Supremo acusa 13
separatistas de delitos de rebelião
Bissau, 26 Mar 18 (ANG) – O Supremo Tribunal espanhol acusou hoje de delito
de rebelião 13 separatistas pela sua participação no processo de independência
da Catalunha, entre os quais o ex-presidente do executivo regional Carles
Puigdemont, refugiado na Bélgica.
O juiz responsável pela instrução do
caso, Pablo Llarena, avança com as acusações quatro meses depois do início da
investigação à tentativa de organizar a criação de uma República independente
na Catalunha.
Foram ainda acusados do crime de
rebelião o ex-presidente do Governo regional Oriol Junqueras, a ex-presidente
do parlamento regional Carme Forcadell, e os independentistas Jordi Sanchez e
Jordi Cuixart, assim como a líder da Esquerda Republicana da Catalunha Marta Rovira,
que hoje faltou à audiência marcada e anunciou que se exilava.
O juiz afirma que os políticos
separatistas catalães e os líderes independentistas de várias associações
atuaram em conluio nos últimos seis anos para executar um plano que levava a
uma declaração de independência da Catalunha, contra a Constituição espanhola.
Llarena considera que, ao todo, 25
independentistas vão ter de responder por delitos de rebelião, desobediência ou
peculato (desvio de fundos públicos).
Os 13 acusados de rebelião podem ter de
cumprir uma pena de prisão que pode ir até 30 anos de cadeia.
Carles Puigdemont é acusado de ter
organizado o referendo de autodeterminação de 01 de Outubro de 20017 apesar de
este ter sido proibido e de haver “o risco grave de incidentes violentos”.
O candidato à presidência que não
conseguiu ser eleito na quinta-feira para o lugar, Jordi Turull é acusado pelo
seu papel na gestão da publicidade e da coordenação informática do referendo,
assim como no recrutamento de milhares de voluntários que realizaram a
consulta.
Por outro lado, o juiz atribuiu o crime
de “desobediência” e/ou peculato a outros 12 dos 25 acusados, entre eles três
dos sete que estão fugidos à justiça: Anna Gabriel (CUP), Lluís Puig (PDeCat) y
Meritxel Serret (ERC).
Entretanto, um dos seis convocados para
se apresentarem esta manhã no Supremo, Marta Rovira faltou à audiência e
anunciou que também abandona o território espanhol, segundo uma carta que
escreveu aos militantes do seu partido.
“O exílio será um caminho duro, mas é a
única forma que tenho para recuperar a minha voz política”, afirma na missiva a
secretária-geral da Esquerda Revolucionária da Catalunha (socialista
independentista).
O juiz ainda irá decidir hoje se algum
dos cinco separatistas que se apresentaram esta manhã em tribunal vai ficar
detido, como medida cautelar, à espera do julgamento.
Cinco dos separatistas catalães, entre
os quais Puigdemont, estão na Bélgica, para onde fugiram em finais de Outubro
de 2017 depois de falharem a tentativa de independência.
Outra independentista, Anna Gabriel, do
partido de extrema-esquerda antissistema CUP, fugiu no início do ano para
Genebra, na Suíça.
A 27 de Outubro de 2017, Madrid decidiu
intervir na Comunidade Autónoma, através da dissolução do parlamento regional,
da destituição do executivo regional e da convocação de eleições regionais que
se realizaram a 21 de Dezembro último.
O bloco de partidos independentistas
manteve uma maioria de deputados no parlamento regional e está a ter
dificuldades para formar um novo executivo. ANG/Inforpress/Lusa
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