Manifestantes exigem queda do presidente
Bissau,
11 abr 19 (ANG) - Milhares de sudaneses
mantêm nesta quinta-feira, pelo sexto dia consecutivo, o desafio ao governo do
presidente Omar Al Bashir diante do quartel-general do Exército, cuja posição é
incerta no confronto entre o governo e os manifestantes, noticiou à AFP.
Presidente do Sudão El Bachir |
"As
pessoas chegam em massa", disse um manifestante na madrugada desta
quinta-feira, diante do QG do Exército. "Vêm homens e mulheres de todas as
partes de Cartum e de outras cidades para o que chamam de plantão
nocturno".
O partido do Congresso Nacional (NCP), base de apoio
de Bashir, havia convocado uma contra-manifestação de apoio ao presidente para
esta quinta-feira, em Cartum, mas decidiu adiar o protesto para data ainda não
definida.
Na terça-feira, 11 pessoas, incluindo seis membros das
forças de segurança, foram mortas nas manifestações em Cartum, disse Hasan
Ismail, porta-voz do governo, sem especificar as circunstâncias, segundo a
agência oficial de notícias Suna.
No total, 49 pessoas morrem devido à violência ligada
às manifestações, segundo responsáveis locais.
A ONG Human Rights Watch divulgou um balanço de 51
mortos, incluindo crianças.
As manifestações começaram em Dezembro pela decisão do
governo de triplicar o preço do pão num país mergulhado na crise económica.
Rapidamente, os actos transformaram-se num movimento contra Bashir.
"O povo quer a queda do governo", gritaram
durante a noite os manifestantes, que fizeram o "V" da vitória e
usaram os telefones celulares para iluminar o local.
Agitando bandeiras nacionais, os manifestantes
repetiram o apelo para que o exército se una ao movimento, que ganhou força
desde sábado.
"Os soldados no quartel-general estão revoltados
com os ataques de gás lacrimogéneo contra os manifestantes esta semana e estão
determinados a impedi-los", afirmou outro manifestante.
Na terça-feira, a polícia anunciou que ordenou que os
agentes não actuassem contra os activistas.
A intenção dos militares, no entanto, continua a ser
um mistério. Num comunicado divulgado na segunda-feira, o general Kamal
Abdelmarouf, comandante do Estado-Maior do exército, afirmou que a tropa
"continua a cumprir com a sua responsabilidade de proteger os
cidadãos".
Na quarta-feira, os manifestantes tentaram arrecadar
dinheiro para garantir água e alimentos à multidão que permanece diante do QG,
sob uma temperatura de 40 graus.
Desde sábado, dia da retomada dos protestos, sete
pessoas morreram, o que elevou o balanço a 38 vítimas fatais desde o início das
manifestações contra o governo de Bashir em Dezembro, de acordo com o governo.
Bashir, diante do maior desafio desde que chegou ao
poder, nega-se a demitir-se. Após tentar reprimir as manifestações à força,
declarou a 22 de Fevereiro estado de emergência durante um ano em todo país.
A mobilização havia perdido força, mas ganhou um novo
estímulo no sábado 06 de Abril, data que recorda a revolta de 06 de Abril de
1985 que derrubou o governo de Jaafar al Nimeiri.ANG/Angop
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