Bocundji Cá diz
ser vítima de conspiração no CAN-2017
Bissau,27 Out 17(ANG) - Nove meses depois do CAN
Gabão-2017, o ex-campeão da seleção nacional, Bocundji Cá, disse, quarta-feira,
que foi “retalhado” pelo Comité executivo da Federação de Futebol da
Guiné-Bissau e pela equipa técnica por ter reivindicado o pagamento das dívidas
aos jogadores que participaram na fase de apuramento ao CAN 2017.
Bocundji Cá, que não teve nenhum minuto na maior
prova africana em futebol que decorreu no princípio deste ano no Gabão, disse
ser vítima de uma conspiração dos membros do Comité Executivo, por ter revelado
ao Presidente da República, José Mário Vaz o montante das dívidas contraídas
com jogadores durante a fase do apuramento.
Falando à Rádio Jovem, Bocundji Cá refutou as
declarações do Diretor Executivo da
Seleção Nacional, Catió Baldé, durante uma
entrevista à Rádio Capital, na qual este ter-lhe-á acusado de ter
solicitado ao Presidente da República a sua substituição no cargo do Secretário
executivo da seleção, devido à sua proximidade ao líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira.
Bocundji Cá nega as declarações de Catió e
considera que este não tem moral de o criticar.
“Eu reivindiquei apenas as dívidas contraídas com
os jogadores durante a fase de apuramento. Catió não tem moral para falar
da minha pessoa nos órgãos de comunicação social”, defendo o atleta.
Cá disse ser defensor do país até última hora e
considerou de injusto o facto de um jogador que não tenha participado na fase
de apuramento receber mesmo montante que os que participaram em todos os jogos.
O atleta que assinou contrato recentemente com
Sporting de Bastiã de França disse ser uma das primeiras personalidades do país
a acreditar no projeto da seleção nacional, quando ninguém ousou o fazer,
abdicando das “ofertas atentatórias” das poderosas seleções de Senegal e
Guiné-Conakry.
O ex-médio dos Djurtus teceu ainda duras críticas
ao Diretor Executivo da Seleção nacional e dos membros da Federação de Futebol
que, na sua opinião, não sabem nada do futebol.
Cá disse ser incompatível, Catio Baldé,
enquanto empresário de futebol, desempenhar as funções de diretor executivo da
seleção nacional.
O ex-capitão disse que não queria abordar esse
assunto há muito tempo, porque tinha a consciência de que não era eticamente
correto revelar ao público assuntos do balneário.
“Sei que o que passa no balneário é “barraca de
fanado”, não se revela ao público, mas como Catió decidiu levá-lo ao público,
então vamos revelar tudo”.
Acusou Catió Baldé de estar na seleção nacional de
futebol para tirar proveito para os seus interesses económicos. “Catió não pode
estar a bater portas dos jogadores a pedir que assinem contrato com ele, porque
lhes fará jogar no CAN”, revelou.
Bocundji adiantou ainda que depois de terem
recebido mais de 300 milhões de Francos CFA da Presidência da República, houve
alguns dirigentes federativos que queriam apoderar do dinheiro para seu uso
pessoal, uma situação que disse ter recusado. Segundo Cá, muitos jogadores que
participaram na campanha de apuramento para CAN Gabão 2017 ainda não receberam
os seus subsídios.
Pouco tempo após o regresso da caravana nacional ao
país, o médio guineense teve um encontro com a imprensa com o propósito de
divulgar as razões da sua não utilização no campeonato africano das nações, mas
acabou por não abordar o assunto, devido à conselhos que terá recebido em não provocar
um mal-estar no balneário. ANG/O
Democrata
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