quinta-feira, 5 de março de 2020

Função Pública


               Centrais sindicais prosseguem  paralisações laborais

Bissau,05 Mar 20(ANG) - O secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG), Júlio Mendonça, afirmou que as duas centrais sindicais, a União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG) e a Confederação Geral dos Sindicatos Independentes da Guiné-Bissau (CGSI-GB), não vão suspender a greve na função pública até que haja um interlocutor que tenha controlo total do aparelho do Estado e da administração pública.
A posição das duas maiores organizações sindicais do país foi tornada pública  quarta-feira, em entrevista exclusiva ao jornal O Democrata, na qual se falou  sobre os novos planos e estratégias concernentes às reivindicações dos sindicatos, que já vão na sua nova vaga.
ʺInfelizmente, não vamos suspender as paralisações na administração pública e vamos aguardar que o governo nos chame para analisarmos, em conjunto, os pontos que constam no nosso pré-aviso de greve, porque esses pontos são o reflexo do Memorando de Entendimento, assinado com o executivo da Guiné-Bissau no passado dia 28 de agosto de 2019. Portanto, a nossa greve ainda está de péʺ, referiu o sindicalista. 
Para Júlio Mendonça, não é relevante neste momento para os sindicatos fazerem qualificação de governos, de A ou B. 
“O importante para nós é quem tem o controlo do aparelho de Estado e seja a pessoa que vai gerir a coisa pública vamos negociar com ele, desde que nos chame para apresentarmos as preocupações dos trabalhadores da Guiné. O Estado é Estado e nunca pára”, notou.
O sindicalista guineense deixou claro que o pacote de reivindicações será o mesmo, seja com quem quer que seja e sublinhou  que a falta de coerência do governo de Aristides Gomes terá levado os sindicatos a assumirem posições extremas para fazer valer os direitos dos trabalhadores.
Em reação a essa atitude, Júlio Mendonça lembrou que as centrais sindicais  tinham dado benefício de dúvida a esse governo e volvidos cinco meses não conseguiu cumprir nada.
Disse  que o mais caricato de tudo isso é que todos os pontos apresentados eram exequíveis e que se o governo tivesse a vontade não teria nenhum constrangimento em executá-los.
“Mas nós percebemos que  havia um desleixo total e a falta de vontade do mesmo executivo em resolver os problemas dos sindicatos e, consequentemente, sentar-se à mesma mesa com os sindicatos para analisar a situação, por isso estamos em greve”, reforçou.
O líder da maior central sindical do país afirmou que um dos pontos fundamentais das exigências apresentadas continua a ser a disciplina e rigor no que tem a ver com o ingresso das pessoas na função pública, porque “o princípio da legalidade deve imperar no aparelho de Estado e não vamos permitir que haja brincadeira”.
Júlio Mendonça disse que não vão tolerar a desordem na função pública, o ingresso das pessoas no aparelho de Estado sem o respeito aos princípios que orientem o funcionamento da administração pública  e exigiu que seja reposta a legalidade e imediata suspensão das pessoas que foram colocadas na administração sem um concurso público e, consequentemente, submetidas ao novo concurso público  para o efeito de ingresso na função pública.
Questionado por que razão as centrais sindicais não reagiram ao encerramento das emissões da Televisão da Guiné-Bissau (TGB) e a Radiodifusão Nacional (RDN), Júlio Mendonça esclareceu que o assunto não lhes compete e seria improdutivo estar a duplicar reações sobre a mesma matéria, que tem uma entidade que pode se encarregar da mesma.ANG/O Democrata

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