Papa Francisco
nomeia primeira mulher para cargo de alto escalão
Bissau, 17 jan
20 (ANG) - O papa Francisco nomeou Francesca Di Giovanni para a função de
vice-ministra da Secretaria de Estado da Santa Sé, órgão equivalente ao governo
central do Estado.
Ela tem ampla
experiência em questões relacionadas a migrantes e refugiados, direito
internacional humanitário e direito internacional privado.
Pela primeira
vez, uma mulher ocupará um cargo de alto nível no Vaticano
Di Giovanni, 66 anos, é laica e ocupava
até agora o cargo de subsecretária encarregada do multilateralismo na seção de
Relações com Estados, organismo equivalente ao Ministério das Relações Exteriores
no Vaticano.
Nascida em Palermo em 1953, formada em
Direito, ela já trabalha há quase 27 anos na Secretaria de Estado, de acordo
com o comunicado oficial da Santé Sé divulgado na quarta-feira (15). Di
Giovanni ficará subordinada ao Monsenhor Paul R. Gallagher, o
"ministro" das Relações Exteriores, e atuará ao lado do outro
subsecretário, Monsenhor Miroslaw Wachowski.
Em entrevista ao portal Vaticans News, a
nova vice-ministra reconhece que o papa tomou "uma decisão inovadora, que
representa um sinal de atenção com as mulheres e que vai além da minha
pessoa".
Ela também lembrou as palavras do papa
durante sua homilia em 1º de janeiro, assegurando que "as mulheres são
doadoras e mediadoras da paz e devem estar totalmente envolvidas no processo de
tomada de decisões".
Desde o início de seu pontificado em 2013,
o papa Francisco, 83 anos, demonstra reconhecimento pelo papel das mulheres na
Igreja e na sociedade em geral, denunciando regularmente as injustiças de que
são vítimas.
Em
sua exortação apostólica "Evangelii Gaudium", de novembro de 2013,
poucos meses após sua eleição, Francisco convidou teólogos a refletir
"sobre o possível papel das mulheres, onde são tomadas decisões
importantes, nos vários círculos da Igreja".
Na conclusão do Sínodo da Amazônia, em
outubro passado, o pontífice argentino também insistiu na "necessidade de
refletir sobre o significado do papel das mulheres na Igreja" e explicou
que uma mulher poderia estar à frente de um ministério. ANG/RFI/AFP
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