Conselho de Segurança ameaça com novas sanções contra quem “mina a
estabilidade”
Bissau,
05 nov 19(ANG) – O Conselho de Segurança das Nações Unidas declarou
segunda-feira que poderá avançar com novas sanções “contra aqueles que minam a
estabilidade” da Guiné-Bissau, exigindo o regresso à “conduta ordenada” dos
actores políticos.
Num
decreto adoptado, o Conselho de Segurança da ONU avisou que o regime de sanções
já existente em relação à Guiné-Bissau só voltará a ser reconsiderado se se
verificar uma “conduta ordenada” dos actores políticos.
As
declarações foram feitas pela presidente
do Conselho de Segurança do mês de Novembro, a inglesa Karen Pierce, numa
reunião oficial na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) para adoptar um
decreto sobre a Guiné-Bissau.
“O
Conselho de Segurança recorda a todos os envolvidos que a possível
reconsideração do regime de sanções vai depender de uma conduta ordenada dos
atores políticos e que vai considerar tomar medidas apropriadas contra aqueles
que minam a estabilidade da Guiné-Bissau”, em concordância com resoluções da
ONU, disse a diplomata inglesa.
O decreto
adotado pelos 15 Estados-membros com assento no Conselho de Segurança prossegue
com o pedido de “extrema contenção” a todos os atores políticos referentes a
“todas as formas de violência ou incitamento ao ódio” e com o repúdio de
qualquer ação política que possa agravar a crise no país.
A ONU
mantém sanções à Guiné-Bissau desde o golpe de Estado de 2012.
“O
Conselho de Segurança reitera o seu forte compromisso de apoio ao processo de
consolidação da paz, estabilidade e desenvolvimento da Guiné-Bissau”, declarou
também a representante inglesa.
O Conselho
de Segurança da ONU voltou a chamar a
atenção para a “necessidade urgente de manter as eleições presidenciais” em 24
de Novembro de 2019, para garantir uma “transição de poder pacífica”.
A mesma
declaração serviu para demonstrar reconhecimento a várias entidades regionais e
internacionais que estão a intervir para a mediação do conflito político, como
a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Comunidade Económica dos
Estados da África Ocidental (CEDEAO), União Africana e União Europeia.
O Conselho
de Segurança da ONU mantém consultas internas sobre a Guiné-Bissau desde a
semana passada.
O
Presidente guineense deu posse no dia 31 de Outubro a um novo Governo, depois
de ter demitido o executivo liderado por Aristides Gomes em 28 de Outubro, e
afirmou no domingo que a sua decisão “é irreversível”.
A União
Africana, a União Europeia, a CEDEAO, a CPLP e as Nações Unidas já condenaram a
decisão do Presidente de demitir o Governo liderado por Aristides Gomes e
disseram que apenas reconhecem o executivo saído das eleições legislativas de
10 de Março, que continua em funções.
O Governo
de Aristides Gomes já disse que não reconhece a decisão de José Mário Vaz, por
ser candidato às eleições presidenciais, pelo seu mandato ter terminado em 23
de Junho e por ter ficado no cargo por decisão da CEDEAO.
Uma
missão da CEDEAO, que chegou no sábado ao país, reforçou domingo que a
organização apoia o Governo de Aristides Gomes e voltou a ameaçar impor sanções
a quem criar obstáculos à realização das presidenciais em 24 de Novembro. ANG/Inforpress/Lusa
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