quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Saúde/SIDA



SNLS beneficiou de sete milhões de Euros em 2017 para combater a doença

Bissau,10 Jan 18 (ANG) – O secretário executivo do Secretariado Nacional de Luta contra. Sida (SNLS) revelou hoje à ANG que a instituição beneficiou , em 2017, de sete milhões de Euros do Fundo Mundial para combater a doença na Guiné-Bissau. 

Califa Soares Cassamá disse que foi graças a referida verba que o SNLS obteve muitos êxitos no âmbito da luta contra o flagelo no pais.

“O SNLS que foi o recipiente principal da verba trabalhou com outras Ongs parceiras sub-recipientes nomeadamente a Enda-Saúde, Acção Ajuda e a Célula de Gestão de Programa Nacional de Desenvolvimento Sanitário (PNDS)” explicou.

Outras ONGs sub-beneficiários nomeadamente a Associação Guineense do Bem Estar Familiar(AGUIBEF), ONG Pró-Bolama, a Rede das Pessoas com VIH entre outras igualmente trabalharam com a SNLS.

Cassamá afirmou ainda que, como prestadores de serviço, o SNLS trabalhou com várias outras ONGs e algumas instituições estatais casos do Hospital de Cumura, Ong Cêu e Terra, Instituto Nacional de Saúde(Inasa), Centro de Comercialização de Medicamentos Essenciais(Cecomes), o Programa da ONU para o Desenvolvimento entre outros.

Sublinhou que no ano passado o SNLS encomendou cinco estudos diferentes que irão permitir a actualização dos dados sobre a real situação da VIH/Sida na Guiné-Bissau.

Questionado sobre o que está por detrás da transferência  da gestão dos fundos da Sida doados pelo Fundo Mundial à Célula do Programa Nacional de Desenvolvimento Sanitário, Cassamá respondeu que não há motivos para o alarme nesta situação.

“Antes da minha vinda para o SNLS já tinha havido um esfriar de relações entre o Secretariado e o financiador. Depois do início das minhas funções a situação melhorou consideravelmente, mas a decisão de transferir a gestão já tinha sido tomada. Mas isso é somente gerir os fundos as actividades vão continuar  a serem coordenadas pelo SNLS”, disse.

Disse entretanto que  estão a trabalhar para que, no futuro, o SNLS voltasse a gerir  os fundos alocados pelo Fundo Mundial ao país para o combate a sida.

“O que estamos a fazer é igualmente trabalhar no sentido de beneficiar de fundos dos outros parceiros do sector. Temos de trabalhar nesse sentido porque só com a diversificação das fontes de financiamento é que, de facto, poderemos dar resposta à luta contra sida no país”, explicou.

Califa Cassamá afirmou  que as relações entre o SNLS e o Fundo Mundial estão agora muito melhor e num bom caminho, acrescentando que a taxa de absorção dos fundos que outrora constitui problemas,  deixou de  ser problemas.

“Vocês podem testemunhar as obras em curso na sede do SNLS, que falam por si. Estamos tranquilos e vamos continuar a trabalhar”, referiu.

Califa Soares Cassamá disse que a taxa de prevalência de sida actualmente na Guiné-Bissau é de 3.3 por cento em todo o país.

 Acrescentou  que cada região tem a sua especificidade, e  a título de exemplo, indica  a capital Bissau, como sendo a região com a  taxa mais alta de seropositivos, seguida da região de Oio e de Bafatá.

“Estas duas regiões têm factores culturais que estão a navegar contra a maré no combate à sida. Por exemplo factor poligamia, em que um homem tem várias mulheres e ter relações sexuais com estas mulheres tem sempre probabilidade de contrair a doença, para além da possiblidade de ter amigas fora do casamento”, explicou.

Disse que por exemplo ,na região de Oio, onde  há um determinado etnia com uma prática denominada “Bnanhá”, que significa um chefe de família quando se desloca  para uma determinada tabanca para assistir cerimónias de circuncisão ou funeral é-lhe  dado  uma mulher para pernoitar.

ANG/ÂC/SG



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