ONG “Pronto-socorro” acusa a Inspeção-geral de Saúde de
negar-lhe autorização para exercício das suas atividades
Bissau, 30 Mai 18 (ANG)
– O Presidente da Organização Não Governamental, Pronto Socorro acusou a Inspeção-geral
do Ministério da Saúde Pública de lhe ter recusado a concessão de documentos
que lhe permitam o exercício das suas atividades na área de saúde escolar.
César Oliveira Lopes que
falava em exclusivo à ANG no quadro das atividades realizadas pela recém-criada
Organização, disse que apesar de ter assinado o protocolo com o Ministério de
Saúde e ter entregue todos os documentos exigidos, até hoje a Inspeção-geral da
Saúde não se deslocou para escolas selecionadas e nem tão pouco concedeu a
autorização para a instalação dos postos dos primeiros socorros nas escolas, por
razões desconhecidas.
Aquela ONG pediu ainda a
redução dos preços de medicamentos adquiridos no Centro de Comercialização de
Medicamentos Essenciais (CECOMES).
Oliveira pede a intervenção
da atual Ministra da Saúde para que a referida ONG possa levar a cabo as suas atividades
com maior dinâmica.
Perguntado sobre como
surgiu a ideia da criação da referida ONG, César Oliveira disse que foi há dois
anos, quando um aluno da escola, da qual é docente estava com febre e levou-o
para hospital e no tratamento gastou cerca de 15 mil francos CFA.
“É a partir dessa data que
comecei a pensar numa organização que visa socorrer os alunos nessas situações,
e em Março de 2017, a ONG (Pronto Socorro) foi criada para esta finalidade”,
explicou.
Nesta primeira fase,
prosseguiu, a organização que dirige foi autorizada pelo Ministério de Educação
a trabalhar com oito (8) escolas e uma das quais já têm posto de primeiro socorro
instalado pela referida ONG.
“Trata-se da escola
União Democrática das Mulheres (UDEMU) no bairro de Plack 2, que tem uma
enfermeira, a título de voluntariado, indicada pela Ordem dos Enfermeiros da
Guiné-Bissau, no âmbito de uma
parceria”, disse.
Instado igualmente a
falar do número dos enfermeiros por cada posto, frisou que previam dois
enfermeiros cada, mas devido a dificuldades financeiras para honrar os
compromissos em termos de pagamento, no momento trabalham apenas com uma.
Segundo Oliveira os
postos de prestação de primeiros socorros serão instalados nas escolas,
mediante autorização da direção das referidas escolas, subscritoras da parceria
com a ONG, nas quais uma enfermeira fica durante todo o dia à disposição do
estabelecimento do ensino para atender qualquer caso de doença.
Perguntado se a ONG
chegou de receber algum apoio financeiro ou material das instituições dos
sectores de atuação disse que ainda não beneficiaram de qualquer ajuda
financeira e medicamentosa da parte das autoridades sanitárias, acrescentando que
asseguram os seus trabalhos com a quota paga pelos membros e a contribuição das
direções das escolas, que acrescentaram mil francos CFA sobre o valor inicial
pago por cada aluno no momento de matrícula.
“O referido dinheiro é
revertido para a compra de medicamentos, pagamentos do agentes de segurança e
da enfermeira a colocar no posto de cada escola”, explicou.
A ONG trabalha em
parceria com Associação Guineense para o Bem-Estar Familiar (AGUIBEF) e com Direção
do Centro Nacional de tratamento de Noma.
César Oliveira revelou que, de momento, estão a receber pedidos de
várias escolas privadas e públicos interessadas em trabalhar com a ONG.
ANG/LPG/ÂC//SG