Em resposta a
Berlim, Rússia expulsa dois diplomatas alemães
Bissau, 13 dez 19 (ANG) - Moscovo anunciou quinta-feira (12) a expulsão de dois
diplomatas alemães, em resposta a uma medida idêntica tomada na semana passada
pelo governo de Angela Merkel.
A tensão aumenta
entre os dois países após o assassinato de um ex-combatente separatista checheno
em um parque de Berlim.
O Ministério russo das Relações Exteriores
convocou o embaixador alemão no país, Géza Andreas von Geyr, para informá-lo
que "dois funcionários da embaixada serão declarados 'persona non grata'
e terão sete dias para deixar" a Rússia.
Para a Alemanha, essas expulsões "enviam
um sinal ruim e não são justificadas".
No último 4 de dezembro, o governo alemão
anunciou que dois membros da embaixada russa em Berlim deixariam imediatamente
do país. A Alemanha teceu fortes críticas a Moscou por não cooperar com a
investigação do assassinato de um georgiano que pertencia à
minoria chechena, cometido em 23 de agosto.
"Uma cooperação séria e imediata das
autoridades russas continua sendo uma necessidade urgente, na opinião do
governo", ressaltou o ministério das Relações Exteriores da Alemanha,
depois da decisão de Moscou.
No entanto, o presidente russo Vladimir
Putin garantiu na segunda-feira (9) que essas expulsões mútuas não significavam
que havia uma crise diplomática. Segundo ele Moscou fará "o
possível" para ajudar a Alemanha a esclarecer as circunstâncias do crime.
O georgiano morto foi
identificado como Tornike Khangochvili. Ele tinha 40 anos e recebeu três
tiros. Testemunhas descreveram o crime como "uma verdadeira
execução".
O tribunal federal alemão, responsável por
questões de espionagem está conduzindo a investigação. O principal suspeito até
agora é um russo de 54 anos que foi preso após o crime e que usava uma
identidade falsa.
Para a justiça alemã, o crime foi cometido
"por encomenda de entidades ligadas ao Estado da Federação Russa ou por
encomenda da República Autônoma da Chechênia", dirigida por Ramzan
Kadyrov.
Vários ex-combatentes chechenos foram
mortos no exílio, incluindo o presidente separatista Zelimkhan Ianderbiev, que
morreu na explosão de bomba quando viajava em um carro no Catar em 2004. Dois
agentes secretos russos foram condenados por esse crime.
Tornike Khangochvili é uma figura pouco
conhecida na Rússia, mas lutou ao lado dos chechenos por volta do ano 2000. Na
última segunda-feira (9), durante uma cúpula sobre o conflito ucraniano em
Paris, Putin disse que a vítima "participou ativamente de atividades
separatistas" e era uma pessoa procurada pelos serviços russos por ter
organizado, entre outros, "ataques ao metrô de Moscou".
Entre 2004 e 2010, a capital russa sofreu
vários ataques no metrô perpetrados por guerrilheiros islâmicos, na época muito
ativos em várias repúblicas russas do norte do Cáucaso. No entanto, a imprensa
russa enfatizou, um dia após a declaração de Putin em Paris, que o nome de
Khangochvili nunca havia sido mencionado nas investigações desses ataques.ANG/RFI/AFP
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