Prostestos contra recontagem
dos votos
Bissau, 09 out 18 (ANG) - Algumas
centenas de populares bem como apoiantes do MLSTP e da coligação UDD-PCD-MDFM
levaram a cabo um protesto junto da comissão eleitoral distrital de Água
Grande, na capital, onde está a decorrer a recontagem dos votos das eleições de
domingo para sua posterior aprovação pelo Tribunal Constitucional.
O movimento de revolta
relaciona-se com o facto de acreditarem que esta recontagem está a converter
boletins nulos e brancos em votos a favor da ADI.
No centro das críticas está a
juíza Natacha Amado Vaz cuja forma de proceder a uma recontagem dos votos que
inclui os votos nulos ou brancos foi questionada por responsáveis do MLSPT e da
coligação UDD-PCD-MDFM.
Devido ao aumento progressivo
da violência junto da sede da comissão eleitoral distrital, o trabalho de
recontagem teve de ser interrompido, o veículo da juíza Natacha Amado Vaz
acabando por ser incendiado pelos manifestantes.
Em declarações concedidas às
TVS, a televisão são-tomense, a interessada começou por desmentir estar a fazer
batota, referindo que seria impossível fazê-lo “perante tanta gente”.
A juíza também justificou a
sua opção de recontagem dos votos dizendo “que na verificação de alguns votos
nulos ou em branco, verifica-se que alguns são válidos e não é só da ADI”.
A juíza considera ainda que "os
representantes dos partidos acham que estamos a fazer uma interpretação errada
da lei e que só deveríamos verificar as reclamações, é mentira".
Pelas 20 horas, a polícia de
choque (ninjas), acabou por intervir para dispersar os manifestantes. Foram
provocadas explosões, disparados tiros para o ar e lançadas granadas de fumo.
Populares afirmam ainda que foi detido um homem que se encontrava no local do
protesto.
O protesto sucedeu numa altura
em que a Comissão Eleitoral Nacional tinha acabado, algumas horas antes, de
divulgar os resultados provisórios das eleições legislativas, regionais e
autárquicas de domingo.
De acordo com estes resultados preliminares, a
ADI obteve 25 mandatos sobre um total de 55 assentos parlamentares, o MLSTP 23
deputados, a coligação UDD-PCD-MDFM 5 mandatos, o Movimento de Cidadãos
Independentes de São Tomé e Príncipe tendo elegido dois deputados pelo distrito
de Caué, no sul do país.
ANG/RFI
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