os
estudos constataram que a situação dos recursos naturais é bastante crítica,
admitindo a existência de rede de corrupção, clientelismo e de aliciamento das
comunidades locais a arruinarem seus patrimónios.
“ Estamos a assinar na Guiné-Bissau uma
destruição excessiva que põe em causa os principais recursos, fontes de
riquezas e de rendimentos das comunidades.Os deputados não podem ficar calados
só porque podem ter alguma ligação com os
partidos políticos ou Governo, não devem fugir das suas responsabilidades “,
considerou.
Barros frisou ainda que há uma necessidade de se pensar num
mecanismo de governação do sector florestal, referindo que as madeiras cortadas
não são patrimónios dos que as cortaram, mas sim do Estado Guineense.
Como
contrapartida da desflorestação, Miguel de Barros defende a compensação das
comunidades particularmente nas áreas da saúde e educação e sanções contra os
malfeitores.
Presente no encontro, o presidente da
Comissão Permanente do Parlamento para a área dos Recursos Naturais, Meio
Ambiente e Turismo, Mário Dias Sami, explicou que os deputados estão
conscientes das suas responsabilidades
enquanto legisladores e que têm o poder de exigir o cumprimento das leis
ao Governo.
ANG/O Democrata
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