Projecto de
resolução da Rússia rejeitado no Conselho de Segurança
Bissau, 12 Abr 18(ANG) – O Conselho de Segurança das Nações Unidas rejeitou terça-feira
um projecto de resolução da Rússia para criar um novo mecanismo de investigação
sobre o uso de armas químicas na Síria.
O projecto russo recebeu seis votos a
favor, sete votos contra, entre os quais dos Estados Unidos, França e Reino
Unido, e duas abstenções, falhando assim a obtenção dos nove votos que eram
necessários para que fosse aprovado.
O projecto de resolução da Rússia foi
rejeitado depois de Moscovo vetado, na mesma sessão do Conselho de Segurança da
ONU, uma proposta dos Estados Unidos para criar um mecanismo de investigação
internacional sobre o recurso a armas químicas na Síria, após o alegado ataque
em Douma.
O projecto norte-americano, que propunha
a criação, por um ano, de um novo “mecanismo independente de investigação das
Nações Unidas” sobre o uso de armas químicas na Síria, recebeu 12 votos a
favor, dois votos contra (Rússia e Bolívia) e uma abstenção (China).
Este foi o 12.º veto russo a uma
resolução da ONU sobre a Síria desde o início do conflito armado, em 2011.
Mais de 40 pessoas morreram no sábado
num ataque contra a cidade rebelde de Douma, que segundo organizações
não-governamentais no terreno foi realizado com armas químicas.
A ONU deixou de ter um organismo de
investigação para os ataques químicos na Síria depois de, em finais de 2017,
uma série de vetos da Rússia ter impedido a renovação do mandato do JIM (Joint
Investigation Mechanism, mecanismo de investigação conjunta), um grupo que
juntava peritos da ONU e da Organização para a Proibição de Armas Químicas
(OPAQ).
A Síria, que entrou no oitavo ano de
guerra, vive um drama humanitário perante um conflito que já fez pelo menos 511
mil mortos, incluindo 350 mil civis, e milhões de deslocados e refugiados.
Desencadeado em Março de 2011 pela
violenta repressão do regime de Bashar al-Assad de manifestações pacíficas, o
conflito na Síria ganhou ao longo dos anos uma enorme complexidade, com o
envolvimento de países estrangeiros e de grupos ‘jihadistas’, e várias frentes
de combate. ANG/Inforpress/Lusa
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