SNLS beneficiou
de sete milhões de Euros em 2017 para combater a doença
Bissau,10
Jan 18 (ANG) – O secretário executivo do Secretariado Nacional de Luta contra.
Sida (SNLS) revelou hoje à ANG que a instituição beneficiou , em 2017, de sete milhões
de Euros do Fundo Mundial para combater a doença na Guiné-Bissau.
Califa
Soares Cassamá disse que foi graças a referida verba que o SNLS obteve muitos êxitos
no âmbito da luta contra o flagelo no pais.
“O
SNLS que foi o recipiente principal da verba trabalhou com outras Ongs
parceiras sub-recipientes nomeadamente a Enda-Saúde, Acção Ajuda e a Célula de
Gestão de Programa Nacional de Desenvolvimento Sanitário (PNDS)” explicou.
Outras
ONGs sub-beneficiários nomeadamente a Associação Guineense do Bem Estar
Familiar(AGUIBEF), ONG Pró-Bolama, a Rede das Pessoas com VIH entre outras igualmente
trabalharam com a SNLS.
Cassamá
afirmou ainda que, como prestadores de serviço, o SNLS trabalhou com várias
outras ONGs e algumas instituições estatais casos do Hospital de Cumura, Ong
Cêu e Terra, Instituto Nacional de Saúde(Inasa), Centro de Comercialização de
Medicamentos Essenciais(Cecomes), o Programa da ONU para o Desenvolvimento
entre outros.
Sublinhou
que no ano passado o SNLS encomendou cinco estudos diferentes que irão permitir
a actualização dos dados sobre a real situação da VIH/Sida na Guiné-Bissau.
Questionado
sobre o que está por detrás da transferência
da gestão dos fundos da Sida doados pelo Fundo Mundial à Célula do
Programa Nacional de Desenvolvimento Sanitário, Cassamá respondeu que não há
motivos para o alarme nesta situação.
“Antes
da minha vinda para o SNLS já tinha havido um esfriar de relações entre o
Secretariado e o financiador. Depois do início das minhas funções a situação
melhorou consideravelmente, mas a decisão de transferir a gestão já tinha sido
tomada. Mas isso é somente gerir os fundos as actividades vão continuar a serem coordenadas pelo SNLS”, disse.
Disse entretanto
que estão a trabalhar para que, no
futuro, o SNLS voltasse a gerir os
fundos alocados pelo Fundo Mundial ao país para o combate a sida.
“O que
estamos a fazer é igualmente trabalhar no sentido de beneficiar de fundos dos
outros parceiros do sector. Temos de trabalhar nesse sentido porque só com a
diversificação das fontes de financiamento é que, de facto, poderemos dar
resposta à luta contra sida no país”, explicou.
Califa
Cassamá afirmou que as relações entre o
SNLS e o Fundo Mundial estão agora muito melhor e num bom caminho, acrescentando
que a taxa de absorção dos fundos que outrora constitui problemas, deixou de ser problemas.
“Vocês
podem testemunhar as obras em curso na sede do SNLS, que falam por si. Estamos
tranquilos e vamos continuar a trabalhar”, referiu.
Califa
Soares Cassamá disse que a taxa de prevalência de sida actualmente na
Guiné-Bissau é de 3.3 por cento em todo o país.
Acrescentou que cada região tem a sua especificidade, e a título de exemplo, indica a capital Bissau, como sendo a região com
a taxa mais alta de seropositivos,
seguida da região de Oio e de Bafatá.
“Estas
duas regiões têm factores culturais que estão a navegar contra a maré no
combate à sida. Por exemplo factor poligamia, em que um homem tem várias
mulheres e ter relações sexuais com estas mulheres tem sempre probabilidade de
contrair a doença, para além da possiblidade de ter amigas fora do casamento”,
explicou.
Disse
que por exemplo ,na região de Oio, onde
há um determinado etnia com uma prática denominada “Bnanhá”, que significa
um chefe de família quando se desloca para uma determinada tabanca para assistir
cerimónias de circuncisão ou funeral é-lhe
dado uma mulher para pernoitar.
ANG/ÂC/SG
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