Procuradora-geral impugna candidatura de Lula da Silva
Bissau,16 Ago 18 (ANG)- A procuradora-geral do Brasil,
Raquel Dodge, enviou na quarta-feira ao Tribunal Superior Eleitoral do Brasil
uma impugnação contra a candidatura presidencial de Lula da
Silva, oficializada pelo Partido dos Trabalhadores (PT),
informaram fontes oficiais.
Numa petição enviada para o instrutor do caso, o
juiz Luís Roberto Barroso, Dodge defende que Lula é "inelegível" porque foi condenado
por um tribunal de segunda instância, de acordo com um comunicado publicado na
página da internet do Ministério Público.
Ao início da noite de quarta-feira, representantes
do PT registaram, pouco antes do final do prazo, o pedido de candidatura da
coligação liderada por Lula da Silva, antigo chefe de Estado brasileiro que foi
condenado a 12 anos e um mês de prisão por ter recebido um apartamento do luxo
na cidade costeira do Guarujá como suborno da construtora OAS para favorecer
contratos da empresa com a petrolífera estatal Petrobras.
O antigo governante do Brasil escreveu uma carta,
divulgada também na quarta-feira, na qual afirma que lutará até ao fim para
manter a sua candidatura.
“Com
o meu nome aprovado na convenção, a Lei Eleitoral garante que só não serei
candidato se eu morrer, renunciar ou for arrancado pela Justiça Eleitoral. Não
pretendo morrer, não penso renunciar e vou brigar pelo meu registo até ao final", escreveu.
O registo da candidatura de Lula da Silva foi
acompanhado por uma série de eventos, incluindo uma grande
marcha que reuniu cerca de 40 mil
pessoas em Brasília, segundo os organizadores.
De acordo
com a polícia militar do Distrito Federal, o número de participantes na marcha
foi menor, cerca de 10 mil pessoas.
Lula da Silva, de 72 anos, é o favorito em todas as
sondagens de intenção de voto para as presidenciais do Brasil, agendadas para
07 de outubro, arrecadando cerca de um terço das intenções de voto, o dobro de
qualquer outro candidato.
Treze candidatos tinham formalizado até às 19:00 de
quarta-feira (24:00 em Bissau), dentro do prazo, o processo junto do Tribunal
Superior Eleitoral para concorrerem às eleições presidenciais do Brasil.
A campanha eleitoral brasileira começa hoje, quando
os candidatos têm autorização para realizar comícios, caravanas automóveis, distribuir
material de campanha e de propaganda na internet, desde que esta não seja paga.
Esta eleição é marcada por quatro anos de
instabilidade, causada por inúmeros escândalos de corrupção que marcaram
líderes da maioria dos partidos políticos e a destituição da última Presidente
eleita, Dilma Rousseff.
ANG/AP
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