Covid-19/ “Crise é oportunidade
para redesenhar economia africana”, diz presidente do Ecobank
Bissau, 11 mai 20 (ANG)-
O presidente do banco africano Ecobank, Ade Ayeyemi, disse hoje, em entrevista
à Lusa, que a pandemia da covid-19 é uma crise de saúde e não financeira, e
pode ser uma boa oportunidade para redesenhar a economia africana.
"A recuperação
rápida das nossas economias depende das escolhas políticas que fizermos, porque
esta é uma crise sanitária e não financeira, e para os países africanos é uma
oportunidade de fazer as escolhas correctas e redesenhar a estrutura da
economia africana", disse Ade Ayeyemi.
Em entrevista à Lusa a
partir de Lomé, a capital do Togo, o banqueiro explicou que "a adopção da
tecnologia que começou em África na última década é um bom exemplo das mudanças
que precisam de ser feitas, e agora podemos acelerar a adopção de tecnologia,
(a pandemia e as medidas de isolamento) serão um grande acelerador".
Para Ade Ayeyemi, a
crise trazida pela pandemia veio também mostrar a necessidade de investir em
cuidados de saúde que possam ser disponibilizados a quem mais precisa e não
apenas às elites africanas.
"Esta crise mostrou
à elite que podem ter passaportes, podem ter bilhetes de avião, mas os aviões
não voam e os outros países não os recebem, é preciso investir em
infra-estruturas que estejam próximas dos pontos de necessidade dos
cidadãos", defendeu.
Questionado sobre se os
países africanos estão a organizar-se bem na resposta à pandemia, nomeadamente
com a dificuldade em implementar medidas de confinamento que prejudiquem o
rendimento dos cidadãos, Ayeyemi respondeu: "Alguns são mais organizados
que outros, uns começaram mais cedo, mas todos chegaram ao mesmo resultado e
todos estão a implementar essas medidas; a organização é melhor do que dantes,
mas ainda não tanto como eu gostaria".
Na opinião do presidente
do Ecobank, um banco africano presente em 36 países no continente, a crise vai
mudar a maneira não só de fazer negócios, mas também de interacção entre as
pessoas.
"A adopção da
tecnologia será determinante, para esta entrevista nós teríamos de concordar
onde íamos encontrar-nos, ou nos Encontros Anuais do FMI/Banco Mundial, ou num
fórum para investidores em Londres, mas agora descobrimos que podemos fazer uma
reunião sem realmente viajar, e por isso também podemos ter interacções com
clientes e fornecedores, haverá um novo modelo de negócio e uma nova maneira de
o mundo se relacionar com a tecnologia", concluiu Ade Ayeyemi.ANG/Angop
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