Boris Johnson perde maioria no Parlamento mas insiste em Brexit em 31 de
outubro
Bissau, 4 set 19 (ANG) - O
primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, perdeu sua maioria no parlamento
nesta terça-feira (3), numa mudança que ocorre em meio a uma queda de braço com
deputados contrários a um Brexit sem acordo .
A situação pode originar eleições legislativas antecipadas que ele
afirma não desejar - e ações judiciais contra a suspensão da atividade
parlamentar.
Os legisladores voltaram
ao trabalho depois das férias de verão, em um dia que pode ser crucial para o
conturbado processo de saída do Reino Unido da União Europeia (UE) em 31 de outubro.
Na terça, Johnson perdeu
sua maioria parlamentar depois que o conservador Phillip Lee desertou para as
fileiras dos democratas liberais pró-UE.
"Os liberais
democratas têm o prazer de anunciar que o deputado Phillip Lee, de Bracknell,
se juntou a nós", afirmou o partido em um comunicado.
"O governo
conservador está buscando um Brexit prejudicial, colocando vidas em risco,
ameaçando injustificadamente a integridade do Reino Unido", declarou
Phillip Lee.
Na semana passada, o
chefe de Governo provocou uma onda de indignação ao anunciar a decisão de
suspender as actividades do Parlamento por 23 dias, entre a segunda
semana de setembro e 14 de outubro, apenas duas semanas antes da data prevista
para o Brexit.
A decisão foi considerada pelo presidente da
Câmara dos Comuns, John Bercow, como um "ultraje constitucional".
"É óbvio que o propósito desta suspensão agora seria impedir que o
Parlamento debata sobre o Brexit e cumpra o seu dever de definir o rumo do
país", afirmou, pouco após a decisão de Johnson vir a público.
Para contra-atacar a
medida, a oposição tentará aprovar em caráter de urgência uma lei que obrigue o
Executivo a pedir a Bruxelas um novo adiamento da data de saída do bloco na
ausência de um acordo.
Mas, para isso, a chamada "aliança rebelde"
deve primeiro assumir o controle da agenda parlamentar do governo.
John Bercow deveria decidir se permitiria um debate urgente e uma
votação ainda na terça. Se eles ganharem o controle, os adversários
apresentarão sua proposta na quarta-feira (4). "Esta Câmara tem uma última
chance de impedir que este governo atropele os direitos constitucionais e
democráticos do país", disse o líder da oposição trabalhista, Jeremy
Corbyn.
Johnson, por sua vez,
afirmou que viajará à Irlanda na próxima semana, depois de dizer que o
progresso das discussões sobre o Brexit está centrado na controvertida
fronteira irlandesa. "Discutirei com o primeiro-ministro Leo Varadkar
quando eu o vir em Dublin na segunda-feira (9)", afirmou Johnson ao
Parlamento, anunciando que esta será sua primeira visita ao país vizinho desde
que chegou ao poder em julho. ANG/RFI/AFP
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