Chissano
confiante na justiça
Bissau, 04 mar 19 (ANG) - O antigo Presidente
moçambicano, Joaquim Chissano, reagiu, no domingo, à detenção de nove moçambicanos
no âmbito do caso das dívidas ocultas e considerou que as autoridades policiais
e a justiça estão a fazer o seu trabalho.
“Posso dizer
que, pura e simplesmente, as autoridades policiais estão a fazer o seu
trabalho. Como ouvimos hoje, aqui, na nossa igreja, não julgueis para não seres
julgados. Deixemos àqueles que têm o mérito para julgar”, declarou Joaquim
Chissano.
As declarações do antigo Presidente foram feitas à
saída de uma missa de apresentação do novo bispo auxiliar da arquidiocese de Maputo,
António Juliasse, na Sé Catedral de Maputo.
Em Fevereiro, o Tribunal Judicial de Maputo decretou a
prisão preventiva de oito dos nove detidos no âmbito da investigação às dívidas
ocultas do Estado: António do Rosário, administrador-delegado das três empresas
públicas no centro do escândalo (Ematum, Proindicus e MAM); Gregório Leão,
ex-director do Serviço de Informação e Segurança do Estado; Bruno Tandade,
operativo desse serviço de informações; Inês Moiane, secretária pessoal do
ex-Presidente Armando Guebuza; Teófilo Nhangumele, alegado promotor junto de
Moçambique da ideia de criar as empresas e contratar o financiamento; Ndambi
Guebuza, filho do ex-Presidente moçambicano Armando Guebuza; Sérgio Namburete e
Sidónio Sitoe.
Elias Moaine, sobrinho de Inês Moiane, ficou em
liberdade sob fiança mediante uma caução de um milhão de meticais (cerca de 14
mil euros).
As detenções aconteceram depois de a justiça
norte-americana ter mandado prender Manuel Chang, antigo ministro das Finanças
de Moçambique, que aguarda a decisão sobre a extradição para os Estados Unidos
ou para Moçambique.
Os Estados
Unidos alegam que as três empresas públicas moçambicanas de pesca e segurança
marítima serviram para um esquema de corrupção e branqueamento de capitais com
vista ao enriquecimento de vários suspeitos, passando por contas bancárias
norte-americanas.
A Ematum, a Proindicus e a MAM teriam contraído
dívidas de quase dois mil milhões de dólares, com garantias de Estado, mas sem
o aval do Parlamento, durante o segundo e último mandato de Armando Guebuza na
Presidência da República.ANG/RFI
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