Bissau,
08 Jan 20 (ANG) – O advogado dos suspeitos de tráfico de cerca de duas
toneladas de cocaína apreendidos em setembro em Bissau, Basílio Sanca, afirmou
terça-feira que os seus clientes foram “vítimas de
torturas” que os fez confessar “um
crime que não cometeram”.
Basílio Sanca, que é
também bastonário da Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau, disse ter “uma forte
convicção”, e que pretende demonstrar ao tribunal, de que não existem elementos
que possam provar que os suspeitos estiveram ligados à chamada “Operação
Navarra”.
O
Tribunal Regional de Bissau iniciou terça-feira o julgamento de 12 pessoas
suspeitas de fazer entrar na Guiné-Bissau, no passado mês de setembro, 1.869
quilogramas de cocaína. Compareceram terça-feira na sala da audiência 10 dos 12
suspeitos.
Os dois
outros elementos nunca foram capturados pela polícia guineense e foi emitido um
mandado de captura internacional.
Advogado
de defesa dos indiciados pelo Ministério Público de crimes de tráfico de droga,
associação criminosa e branqueamento de capitais, Basílio Sanca diz que não vai
ter dificuldades em desmontar as acusações.
“Foram
submetidos a torturas fortes para confessarem crimes que não cometeram. Não
existem elementos probatórios que estabelecem uma ligação dos suspeitos com a
quantidade da droga apreendida”, afirmou
o advogado.
Numa
primeira fase, Basílio Sanca disse que vai tentar persuadir o tribunal sobre a
inocência dos seus constituintes, demonstrando o que considera serem “vícios do
processo”, frisou.
“A minha
convicção é de que não existem provas para condenar os suspeitos”, observou
Basílio Sanca.
O
julgamento dos suspeitos da Operação Navarra, a maior apreensão da droga feita
na Guiné-Bissau, acontece no dia em que a Função Pública inicia uma greve geral
de três dias.ANG/Lusa
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