Netos de Bandim – segunda oportunidade para crianças da Guiné-Bissau
Bissau,21 Ago 18 (ANG) - O grupo de danças
tradicionais guineense Netos de Bandim, criado há quase 18 anos, procura ajudar
as crianças que vivem em situação de pobreza ou risco de exclusão social,
dando-lhes a oportunidade de terminarem os estudos e terem um futuro melhor.
Segundo uma reportagem do jornal português, Diário
de Notícias, este verão o grupo coordenado por Ector Diógenes Cassamá, atuou em
várias zonas de Portugal e, no próximo dia 24, regressam à Guiné-Bissau.
"Eu tenho cinco filhos, mas na verdade é como
se tivesse mais 120, que são os membros atuais dos Netos. Gerir 120 Netos de
Bandim significa gerir 120 conflitos [risos].
É complicado, mas com a
colaboração de todos, um espírito de irmandade, conseguimos. O interesse do
grupo está acima de todos os outros”.
Desde que fundou os Netos de Bandim, incentivado
pela ONG AMIC, da qual é hoje contabilista, Ector já viu passarem por ali cerca
mais de seis centenas de pessoas.
Com idades que podem ir dos cinco anos aos 50
e tal. Algumas estão hoje a estudar em
países como Portugal, Brasil ou Senegal. Mas mantêm sempre o contato. Como uma
enorme família.
"Temos crianças órfãs, meninos de criação,
vendedoras ambulantes. Foram essas categorias que fui procurar para formar o
grupo, a 12 de novembro de 2000, quando a AMIC quis fazer uma campanha de
sensibilização dos direitos da criança. O espírito é mesmo o de resgatar as
crianças da rua", refere o coordenador, cujo telemóvel não para de tocar.
"Algumas das crianças que integramos não vão à
escola, outras vão, mas de forma deficiente, pois passam mais tempo na rua,
como vendedores ambulantes, do que com os livros. Alguns, depois de estarem
conosco continuam a vender, mas já com uma moderação, porque tem sempre pessoas
atrás deles a incentivar”, disse.
Segundo Ector, 50% das
receitas da atividade dos Netos de Bandim são destinadas a ajudar as crianças
que precisam de apoio na educação e de assistência médica e medicamentosa.
ANG/DN
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