Advogados entregam petição pedindo suspensão imediata da
medida
Bissau,21 Fev
18(ANG) - Os advogados portugueses do escritório João Nabais e Associados entregaram
terça-feira uma petição à CEDEAO em Bissau pedindo a anulação das sanções
contra as 19 personalidades guineenses que dão assistência jurídica.
Imagem Ilustrativo |
A petição assinada pelo advogado João Nabais foi
entregue na representação da CEDEAO em
Bissau pedindo a “suspensão imediata” das sanções” com todas as consequências
legais e políticas”.
Na argumentação invocada pelos advogados
portugueses, o grupo de 19 cidadãos guineenses foi alvo de medidas
sancionatórias “inéditas por nunca terem sido aplicadas na comunidade
internacional, mesmo em situações de golpes de Estado ou genocídio”.
Os visados, entre os quais se incluem dirigentes
políticos, magistrados e o filho do Presidente guineense, não entendem como foi
possível abranger os seus familiares diretos sem que se defina o grau de
parentesco ou afinidade de pessoas a sancionar.
“Assim, pais, filhos, netos, cônjuges dos agora
visados (…) são abruptamente atingidos por medidas discriminatórias que atentam
contra os seus direitos humanos”, como é o caso de liberdade de circulação e
contra os seus bens, lê-se na petição a que a Lusa teve acesso.
Alertam ainda para os “incómodos” que esses
familiares vão passar a sentir de cada vez que queiram viajar, com receio de
serem abordados nos aeroportos, ainda que possam estar a viver em países onde
“dificilmente recebem ecos do que se passa na Guiné-Bissau”.
Consideram o facto de “uma intolerável incerteza”
que abrange centenas de pessoas de forma injusta, alegam ainda.
Os subscritores da petição classificam as sanções
da CEDEAO de “incompreensíveis” por terem sido decretadas sobre cidadãos de um
país “onde reinam a ordem e a tranquilidade públicas”, com todos os direitos e
liberdades garantidos aos cidadãos, dizem.
Pedem aos líderes da organização oeste africana que
apreciem, com caráter de urgência, os fundamentos da petição assinada por João
Nabais, alegando, desde já que a decisão “padece de vícios de forma e de substância”.
Assim sendo, defendem que as sanções devem ser suspensas imediatamente.
Com as sanções, os visados ficam impedidos de
participar nas atividades da CEDEAO, não podem ter vistos para os 15 países da
comunidade, assim como os seus familiares, e os seus bens financeiros e dos
familiares também ficam congelados.
A organização sub-regional africana quer que as
outras instâncias internacionais, nomeadamente a Comunidade de Países de Língua
Portuguesa, União Europeia e Nações Unidas apoiem e apliquem as sanções. A
União Africana já manifestou o seu apoio ao pacote de sanções aplicado pela CEDEAO.
ANG /Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário