Socialistas e esquerda radical tentam coligação
Bissau, 14 nov 19 (ANG) - O
presidente do Executivo em final de mandato e líder socialista, Pedro Sánchez,
e o chefe da esquerda radical do Podemos, Pablo Iglesias, alcançaram um
pré-acordo para compor um governo de coligação na Espanha.
O anúncio foi feito terça-feira (12), dois dias após a eleição
legislativa que consolidou o enfraquecimento das legendas tradicionais e a alta
da extrema direita no país.
"Alcançamos um
pré-acordo para compor um governo de coligalição progressista na Espanha, (...)
que combina a experiência do Partido Socialista com a coragem do Podemos",
disse o chefe da esquerda radical, Pablo Iglesias, após a inesperada assinatura
do documento no Parlamento espanhol.
"Este novo governo
vai ser um governo categoricamente progressista", pensado para durar os
quatro anos da legislatura, porque "a Espanha precisa de um governo
estável, não interino, um governo sólido, e precisa já", defendeu Pedro
Sánchez. Ambos os líderes disseram que, nas próximas semanas, vão detalhar o
programa e a estrutura do governo.
O partido de Sánchez
venceu as eleições de domingo (10), mas não obteve maioria e saiu enfraquecido
do pleito. A possível coligação é uma tentativa de colocar um ponto final
em meses de bloqueio político na quarta economia da zona euro. Mas, para isso,
o possível governo precisará do apoio de outros partidos para obter a aprovação
da Câmara Baixa, renovada do fim de semana.
Os socialistas já haviam
tentado, sem sucesso, negociar a formação de um governo de coaligação com o
Podemos após as legislativas anteriores, em abril. As negociações fracassaram,
porém, devido a divergências sobre qual papel o partido da esquerda radical
teria no Executivo. O desentendimento levou o país de volta às urnas.
O novo acordo "é tão
promissor que supera qualquer tipo de divergência que possamos ter tido nos
últimos meses", disse Sánchez, que selou o pacto com um abraço em
Iglesias.
Mas, além das declarações
otimistas, os líderes da esquerda também se unem para evitar o fortalecimento
da extrema direita do partido Vox. A legenda foi a verdadeira vencedora do
pleito de domingo, já que duplicou sua representatividade e se tornou a
terceira força política do país.
O líder do Vox, Santiago
Abascal, defende suspender a autonomia catalã e quer prender o presidente da
região, Quim Torra. Ele também promete tornar ilegais os partidos soberanistas.
Os socialistas e o Podemos
reúnem 155 deputados, motivo pelo qual vão precisar conquistar apoio de outras
siglas para alcançar a maioria absoluta de 176, em um Congresso de 350
cadeiras. A preferência dos socialistas é um apoio dos liberais do Cidadãos,
que foram esmagados no domingo. Dos 57 deputados que haviam conquistado em
abril, a legenda passa a ter apenas dez assentos.
Sánchez também espera
poder contar com outros partidos nanicos para não dependerem dos separatistas
catalães, que contam com 23 vagas. ANG/RFI/AFP
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