Observadores fazem avaliação contrastada das eleições gerais
Bissau, 18 0ut 19 (ANG) - O apuramento dos votos das
sextas eleições gerais que tiveram lugar esta terça-feira em Moçambique ainda
prosseguem.
De acordo com resultados provisórios e oficiosos, a
Frelimo no poder, estaria à frente nas contagens de sufrágios nas províncias de
Cabo Delgado, Inhambane, Manica e Zambézia.
Resultados que desde já partidos de oposição ameaçam
contestar.
A Renamo, segunda força política do país, apresentou
uma queixa-crime contra um cidadão que divulgou numa rede social na
segunda-feira, antes da votação do dia seguinte, uma sondagem dando a vitória
ao chefe de Estado Filipe Nyusi, nas presidências e à Frelimo nas legislativas
e provinciais.
A divulgação de sondagens, segundo argumenta a Renamo,
é proibida por lei.
Dois dias depois do escrutínio, as diversas
organizações internacionais que enviaram para o terreno missões de observação,
apresentaram as suas primeiras avaliações sobre o processo.
Para a missão de observação da União Africana, a
votação foi "transparente", o chefe desta delegação, o antigo
presidente nigeriano Goodluck Jonathan tendo colocado em destaque a presença
dos partidos políticos e dos observadores nas urnas.
No mesmo sentido, o Fórum das comissões eleitorais dos
países da SADC, liderado pelo presidente da comissão eleitoral angolana, André
da Silva Neto, as eleições em Moçambique foram "consistentes e
transparentes", esta missão deixa contudo a recomendação de "se
acelerar o processo de credenciamento dos observadores nacionais e tornar mais
expedito o anúncio oficial dos resultados eleitorais".
Nota globalmente positiva é também dada pela missão de
observação da CPLP, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, para a qual
este escrutínio decorreu pacificamente.
Ao apelar às autoridades judiciais moçambicanas para o
esclarecimento cabal dos episódios de violência durante a campanha e dos
indícios de irregularidades na contagem dos votos, a missão admitiu que se
registaram "incidentes isolados" mas que estes últimos não colocam em
causa a "integridade" da votação, conforme declarou o coordenador da
missão, Mário Mendão.
Avaliação francamente mais crítica foi entretanto
feita pela missão de observação da União Europeia.
Apesar de sublinhar que a votação foi "bem
organizada", os observadores europeus não deixaram de apontar que campanha
ficou marcada pela violência e o recenseamento levantou dúvidas, conforme
indicou o chefe da missão, Nacho Sánchez Amor.
Desde o encerramento das mesas de voto, logo após a
votação desta terça-feira, tem estado a decorrer a contagem dos sufrágios nas
20.162 mesas em que os moçambicanos votaram para escolher o seu Presidente da
República, 250 deputados do parlamento assim como os seus governadores e
respectivos representantes locais.
De acordo com a lei, o anúncio dos resultados
oficiais, a ser efectuado pela Comissão Nacional de Eleições, deveria ocorrer
até ao dia 30 de Outubro, ou seja 15 dias depois do escrutínio. ANG/RFI
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